terça-feira, 5 de novembro de 2013

O custo futuro do uso do amianto

As mortes provocadas pelo uso de artigos contendo amianto já resultaram no banimento do produto em 66 países. Na Itália, onde a utilização do amianto foi abolida em 1982, é alta a incidência de mortes entre os trabalhadores da construção civil, principalmente porque estes manipularam o produto sem qualquer proteção. Em estudo feito na região da Lombardia, no período de 2000 a 2010, ou seja, quase 20 anos após o amianto ter sido banido da região, ainda foram encontrados 3,5 mil casos de contaminação – a maioria das vítimas deve morrer nos próximos anos.
Os efeitos nocivos do produto são ressaltados pelo Critério de Saúde Ambiental 203, de 1998, da Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo o documento, “a exposição ao amianto crisotila aumenta os riscos de asbestose, câncer de pulmão e mesotelioma de maneira dependente em função da dose e que nenhum limite de tolerância foi identificado para os riscos de câncer”. Em função dos riscos inerentes ao uso do amianto, o Brasil adotou uma série de precauções para a sua utilização, como a Resolução 348, do Conselho Nacional do Meio Ambiente, de 2004, que incluiu o amianto na classe de resíduos perigosos.
O pico de mortes no Brasil irá se apresentar, porém, somente por volta de 2020, pois é a partir de 20 anos do contato com o produto que a doença costuma aparecer. Só então os reflexos do uso do amianto (e o custo disso) começarão a ficar mais evidentes nos registros epidemiológicos da saúde pública.Mas, apesar dos muitos argumentos contrários ao uso do amianto, no Brasil a situação ainda não foi devidamente equacionada. O problema toma proporções maiores diante da destruição de telhados ocasionada pelas chuvas torrenciais que ocorrem todos os anos, causando estragos e prejuízos à população. A justificativa usualmente empregada é de que telhas de amianto são mais baratas. O que não se considera, porém, é o custo futuro que o uso do produto terá para o sistema público de saúde e, principalmente, para as próprias pessoas contaminadas. Isso porque, ao promover o conserto dos telhados, as pessoas e trabalhadores, sem qualquer proteção adequada, manipulam as telhas, que se dilaceram e liberam as fibras que podem se alojar no corpo humano – lembrando que basta uma única fibra para causar a morte. Já há, inclusive, casos deste tipo de situação registrados no Paraná.
Há de se considerar, portanto, que existem alternativas ao uso do amianto, compostas de matérias-primas substitutas, comprovadamente não agressivas à saúde coletiva. Isso significa que o banimento do amianto não implicará desemprego, já que não haverá fechamento de fábricas – as indústrias do segmento podem realizar a adaptação dos seus processos de produção e algumas já o fazem com duplicidade de produção, ou seja, com e sem amianto.
Por fim, é importante ressaltar, para fins ambientais, que os resíduos advindos das remoções de produtos para reparos nos telhados ou outros que contenham amianto devem ser encaminhados a aterros de rejeitos industriais, devidamente licenciados, sob a responsabilidade dos fabricantes e comerciantes para a sua correta destinação final. A adoção destas e de outras medidas se faz necessária e urgente, já que saúde e meio ambiente devem estar acima de pequenas economias que, eventualmente, possam ser feitas com o uso das telhas de amianto.
Saint-Clair Honorato dos Santos, procurador de Justiça, é coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Proteção ao Meio Ambiente do Ministério Público do Paraná.



Fonte: Gazeta do Povo, 05 de novembro de 2013

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Inflação este ano deve ultrapassar a de 2012

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil


Brasília - A inflação este ano deve ficar levemente acima do resultado de 2012, quando chegou a 5,84%. Pela projeção de instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve chegar a 5,85%, em 2013. A previsão divulgada na segunda-feira passada foi a de 5,83%. Para 2014, a inflação deve ser ainda maior: 5,92%, a mesma projeção anterior.
As projeções estão distantes do centro da meta de inflação, de 4,5%, e abaixo do limite superior de 6,5%. É função do BC fazer com que a inflação convirja para o centro da meta.
Um dos instrumentos usados pelo BC para influenciar a atividade econômica e, por consequência, a inflação, é a taxa básica de juros, a Selic. Para as instituições financeiras, ao final deste ano, essa taxa estará em 10% ao ano. Ou seja, na última reunião do ano do Comitê de Política Monetária (Copom), nos dias 26 e 27 deste mês, deve ser mantido o ritmo de elevação de 0,5 ponto percentual. Atualmente, a Selic está em 9,5% ao ano.
Este ano, a Selic foi mantida em janeiro e março e elevada em 0,25 ponto percentual em abril e em 0,5 ponto percentual em maio, julho, agosto e outubro. O Copom reúne-se oito vezes por ano.
A pesquisa do BC também traz a mediana das expectativas para a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), que segue em 5,04%, este ano, e em 5,2%, em 2014.
A projeção para o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) foi alterada de 5,81% para 5,79%, este ano, e mantida em 6% em 2014. Para o Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), a estimativa foi ajustada de 5,78% para 5,79%, em 2013, e segue em 5,98% no próximo ano.
A estimativa para os preços administrados foi alterada de 1,7% para 1,6%, este ano, e reduzida de 3,85% para 3,75%, em 2014. Os preços administrados são aqueles cobrados por serviços monitorados, como combustíveis, energia elétrica, telefonia, medicamentos, água e transporte urbano coletivo.
Edição: Talita Cavalcante

