Declaração da FSM frente ao boicote e ao espetáculo do grupo dos 
Empresários na Comissão de Aplicação de Normas da 101ª Conferência Internacional 
do Trabalho
A Federação Sindical Mundial denuncia energicamente o boicote e os 
questionamentos dos empresários acerca do direito de greve amparado pela 
Convenção 87 da OIT, assim como sua atitude provocadora e irresponsável de 
bloquear a adoção de uma lista final de países a serem examinados na Comissão de 
Aplicação de Normas da 101ª Conferência Internacional do Trabalho.
Essa atitude faz parte da história confrontação e polarização entre capital e 
trabalho, e se produz na atual conjuntura de supressão crescente de direitos 
trabalhistas e sindicais que se aprofundaram com a crise do sistema capitalista 
mundial, na qual os grandes vencedores são as multinacionais, enquanto os 
trabalhadores são as vítimas, que responderam com o incremento das lutas sociais 
e greves.
A FSM reitera que o direito de greve faz parte da liberdade sindical, é uma 
expressão de luta de classes e da organização das ações e programas das 
organizações sindicais. É um meio legítimo fundamental dos trabalhadores para a 
promoção, defesa e reivindicação de nossos interesses econômicos, trabalhistas e 
sociais. Um direito irrenunciável não negociável, que foi conquistado com as 
lutas de milhões de trabalhadores que tiveram que suportar repressões e 
perseguições – sendo que aqueles que nunca se prestaram à colaboração nem ao 
oportunismo sofreram torturas, encarceramentos, foram vítimas de assassinatos e 
desaparecimentos, como mártires sindicais que ofereceram suas vidas e seu sangue 
em defesa do exercício do direito de greve, como única forma de se contrapor à 
intransigência e à agressão dos empresários em cada um dos países.
Essa atitude dos representantes do empresariado na Comissão de Aplicação de 
Normas na 101ª Conferência da OIT é a continuação do processo de eliminar o 
direito de greve e violar as demais convenções, assim como neutralizar o sistema 
de controle e revisão da OIT, impor a forma e a chantagem do grande capital. É 
muito lamentável que graves e importantes casos de violações e o não cumprimento 
dos convênios ratificados, como o da Colômbia, Guatemala, Suazilândia, Grécia, 
Espanha, Fiji, Panamá, Costa Rica e outros não tenham podido ser examinados por 
parte da Comissão de Aplicação de Normas.
O ocorrido na Comissão de Aplicação de Normas é a demonstração de que os 
poderes econômicos, em cumplicidade com governos servis ao grande capital, vêm 
utilizando a OIT em função de seus interesses, processo que vem acontecendo há 
mais de duas décadas, como imposição das políticas neoliberais.
A FSM expressa sua solidariedade de classe a todos os trabalhadores e 
organizações sindicais que vêm lutando em cada um dos continentes, em defesa de 
suas conquistas e direitos sociais. O direito à greve foi conquistado com a luta 
dos trabalhadores e será defendido, como sempre, com ações unitárias de luta. 
Esse é o papel do sindicalismo de classe e luta.
O Secretariado da FSM
Delegação da FSM participante da 101ª Conferência da OIT
Delegação da FSM participante da 101ª Conferência da OIT
Fonte: Portal CTB

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