Francisco Chagas (Mazinho) Presidente da CONTRICOM e Miraldo Vieira SECRETÁRIO GERAL. |
Criada em setembro do ano passado (2009), a Confederação dos Trabalhadores na Indústria da Construção e do Mobiliário conquistou no dia 19 de outubro seu Registro Sindical e em seguida seu Código Sindical.
O Ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi entregou a Carta Sindical em solenidade que aconteceu no prédio do Ministério em Brasília e contou com as presenças de todas as entidades filiadas e fundadoras da Confederação e ainda de José Calixto Ramos, presidente da Nova Central Sindical – NCST e Wagner Gomes, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB. Vamos conversar agora com Miraldo Vieira da Silva que assumiu a Secretaria Geral da CONTRICOM - Confederação dos Trabalhadores na Indústria da Construção e do Mobiliário.
Pergunta: Miraldo Vieira da Silva, qual sua experiência no movimento sindical
Resposta: Entrei no movimento sindical em 1989, pela ocasião da fundação do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Móveis e Madeira de Simões Filho, a convite de Pascoal Carneiro (a época diretor dos metalúrgicos da Bahia e hoje dirigente nacional da CTB), em 1990 conheci Washington Souza em uma reunião do Conselho de Representantes da FTI – Federação dos Trabalhadores na Indústria do Estado da Bahia, que resultou no ano seguinte da fundação da FETRACOM/BA – Federação dos Trabalhadores na Indústria da Construção e da Madeira no Estado da Bahia, onde fui eleito 2º secretário e já no meio do mandato, ocupei a secretaria geral, mim elegendo por mais quatro mandatos, em 1997 assumi a vice-presidência por dois mandatos e atualmente ocupo a Secretaria de Políticas Sindicais.
P: Você já representou os trabalhadores fora da esfera sindical
R: Sim. Fui Conselheiro do Ministério das Cidades, membro do Comitê Permanente Regional sobre Condições e Meio Ambiente na Indústria da Construção Civil, que resultou na criação da NR-18 (Norma Regulamentadora da Indústria da Construção Civil) e fui membro da comissão nacional que discutia o contrato nacional dos trabalhadores na indústria da Construção.
P: E no Estado da Bahia, quais são as suas experiências
R: Ao longo desses quase 20 anos na direção da FETRACOM/BA, tive a oportunidade de participar das lutas de todas as entidades filiadas a Federação, com destaque para o acompanhamento de todas as eleições sindicais das filiadas. Participei de renovações históricas nos sindicatos do ramo da construção, destaques para o de Teixeira de Freitas, Santo Antonio de Jesus, Barreiras, Serrinha, Sindladrilhos e mais recente no Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil de Eunapolis, além de acompanhar quase todas as eleições sindicais nas entidades.
P: De que você se orgulha no Movimento Sindical
R: Sem sombra de dúvidas é de se convidado a ajudar no processo eleitoral das entidades filiadas a Federação. A FETRACOM/BA é composta por três forças política e posso mim orgulhar de ter coordenado o processo eleitoral em todas as entidades representadas pelas três forças.
P: Quais são estas forças
R: A CTB que representa 14 sindicatos e a que faço parte. A CUT que representa 02 sindicatos e os independentes que também representa 02 sindicatos.
P: Agora vamos falar da Confederação. Como foi o processo de aproximação e criação da CONTRICOM
R: Fomos procurados pelo DEPACOM (Departamento da Construção e do Mobiliário), uma estrutura da CNTI, para uma reunião em São Paulo, ocasião em que estávamos reunidos para o 2º Encontro Nacional dos Trabalhadores do Ramo da Construção da CTB, daí se deu a aproximação e a criação foi uma necessidade do ramo se firmar com fisionomia própria, eu diria que a Portaria 186 do Ministério do Trabalho, que em minha opinião fragmenta o movimento sindical foi à responsável pela criação, se isso não ocorresse, forças sem representatividade no ramo da construção criaria e inviabilizava a união das entidades sindicais no país.
P: Quer dizer que a CONTRICOM nasceu de dentro da CNTI
R: Exato, a maioria das Federações era filiada a CNTI, que nos convidou a participar do processo de fundação.
P: Quantas e quais são as forças políticas que dirigem está Confederação
R: São duas, a Nova Central Sindical que é majoritária e nos da CTB.
P: A CONTRICOM é filiada a qual central sindical
R: Nenhuma, eu diria que este é o ponto mais alto de nossa Confederação, inclusive está no Artigo 3º do estatuto “A Confederação não se filiará a nenhuma Central Sindical”. Isso demonstra o alto nível de amadurecimento das duas forças política que a integra, além de deixar as portas abertas para outras forças políticas que queiram vir construir a luta dos trabalhadores do ramo da construção e do mobiliário.
P: Isso que dizer que as portas estão abertas para outras centrais sindicais
R: Sim. Nossa intenção é construir uma entidade forte, de luta e plural do ponto de vista das idéias.
P: E a questão do amianto. Os Sindicatos da Nova Central defendem e os da CTB são contra. Como fica esta questão dentro da CONTRICOM
R: É verdade, as federações ligadas à Nova Central defendem o uso controlado do amianto, já nos da CTB defendemos o banimento. Em nossa Federação dos 18 sindicatos filiados, um assina o contrato nacional do amianto, respeitamos a sua posição e convivemos muito bem. Entendo que devemos respeitar as diferenças, esperamos esse mesmo tratamento dentro da Confederação.
P: Você pode detalhar que tipo de tratamento é esse
R: Olha, quando há divergências em uma estrutura de grau superior o correto e a neutralidade e as entidades filiadas se manifestem de acordo as suas convicções. Para citar um exemplo é que no caso da Bahia, os sindicatos manifestam suas opiniões e a Federação Estadual respeita sem atacar nenhuma posição de suas filiadas.
P: A Secretaria Geral. Como está sendo montada e quais são as suas expectativas
R: Então, estamos montando uma sede provisória que é uma sala dividida em três (presidência, secretaria geral e tesouraria), já dispomos de mesas, cadeiras, duas linhas telefônicas, fax, computadores e internet. Contratamos uma colaboradora e aos poucos estamos montando a estrutura. Quanto a expectativa, são boas o companheiro Marzinho (presidente) é um companheiro preocupado com a estrutura e ao mesmo tempo com quem está indo morar em Brasília, isso nos deixa bem a vontade para tocar o trabalho.
P: Você já está morando em Brasília
R: Sim, eu e o companheiro Mazinho estamos dividindo um apartamento de 3/4, logo o Aroldo (tesoureiro) estará indo morar conosco, para formarmos o trio “parada dura”.
P: O que as entidades baianas podem esperar do Secretário geral da CONTRICOM
R: Esta é uma ótima pergunta. Pode esperar muita dedicação. Quem mim conhece sabe que quando mim dedico a fazer algo, dou o máximo de mim e agora não será diferente. Digo todos os dias nos quatro cantos que vou, se não conseguir resolver os problemas de registro sindical das entidades, não valerá a pena minha ida para Brasília e isso não é só das entidades baianas, temos a responsabilidade de representar os sindicatos do ramo em todo o território nacional, além do mais não vou mim afastar da Bahia, gostaria de continuar sendo convidado para ajudar nas eleições sindicais e nas reformas estatutárias.
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