FONTE: Agência Brasil

Instituições financeiras mantêm projeção de crescimento da economia em 2,5%

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil


Brasília – Instituições financeiras consultadas pelo Banco Central reforçaram, pela segunda semana seguida, a projeção para este ano. A estimativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) foi mantida em 2,5%. No ano passado, o PIB cresceu 0,9%, depois da expansão de 2,73% em 2011. Para 2014, a instituições financeiras esperam por crescimento menor do que neste ano: 2,13%.
A estimativa das instituições financeiras para a expansão da produção industrial foi alterada de 1,80% para 1,77%, este ano, e de 2,39% para 2,50%, em 2014.
A projeção para a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB foi mantida em 34,5%, tanto para 2013 quanto para o próximo ano.
A previsão das instituições financeiras para o saldo negativo em transações correntes (registro das transações de compra e venda de mercadorias e serviços do Brasil com o exterior) foi mantida em US$ 79 bilhões este ano e passou de US$ 73,35 bilhões para US$ 72,7 bilhões em 2014.
A expectativa para o investimento estrangeiro direto (recursos que vão para o setor produtivo do país) foi mantida em US$ 60 bilhões tanto para 2013 quanto para o próximo ano.
A projeção para a cotação do dólar segue em R$ 2,25, ao final deste ano, e em R$ 2,40, no fim de 2014.
Edição: Graça Adjuto
FONTE: Agência Brasil

MTE anuncia medidas no pagamento do benefício do Seguro-Desemprego

A realização da pré-matrícula do trabalhador nos cursos de qualificação será de forma automática se feita pela 2ª vez num período de 10 anos
Com a finalidade de combater fraudes e reduzir custos no pagamento seguro-desemprego, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) inicia nesta sexta-feira (1º) a implementação de uma série de medidas no pagamento do benefício.
A partir de agora, ao solicitar o Seguro-Desemprego pela segunda vez num período de 10 anos, o sistema Mais Emprego, do MTE, vai considerar o trabalhador candidato prioritário aos cursos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). Antes, essa exigência era no terceiro pedido no período de dez anos.
A realização da pré-matrícula do trabalhador nos cursos será de forma automática no Portal que comunicará ao Ministério da Educação (MEC) e ao próprio órgão que o beneficiário necessita fazer curso de qualificação profissional para receber o benefício. Esta solução visa assegurar o controle de matriculados e não matriculados, frequência e evasão permitindo, quando for o caso, o cancelamento automático do benefício caso o trabalhador não freqüente o curso no qual está inscrito.
O MTE anuncia ainda mudança no pagamento do Seguro-Desemprego ao pescador artesanal, com a implantação de aplicativo informatizado no Portal Mais Emprego que exige, na rotina diária de habilitação ao Seguro-Desemprego – Pescador Artesanal, a validação dos computadores da rede de atendimento por parte dos chefes e gerentes de postos.
As mudanças ocorrem, segundo o secretário de Políticas Públicas de Emprego, Silvani Pereira, após a realização de vários testes e de um programa piloto em parceria com a Dataprev. “A Secretaria de Políticas Públicas de Emprego (SPPE) vai colocar em execução a implementação das soluções via Portal MTE – Mais Emprego que garantirá maior segurança e facilita a realização de cursos de qualificação pelos beneficiários do programa”, salientou.

A nova rotina no pagamento do Seguro ao pescador artesanal, segundo o secretário, impedirá que usuários acessem o Portal e façam inserção de requerimentos ou outra ação via computadores não autorizados. “Isso vai minimizar o risco de captura de dados por fraudadores e a inserção indevida de requerimentos”, avaliou.

FONTE: MTE

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Dilma inaugura via expressa na Bahia


Heloisa Cristaldo*
Repórter da Agência Brasil



Brasília - A presidenta Dilma Rousseff volta hoje (1º) à Bahia para inaugurar a Via Expressa da Bahia de Todos os Santos – obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A cerimônia será às 11h, em Salvador. Dilma esteve no estado, há duas semanas, quando anunciou investimentos do PAC Mobilidade Urbana.

