MARIANA CARNEIRO
DE SÃO PAULO
A CUT inicia nos próximos dias uma campanha contra o imposto sindical, o que deve provocar discórdia entre as demais centrais, na maioria favoráveis à cobrança.
A central sindical vai gastar R$ 1,5 milhão em comerciais de TV e rádio e anúncios (em outdoors e jornais) contra o imposto. A CUT também prepara um plebiscito para ouvir trabalhadores de todos os sindicatos e saber quantos são contrários à cobrança.
Dessa forma, a CUT quer conquistar aliados na base das rivais e, ao mesmo tempo, alcançar um número expressivo de votos contrários -o que ajuda a pressionar o governo e as outras centrais.
"Queremos envolver os trabalhadores e não só falar de nós [sindicalistas] para nós mesmos", diz o presidente da CUT, Artur Henrique.
Segundo o Ministério do Trabalho, em 2011 foi recolhido R$ 1,6 bilhão dos trabalhadores com o imposto. Pouco mais de R$ 115 milhões foram repassados às centrais. O resto é dividido entre sindicatos, federações e confederações e o Ministério do Trabalho.
A proposta da CUT é trocar o imposto por uma contribuição voluntária, com valor votado em assembleia. A bandeira remonta à fundação da central, mas há resistência até entre os seus sindicatos.
"A CUT deveria consultar antes a sua própria base para saber se é contrária ao imposto", diz Ricardo Patah, presidente da UGT, a 3ª maior, atrás de CUT e Força Sindical.
A Força é contra o fim do imposto e conseguiu defender a arrecadação enquanto Carlos Lupi - do mesmo PDT do deputado Paulo Pereira da Silva, da Força-era ministro. Representantes das centrais se reúnem hoje no Ministério da Fazenda, onde negociam o fim do Imposto de Renda sobre participação nos lucros.
Fonte: Folha de S.Paulo, 21 de março de 2012
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