terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Inflação semanal diminui nas sete capitais pesquisadas pela FGV

Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) caiu em todas as capitais pesquisadas pela Fundação Getulio Vargas (FGV) na segunda semana de fevereiro. Os dados divulgados hoje (19) mostram que, das sete cidades analisadas, a maior queda foi observada no Rio de Janeiro, onde o índice passou de 0,75%, na primeira semana do mês, para 0,28%, na segunda.
São Paulo é a segunda capital com a maior redução da inflação medida pelo IPC-S na segunda semana de fevereiro, ao apresentar taxa de 0,86% ante 0,47%.
Os demais decréscimos foram verificados em Belo Horizonte (de 1,01% para 0,61%), no Recife 0,92% para 0,73%), em Brasília (de 1,03% para 0,83%), em Porto Alegre (de 0,93% para 0,63%) e em Salvador (de 72% para 87%).
Na média das capitais, o IPC-S ficou em 0,55%, 0,33 ponto percentual abaixo da taxa registrada na última apuração.
Edição: Juliana Andrade


Fonte: Agência Brasil

Com ampliação do Brasil sem Miséria, 2,5 milhões de famílias vão receber complemento de renda

Danilo Macedo e Yara Aquino
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - Com a ampliação do Programa Brasil sem Miséria, anunciada hoje (19) pelo governo federal, cerca de 2,5 milhões de famílias cadastradas no Bolsa Família vão receber complemento para alcançar a renda mínima de R$ 70 por pessoa, considerado o patamar que supera a linha da extrema pobreza. A partir de março, quando passarão a receber o benefício, nenhuma família cadastrada estará abaixo dessa linha.
Com a ação, o governo considera que terá retirado da miséria cerca de 22 milhões de pessoas desde 2011. Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social, esse incremento custará aproximadamente R$ 770 milhões este ano, elevando o orçamento do Bolsa Família em 2013 para R$ 24 bilhões.
Apesar de eliminar a pobreza extrema das famílias cadastradas, o ministério estima que aproximadamente 700 mil famílias estejam nessa condição e precisem ser localizadas. A presidenta Dilma reforçou, nos discursos que fez este ano, a importância da colaboração dos prefeitos para encontrar essas famílias e cadastrá-las no Bolsa Família para que também deixem a situação de miséria até 2014.
Na comemoração do Dia das Mães de 2012, a presidenta Dilma Rousseff lançou o Programa Brasil Carinhoso, que complementou a renda das famílias com filhos até 6 anos de idade. No fim do ano, o benefício foi estendido para aquelas com filhos até 15 anos, fazendo com que 16,4 milhões de pessoas ultrapassassem o patamar de R$ 70 mensais. Antes, em 2011, 3,1 milhões de pessoas já tinham alcançado essa renda com o reajuste feito nos repasses do Bolsa Família.
Para o governo, o cadastro, além de ser uma forma de transferir renda, serve para mapear as necessidades das populações mais carentes a fim de orientar a expansão de serviços públicos, incluindo a educação pública. As escolas com mais de 50% dos alunos em famílias cadastradas terão prioridade no programa de educação integral.
 
Edição: Talita Cavalcante
 
Dilma: Brasil construiu a tecnologia social mais avançada

Brasília - A presidenta Dilma Rousseff disse hoje (19) que o Brasil construiu a tecnologia social mais avançada do mundo. Ela falou durante solenidade de ampliação do Programa Brasil sem Miséria pela qual 2,5 milhões de famílias cadastradas no Bolsa Família vão receber complemento para alcançar a renda mínima de R$ 70 por pessoa, considerado o patamar que supera a linha da extrema pobreza.
“Só pode comemorar um feito dessa magnitude um país que teve a capacidade e a competência, anterior, de construir a tecnologia social mais avançada do mundo”, disse a presidenta se referindo ao cadastro único criado em 2003 para unificar os programas sociais do governo. A ação de hoje foi lançada com o slogan “O Fim da Miséria é Só o Começo”.
O Brasil sem Miséria, lançado em 2012, representa, segundo Dilma Rousseff, o aperfeiçoamento dessa “tecnologia”. “O Brasil sem Miséria é hoje o plano social mais focado, mais amplo e mais moderno do mundo. Segue cada vez mais vigoroso, produzindo resultados através dos seus eixos de garantia de renda, de inclusão produtiva e do acesso aos serviços públicos”.
A presidenta reconheceu, no entanto, que existem centenas de milhares de brasileiros em situação de pobreza extrema não incluídos no cadastro único do Bolsa Família. Ela fez um desafio aos prefeitos e governadores a buscar essas pessoas junto com a União. “Agora que acabamos com a miséria visível, temos de ir atrás da miséria invisível, aquela que teima em se esconder dos nossos olhos, dos nossos programas e das estatísticas oficiais”.