De acordo com o governo baiano, o trajeto entre a BR-324 e o Porto de Salvador foi reduzido em 3,2 quilômetros, com seis rotas alternativas. São dez faixas de tráfego – seis para tráfego urbano e quatro exclusivas para veículos de carga –, três túneis, 14 elevados, duas passarelas, além de ciclovia, pista de rolamento e passeios. Foram investidos na obra, executada pela Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder), um total de R$ 480 milhões, resultado de parceria dos governos federal e estadual.
Quando esteve no estado, há 15 dias, Dilma também entregou 1.740 residências em Vitória da Conquista. A presidenta também assinou ordem de serviço para a construção de novo trecho do sistema metroviário que liga a cidade a Lauro de Freitas, na região metropolitana. A presidenta retorna a Brasília após o evento.
*Colaborou Danilo Macedo
Edição: Talita Cavalcante

FONTE: Agência Brasil

Cresce otimismo dos empresários da construção civil


Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil



São Paulo - Pesquisa da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) mostra que os empresários do setor estão mais otimista e esperam aumento de vendas neste mês de novembro. Ao serem consultados para classificar se o período será bom, 76% responderam acreditar nisso. Em outubro, 68% que tinham essa expectativa.

“Os estímulos do governo federal por meio dos programas de melhoria de renda das famílias, associados à baixa taxa de desemprego e à disponibilidade de credito em condições favoráveis para reformas e ampliações têm mantido uma demanda favorável para materiais de construção. Esperamos que os projetos de infraestrutura deslanchem neste final de ano para podermos ter o último trimestre do ano mais aquecido”, informa em nota o presidente da Abramat, Walter Cover.
Após se reunir na quarta-feira (30) com o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, em Brasília, o executivo admitiu que há possibilidade de o setor fechar o ano com crescimento de 2,5% nas vendas. Para 2014, ele acredita em um avanço mais significativo entre 4% e 5%.
A sondagem da Abramat mostra ainda que 71% das empresas pretendem investir nos próximos 12 meses –  4 pontos percentuais a mais do que o apresentado em setembro (67%) e igual ao mesmo período de 2012.
Quanto ao nível atual de Utilização da Capacidade Instalada foi detectada a mesma taxa do mês anterior: 83%.
Edição: Talita Cavalcante

FONTE: Agência Brasil

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Lula diz que ascensão dos pobres incomoda elite brasileira

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem (30), durante solenidade em comemoração aos dez anos do Bolsa Família, em Brasília, que a ascensão econômica e social dos mais pobres incomoda a elite brasileira.
“Sei que incomoda muita gente este programa, porque os pobres estão evoluindo em Pernambuco, na Bahia, em Sergipe.... estão usando uns maiôs que só parte da sociedade usava. Agora a empregada chega para trabalhar usando o mesmo perfume que a patroa, o jardineiro usa o mesmo carro que o patrão, quando chega no aeroporto está tudo abarrotado de gente. É duro...”, ironizou Lula.
A cerimônia contou com a presença da presidenta Dilma Rousseff e e diversos ministros, além de parlamentares, outras autoridades e grupos de beneficiados do Bolsa Família vindos de várias regiões do país.
Segundo Lula,  em um país com um histórico marcado pela exclusão social era de se esperar “dúvidas e prejulgamentos” em relação a programas sociais.
O ex-presidente começou seu discurso relembrando das muitas críticas que jornalistas, especialistas e parlamentares fizeram e  ainda fazem ao programa.
“Um programa que já atende a quase 14 milhões de famílias é tratado por alguns hipócritas como se fosse uma corrupção ou fraude sem o menor respeito. Chegaram a dizer que era bolsa-esmola, que formava mendigos, que era uma tragédia social, fácil de entrar mas difícil de sair. Gostaria que hoje estes críticos assistissem a apresentação feita pela ministra Tereza Campello”, afirmou.
Para ele, nenhum outro programa na história do país teve o impacto do Bolsa Família. “Vivíamos em um país para ricos e para a classe média, enquanto o resto vivia em uma não-pátria, desconhecia seus direitos e sua humanidade. O programa integrou ao Brasil as pessoas marginalizadas do processo econômico, mas apartadas principalmente dos processos sociais.”
Lula voltou a comparar os investimentos sociais aos gastos com as guerras promovidas pelos Estados Unidos no mundo.
“Hoje sabemos que, além das perdas humanas, a guerra do Iraque consumiu US$ 3 trilhões. Com esse dinheiro seria possível a implantação de programas de transferência de renda para 1,5 bilhão de pessoas em todo o mundo”, assegurou


FONTE: Rede Brasil Atual, 31 de outubro de 2013