quarta-feira, 13 de junho de 2012

FSM denuncia posição retrogada de empresários em relação ao direito de greve

Declaração da FSM frente ao boicote e ao espetáculo do grupo dos Empresários na Comissão de Aplicação de Normas da 101ª Conferência Internacional do Trabalho
A Federação Sindical Mundial denuncia energicamente o boicote e os questionamentos dos empresários acerca do direito de greve amparado pela Convenção 87 da OIT, assim como sua atitude provocadora e irresponsável de bloquear a adoção de uma lista final de países a serem examinados na Comissão de Aplicação de Normas da 101ª Conferência Internacional do Trabalho.
Essa atitude faz parte da história confrontação e polarização entre capital e trabalho, e se produz na atual conjuntura de supressão crescente de direitos trabalhistas e sindicais que se aprofundaram com a crise do sistema capitalista mundial, na qual os grandes vencedores são as multinacionais, enquanto os trabalhadores são as vítimas, que responderam com o incremento das lutas sociais e greves.
A FSM reitera que o direito de greve faz parte da liberdade sindical, é uma expressão de luta de classes e da organização das ações e programas das organizações sindicais. É um meio legítimo fundamental dos trabalhadores para a promoção, defesa e reivindicação de nossos interesses econômicos, trabalhistas e sociais. Um direito irrenunciável não negociável, que foi conquistado com as lutas de milhões de trabalhadores que tiveram que suportar repressões e perseguições – sendo que aqueles que nunca se prestaram à colaboração nem ao oportunismo sofreram torturas, encarceramentos, foram vítimas de assassinatos e desaparecimentos, como mártires sindicais que ofereceram suas vidas e seu sangue em defesa do exercício do direito de greve, como única forma de se contrapor à intransigência e à agressão dos empresários em cada um dos países.
Essa atitude dos representantes do empresariado na Comissão de Aplicação de Normas na 101ª Conferência da OIT é a continuação do processo de eliminar o direito de greve e violar as demais convenções, assim como neutralizar o sistema de controle e revisão da OIT, impor a forma e a chantagem do grande capital. É muito lamentável que graves e importantes casos de violações e o não cumprimento dos convênios ratificados, como o da Colômbia, Guatemala, Suazilândia, Grécia, Espanha, Fiji, Panamá, Costa Rica e outros não tenham podido ser examinados por parte da Comissão de Aplicação de Normas.
O ocorrido na Comissão de Aplicação de Normas é a demonstração de que os poderes econômicos, em cumplicidade com governos servis ao grande capital, vêm utilizando a OIT em função de seus interesses, processo que vem acontecendo há mais de duas décadas, como imposição das políticas neoliberais.
A FSM expressa sua solidariedade de classe a todos os trabalhadores e organizações sindicais que vêm lutando em cada um dos continentes, em defesa de suas conquistas e direitos sociais. O direito à greve foi conquistado com a luta dos trabalhadores e será defendido, como sempre, com ações unitárias de luta. Esse é o papel do sindicalismo de classe e luta.
O Secretariado da FSM
Delegação da FSM participante da 101ª Conferência da OIT
Fonte: Portal CTB

Nenhum comentário:

Postar um comentário