Edição Beto Coura
 
 
Fonte: Agência Brasil

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

FAO: Brasil é o país que mais avançou no combate à fome

“Nos últimos 20 anos o Brasil é o país que mais avançou no combate à fome”. Com essa avaliação, Hélder Multeia resume os avanços conquistados ao longo dos dois anos e meio em que esteve a frente da representação da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) no país. A partir do próximo dia 18, o cargo será ocupado por Alan Bojanic, que já liderou as atividades da organização no Chile e no escritório regional para América Latina e Caribe.
Dados da organização não governamental Action Aid salientam que em seis anos a má nutrição infantil caiu 73% no Brasil e a mortalidade infantil, 45%
Multeia afirmou, com exclusividade à Agência Brasil, que o novo representante da organização em território brasileiro não encontrará dificuldades. “O Brasil, como parceiro para os objetivos da FAO, é um país que está na linha de frente. É um país que já cumpriu as Meta do Milênio, onde a classe média cresce a olhos vistos e que tem políticas públicas importantes. Esse é o grande diferencial do Brasil”, disse.
Quando assumiu o cargo, em agosto de 2010, o moçambicano Hélder Multeia tinha desafios claros. Entre eles, fortalecer, por meio do diálogo com setores do governo e de outros segmentos, medidas de apoio à pequena agricultura, à segurança alimentar e à preservação ambiental. “Houve grandes avanços nestas áreas porque o Brasil avançou muito com programas como o Fome Zero, que ficou ainda mais amplo com o Brasil sem Miséria”, destacou.
Muitas das políticas e programas brasileiros foram reproduzidos em territórios onde a fome é um problema mais grave, como na África. Esta foi uma das principais atribuições de Multeia na FAO no Brasil. “Iniciamos programas de parcerias com outros blocos tanto na América Latina como na África. Reproduzimos programas como o de aquisição de alimentos e de alimentação escolar, que é um sucesso”, lembrou.
A parceria também possibilitou a criação do programa Mais Alimentos África, nos mesmos moldes do programa criado no Brasil para apoiar a pequena agricultura com linhas de investimento para a modernização da propriedade rural. “Para os países africanos, o Brasil tem um cardápio de possibilidades de desenvolvimento com todas estas políticas de alimento, de apoio a pequena agricultura e do programa de cisternas”, disse.
A partir desta segunda-feira (18), Multeia assume o escritório da organização criado recentemente em Lisboa, Portugal. Com um currículo que reúne passagens por cargos como o de ministro da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, de vice-ministro de Pesca de Moçambique e de chefe do Departamento Técnico de Avicultura, em Maputo, Multeia sabe que terá um novo desafio a partir de agora, com atribuições diferentes das que assumiu no Brasil e na representação da Nigéria, anos antes
Na Europa, o escritório da FAO tem uma natureza diferenciada por não ter o status de representação. “Temos um escritório de ligação, de diálogo e de partilha. Vamos desenvolver um trabalho conjunto na CPLP [Comunidade dos Países de Língua Portuguesa]“, explicou. Segundo ele, os países que integram a CPLP vão criar uma plataforma de cooperação para atuarem, conjuntamente, no combate à fome nessas regiões.
Sobre a nova atividade em território português e as dificuldades que pode enfrentar, principalmente por se tratar de um dos países mais afetados pela crise econômica mundial, Multeia disse que só definirá outras atividades a partir das conversas que já estão sendo agendadas com representantes do governo e do setor produtivo de Portugal.


Fonte: Vermelho

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

As 101 Propostas da CNI – Muita Hipocrisia

José Geraldo de Santana Oliveira *
Goiânia, fevereiro de 2013.


