Projeto será votado nesta quarta-feira (12) e
o SITICOM quer que o mineral, responsável pela morte de dezenas de pessoas, seja
erradicado do território Catarinense
Chapecó/SC
(10.11.2014)
- A campanha pelo fim da utilização do amianto em Santa Catarina ganhou adesão
de várias instituições locais. O assunto foi debatido em reunião pública, para
encaminhar proposições buscando a extinção do uso do produto no Estado. Pelo
menos seis unidades da federação já baniram o amianto de seus territórios
devido os graves riscos que ele submete a saúde humana.
Convocado pelo Ministério Público do Trabalho
- MPT de Chapecó e organizado pelo Cerest - Centro de Referência em Saúde do
Trabalhador (regional e estadual), o encontro contou com a presença de
sindicatos, empresários e Vigilância Sanitária. O Sindicato dos Trabalhadores
das Indústrias da Construção e do Mobiliário de Chapecó - Siticom é uma das
entidades que defendem com veemência a proibição da substância “devido os males
que causa à saúde dos trabalhadores e trabalhadoras”, justifica a presidente
Izelda Oro.
O uso do asbesto, como também é conhecido, já
está impedido em mais de 60 países “pelas consequências nefastas que causa à
saúde das pessoas”, disse o procurador do MPT, Marcelo Goss Neves. O amianto apresenta comprovado
potencial cancerígeno,
risco que correm todos os que mantiverem contato com a substância. “É por isso
que o minério precisa sumir de Santa Catarina”, pede a sindicalista.
Izelda é
intransigente defensora do projeto que
pede a extinção da
“fibra assassina” em SC
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Considerado um componente que origina graves
problemas à saúde pública, mais de 90% do amianto produzido no Brasil é usado
na indústria da construção civil. Diante disso, a categoria profissional
representada pelo Siticom “precisa ser protegida para evitar a contaminação”,
argumenta Izelda. Com geração média de
250 mil toneladas/ano, o País está entre os cinco
maiores produtores, consumidores e exportadores do mundo. A dirigente sindical
também defende que as responsabilidades legais sejam, conforme prevê a
legislação, assumidas “verdadeiramente” pelas empresas. Ela quer também destino
definido a todos os
resíduos que contém amianto.
A inalação do silicato de cálcio, alumínio e ferro, provoca doenças pulmonares (asbestose,
câncer pulmonar e mesotelioma - forma rara de tumor maligno
- de pleura
e peritônio) e já
matou cerca de 50 pessoas no Estado. O tumor grave tira a vida rapidamente da
pessoa que se expõe à “fibra assassina”. O óbito ocorre num período entre seis
a doze meses. Mais grave, ainda, é que o câncer pode se manifestar somente 40
anos após o material tóxico ser aspirado.
Em defesa
da vida - A campanha anti-amianto ganha fôlego com novas adesões. A
decisão de
banimento do aproveitamento econômico do amianto no Estado está nas mãos dos deputados da Comissão de Finanças e
Tributação da Assembleia Legislativa. Eles votam nesta quarta-feira (12) o
projeto de lei PL./0179.5/2008 que veda o uso da substância. Reunido em
Florianópolis o Fórum da Saúde dos Trabalhadores de Santa Catarina defendeu
grande mobilização em defesa da vida. Sugere que a sociedade e todas as
entidades representativas que defendem a vida e o trabalho seguro se manifestem
perante os deputados deste e também da Comissão de Saúde, pedindo a aprovação
do projeto em caráter de urgência.
O amianto é uma fibra mineral natural sedosa,
por isso suave, mas sólido como o granito. Por suas propriedades
físico-químicas possui alta resistência. Encontrado em abundância e com baixo
custo, é largamente utilizado na indústria. Atinge trabalhadores direta ou
indiretamente expostos, seus familiares e moradores do entorno das fábricas.
Causa, ainda, danos ambientais já que as características tecnológicas mantidas
impossibilitam sua destruição. De difícil destinação final, o material permanece
disperso no ar contaminando pessoas e os ambientes internos e externos.
Assessoria
de Imprensa SITICOM - CHAPECÓ