No 7° Encontro Nacional da Indústria, em dezembro do ano passado, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) apresentou um documento com 101 propostas para, segundo ela, “modernizar” as relações de trabalho no Brasil. O empresariado, de forma sistemática, tem pautando o governo e, portanto, os trabalhadores precisam ficar atentos. O artigo abaixo, do consultor jurídico da Contee, José Geraldo de Santana Oliveira, mostra como as propostas da CNI representam, na verdade, um ataque à Constituição, à CLT e aos direitos trabalhistas.
O francês Françoise La Rochefocouald, do século XVII, dizia que a hipocrisia é a homenagem que o vício presta à virtude.
A vida moderna cuidou de confirmar essa velha máxima, sobretudo nas relações de trabalho capitalistas. Os capitalistas, na exploração dos trabalhadores, quando é possível, usam da violência, privada e estatal, para defendê-la. A história das sociedades é rica em fatos dessa natureza.
O Brasil não foge à regra. Basta que se diga que o presidente Washington Luís dizia que a questão social é uma questão de polícia. Assim, à base da aplicação da força, foram tratadas as relações de trabalho, com brevíssimos intervalos, até a promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil (CR), em 1988.
Quando se esgota a capacidade de uso do argumento da força, entra a hipocrisia, que seria a força do argumento marcado pela falácia e por objetivos diametralmente opostos aos que são divulgados.
Desde o advento da CR, não se tem notícia de um só projeto de lei, de iniciativa dos empresários ou por eles apoiados, que não vise à supressão de direitos fundamentais, tendo como fim último a crescente e, ao que parece, infinita precarização das relações de trabalho.
A última pérola dos empresários são as 101 propostas de mudanças na legislação trabalhista, apresentadas pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em dezembro de 2012, à presidente Dilma e ao Congresso Nacional.
Segundo a CNI, esta legislação contém, pelo menos, 101 irracionalidades que devam ser corrigidas, por meio das mudanças por ela apontadas nas referidas 101 propostas, que, afirma, modernizarão as relações de trabalho no Brasil.
No entanto, quem se der ao trabalho de analisar tais propostas e, principalmente, compará-las com os direitos sociais, assegurados pela CR, com os tratados internacionais, dos quais o Brasil é parte, e com mais recente jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho (TST), a não ser por má fé, forçosamente concluirá que primam pela hipocrisia, pois, para a CNI, modernização das relações de trabalho é sinônimo de supressão de direitos.
Os argumentos expendidos no comentado documento são todos falaciosos, desprovidos de razoabilidade e eivados de más intenções.
No afã de induzir os trabalhadores e as suas entidades a erros, inverte a ordem do Estado democrático de direito, de modo a transformar as cláusulas pétreas da CR, de cunho social, em mero apêndice das relações de trabalho.
A primeira proposta, segundo a sua autora, tem por finalidade a valorização e o fortalecimento da negociação coletiva, com prevalência do que for negociado sobre o legislado.
Essa proposta, que é o carro chefe das demais, de aparência singela, parafraseando o poeta alemão Bertolt Brecht, pretende rasgar o capítulo dos direitos fundamentais sociais da CR, que vai do Art. 6º ao 11.
Não restam dúvidas de que toda entidade sindical tem na valorização e no fortalecimento da negociação coletiva uma de suas metas a ser alcançada. Porém, com a ressalva de que esta negociação represente mais do que o mínimo constitucionalmente assegurado, e não a sua redução, como quer a CNI.
A negociação coletiva já é reconhecida pela CR, em seu Art. 7º, inciso XXVI, mas para acrescer direitos aos mínimos protetivos, e jamais para reduzi-los e suprimi-los, como almeja a CNI. Para a CR, os direitos nela preconizados representam o piso, ficando o teto a ser negociado. Para a CNI, a ordem deve ser invertida, ou seja, esses direitos devem passar a representar o teto, passível de desabamento, por meio de negociação coletiva.
Em uma palavra, pode-se dizer que, para a CNI, negociação coletiva somente se reveste de uma finalidade: flexibilizar direito. Haja hipocrisia.
A negociação coletiva e a proteção dos direitos negociados, por meio de acordos e convenções coletivas, ganharam substancial força com a mudança na jurisprudência do TST, que culminou com a nova redação de sua Súmula 277, para garantir a ultratividade das normas, que se constitui no segundo alvo da CNI, que defende, com ênfase, a sua revogação.
Há de se ressaltar que a CNI não se contenta com a indecorosa proposta de espezinhamento da legislação protetiva do trabalho, hipocritamente chamado de fortalecimento da negociação coletiva. Ela pretende também a anulação de todas as súmulas do TST que tenham esse caráter, bem como o aniquilamento de sua jurisprudência, que ficaria impedida de se firmar em benefício da valorização e do primado do trabalho, sendo-lhe permitido, apenas, assentar as bases para o lucro fácil e máximo: sem limite e sem amarras.
Importa dizer: essa deve ser a “função social” das empresas, cabendo à legislação e ao Poder Judiciário criar os meios e o modo de garanti-la. Ou, em outras palavras, a sociedade tem de servir às empresas e não o contrário, como determinam os Arts. 1º, inciso IV, 170, caput e inciso III, e 193, da CR.
Um passeio pelas 101 propostas da CNI permite ao passeante atento constatar que todo o Art. 7º da CR, todos os Arts. da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que lhe dão suporte, e as principais súmulas do TST, que, nitidamente, possuem relevância social, são alvos de ataque cerrado da CNI: para ela, a guerra contra eles e elas tem de ser sem fronteiras e sem tréguas.
Por isso, um possível êxito da CNI, na sua cruzada para a supressão de direitos, deixaria a ditadura militar envergonhada, pois nem mesmo ela ousou tanto em matéria de supressão de direitos e de construção de relações de trabalho baseada na lei do mais forte.
O sociólogo português Boaventura Souza Santos, em artigo publicado pelo jornal “Folha de S.Paulo”, edição de 30 de janeiro último, com o título “A democracia ante o abismo”, afirma que Portugal caminha a passos largos para ser politicamente democrático e socialmente fascista.
Essas sábias palavras poderão ser emprestadas ao Brasil, caso as propostas da CNI venham a prosperar.
Além do Art. 7º, da CR, são mirados pela CNI, com a pretensão de vê-los abatidos: o Art. 4º, da CLT, Parágrafo único, que garante o FGTS ao trabalhador afastado, para cumprimento de serviço militar; o 58, da CLT, que diz respeito à duração do trabalho, ao excesso de jornada permitido, sem remuneração (dez minutos diários) e às horas in itinere; o 59, § 2º, da CLT, que versa sobre a compensação de horas; o 67, da CLT, que regulamenta o repouso semanal remunerado; o 68, da CLT, que condiciona o trabalho aos domingos à autorização legal; o 70, da CLT, que veda o trabalho em feriados; o 71,§ 3º, da CLT, que trata do intervalo intrajornada; o 73, da CLT, que regulamenta o trabalho noturno, inclusive a duração da hora, que é de 52 minutos e 30 segundos; o 193, da CLT, que trata de periculosidade; o 244, da CLT, que regula o regime de sobreaviso; o 253, da CLT, que regulamenta o trabalho em câmara fria; o 384, da CLT, que impõe o descanso de 15 minutos, em caso de prorrogação de jornada; o 443, da CLT, que proíbe o contrato de trabalho, por prazo determinado, para a atividade fim; o 444, da CLT, que declara nulos os atos que fraudarem a lei; o 445, da CLT, que limita o contrato por prazo determinado, legal, a dois anos; o 484, da CLT, que versa sobre rescisão por culpa recíproca; o 627, da CLT, que diz respeito à dupla vista no processo de fiscalização.
São também alvos a serem abatidos: o Art. 6º, da Lei N. 605, que versa sobre faltas justificadas; o 7º, da Lei N. 605/49, que regula o repouso semanal remunerado; o 28, da Lei N. 8.212/91, que versa sobre a contribuição previdenciária patronal; o 9º, da Lei N. 7.284/85, que assegura um salário ao trabalhador demitido no período de 30 dias que antecedem à data-base; o 9º, do Decreto N. 3.048/99, que determina a incidência de contribuição previdenciária sobre aviso prévio indenizado; o 60, § 3º, da Lei N. 8.213/91, que dispõe sobre o pagamento dos 15 primeiros dias de afastamento do segurado, para tratamento médico.
São, ainda, alvos: dispositivos da Lei N. 7.347/1985, que versa sobre penalidade administrativa, no âmbito do Ministério do Trabalho; a Lei N. 7.418/85, que regula o vale-transporte; a Lei N. 8.078/90, no mesmo sentido da N. 7.347/85; a Lei N. 8.212/91, que regulamenta o custeio da Previdência Social; a Lei N. 8.213/91, que diz respeito aos benefícios da Previdência Social; a Lei N. 8.742/93, que versa sobre o benefício da prestação continuada; a Lei N. 10.101/2000, que trata da participação nos lucros das empresas; a Lei N. 10.593/2002, que estabelece as competências do auditor fiscal; o Decreto N. 3048/99, que regulamenta a Lei N. 8.213/91.
Quanto às súmulas, são alvos da CNI: a 60, que assegura a integração aos salários do adicional noturno, pago com habitualidade; a 85, que exige autorização de convenção ou acordo coletivo, para a compensação de horas; a 244, que trata da estabilidade à gestante, mesmo que o seu contrato seja temporário; a 277, que garante a ultratividade das normas coletivas; a 378, que dispõe sobre a estabilidade do trabalhador acidentado, ainda que sob contrato por prazo determinado; a 429, que regulamenta o tempo à disposição do empregador; a 437, que diz sobre o intervalo intrajornada; a Orientação Jurisprudencial (OJ) 173, inciso II, que estabelece restrições para o trabalho a céu aberto.
A desfaçatez da CNI chega ao extremo de, na proposta N. 76, advogar a tese de que as revisões de jurisprudências do TST não alcancem as situações pretéritas, pendentes de julgamento, mas apenas as que vierem a se concretizar após a sua aprovação. Ou seja, o que já aconteceu fica no buraco preto, sem passivo algum para as empresas. Sem dúvida, um negócio altamente lucrativo. Isto é que hipocrisia.
O inesquecível presidente da Assembléia Nacional Constituinte, deputado federal Ulisses Guimarães, ao promulgar a CR de 1988, aos 5 de outubro daquele ano, disse que a nova Constituição não ficaria como obra inacabada e profanada, pois tinha cheiro de amanhã e não de mofo.
Pois bem. A CNI quer profanar a CR e transformá-la em peça de museu. Parafraseando o referido deputado, pode-se dizer que as propostas dessa confederação patronal têm cheiro de ontem e, portanto, de mofo, senão de putrefação.

À luta contra elas, em defesa da CR.


* José Geraldo de Santana Oliveira é Consultor jurídico da Contee, da Fitrae-BC, da Fitrae- MT/MS, do Sinpro Goiás, do Sintrae-MS, do Sintrae-MT e do Sinpro PE. OAB-GO 14.090


SINTRACOM/BA busca novas estratégias para garantir a segurança nos canteiros

Em pouco mais de um mês, a construção civil da Bahia já registrou o mesmo número de mortes por acidentes de trabalho que em 2012. O operário Lázaro de Oliveira Silva, 21 anos, foi a quarta vítima fatal nos canteiros de obras do estado somente este ano. O ajudante comum, contratado pela empresa RJ na obra do Condomínio Eliza Cavalcanti, no bairro do Imbuí, em Salvador, caiu do alto de um dos prédios em construção, no último dia 7, e não resistiu à queda.

A categoria, que está em campanha salarial, tem entre as principais reivindicações a necessidade de mais segurança e prevenção aos acidentes. Os números do setor que mais gera empregos na Bahia são alarmantes. Em 2011, ocorreram 99 acidentes do trabalho, com 18 mortes; em 2012, o mesmo número de acidentes, com quatro mortes.

De acordo com a diretoria do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil e Madeira da Bahia (SINTRACOM-BA), a falta de fiscalização dos órgãos competentes, unida a ganância patronal que considera investimentos em segurança como gasto, tem contribuído para essa triste estatística.

O dirigente da CTB Bahia e membro da diretoria do SINTRACOM, Florisvaldo Bispo, denuncia que, no estado, o número de fiscais da Superintendência do Ministério do Trabalho é muito aquém da demanda. Segundo ele, o sindicato busca novas estratégias para garantir a segurança nos canteiros. 'Vamos cobrar do órgão responsável por liberar os alvarás, que as licenças sejam expedidas somente após a verificação das condições de trabalho e da área de vivência'.

O dirigente alerta, ainda, que em março deste ano se encerra o prazo limite indicado pelo MTE para a troca dos elevadores a cabo pelos do tipo cremalheira. Em 2011, o rompimento do cabo de segurança de um elevador vitimou, de uma única vez, nove operários em Salvador.

Fonte: Vermelho

Inflação medida pelo IGP-10 cai para 0,29% em fevereiro

Vitor AbdalaRepórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – A inflação medida pelo Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) registrou variação de 0,29% em fevereiro deste ano, taxa inferior à do mês anterior, de 0,42%. Em 12 meses, o IGP-10 acumula alta de 8,06%, segundo dados divulgados hoje (15) pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
A queda do IGP-10 foi provocada por taxas de inflação menores registradas pelos subíndices de Preços ao Produtor Amplo, que mede a variação dos preços no atacado, e de Preços ao Consumidor, que mede os preços no varejo.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo caiu de 0,34% em janeiro para 0,05% em fevereiro. O movimento foi provocado pela queda 2,11% nos preços das matérias-primas brutas, que já haviam registrado recuo de 0,26%.
Já o Índice de Preços ao Consumidor passou de 0,76% em janeiro para 0,74% em fevereiro. O principal responsável por esse comportamento do subíndice foi a queda de 0,93% nos preços do grupo habitação que, no mês anterior, havia registrado aumento de 0,27%.
Em sentido oposto, osubíndice de Custo da Construção aumentou de 0,16% em janeiro para 0,84% em fevereiro. O IGP-10 de fevereiro foi calculado com base em preços coletados entre 11 de janeiro e 10 de fevereiro.
Edição: Lílian Beraldo
Fonte: Agência Brasil

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Sauípe: um morre e dezenas ficam feridos em desabamento

O desmoronamento de uma estrutura metálica no Complexo da Costa Sauípe, na cidade de Mata do São João (Grande Salvador), deixou ao menos um morto e dezenas de feridos nesta quarta-feira, 13. A estrutura, que estava em construção, serviria de palco para um evento da empresa Bradesco na próxima quinta, 14. O acidente ocorreu por volta das 11h.
De acordo com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), a morte de um dos operários da obra foi confirmada no início da tarde desta quarta. A vítima, que ainda não teve o nome identificado, ficou presa às ferragens e chegou a ser resgatada com vida. Entretanto, minutos após o resgate, acabou falecendo. O homem morto, segundo o Samu, aparenta ter 25 anos.
Conforme nota oficial da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), o acidente deixou 50 feridos, sendo que dois estão internados em estado grave e um foi a óbito. “As vitimas foram encaminhadas para três hospitais da rede da Secretaria da Saúde do Estado: Hospital Geral de Camaçari (HGC), Hospital Geral do Estado (HGE) e Hospital Menandro de Farias”, informou em nota.
O Secretário de Saúde de Camaçari, Vital Sampaio, conta que o HGC chegou a receber cerca de 100 feridos, a maioria deles com ferimentos leves. Conforme o secretário, 30 vítimas permanecem no local. Outras foram liberadas ou transferidas para demais unidades da rede estadual de saúde. As polícias de Praia do Forte e Imbassaí, além do Corpo de Bombeiros e ambulâncias do Samu foram deslocadas para a região para prestar socorro às vítimas. A Polícia Militar também teria solicitado o helicóptero do GRAER (Grupamento Aéreo).
Relatos - Gilvani Ferreira, que trabalhava na montagem da estrutura quando o acidente aconteceu, revela que os operários trabalhavam na finalização do palco quando um forte vento derrubou parte da estrutura. “Eu consegui correr a tempo, foi a mão de Deus, mas tinha muita gente lá ainda, em cima”, conta o auxiliar de montagem, que só teve ferimentos leves.
A auxiliar de limpeza Jucileide Silva Batista, que estava na área da estrutura dedicada à cozinha, diversos operários que estavam sobre a construção pularam ao chão quando a estrutura começou a desabar. “Eu fui a última a correr. Pensei que iria morrer. Sobrevivi por sorte”, contou.
Já a pedagoga Patrícia Tavares, hóspede de uma pousada do complexo hoteleiro, contou que as pessoas ouviram um grande estrondo no momento em que a estrutura caiu. “Do nada deu um vento muito forte e levantou a estrutura, minhas duas filhas, que são da área de saúde, ajudaram nos primeiros socorros”, conta a pedagoga que acrescentou ainda que as ambulâncias chegaram sem médicos.
Responsabilidade - De acordo com a assessoria de imprensa do Complexo de Hotéis de Costa do Sauípe, o complexo não tem nenhuma ligação com o evento, que é do Bradesco, mas está oferecendo a assistência necessária aos feridos.
Por volta das 14h, o Bradesco se pronunciou por meio de nota (leia abaixo) e lamentou o acidente, informando que está tomando as providências para atender as vítimas.
Fonte: A Tarde On Line