26/05/2011
Era uma bela tarde de quarta-feira 25 de maio de 2011. As Centrais Sindicais marcaram para se encontrarem na chapelaria do Congresso Nacional (principal portão de entrada do Congresso), mas logo chegou à mensagem do presidente da casa que mandou avisar que receberia os trabalhadores no salão negro do palácio.
Em momentos anteriores, só os chefes de estado de outros países, reis e rainhas eram recebidos pelos Chefes de Estado brasileiro no tapete vermelho. Mas, o presidente da Câmara dos Deputados, deputado Marco Maia, fez questão de destacar em seu discurso que “ao receber os trabalhadores no tapete vermelho, a Câmara garante que aqui é a casa do povo e que recebe os trabalhadores da mesma forma que recebe as autoridades”.
A entrada pelo tapete vermelho e o atendimento no Salão Negro do Congresso, é uma conquista dos trabalhadores que através de suas centrais sindicais, buscam o respeito a quem constrói as riquezas este país.
As Centrais foram pedir ao Presidente da Câmara, que coloque em pauta do Congresso a Redução da Jornada de Trabalho sem redução de salário. Os representantes das centrais, que questionaram a demora da Câmara em votar uma matéria desta envergadura. O representante da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil - CTB, Pascoal Carneiro, disse que os "trabalhadores estão esperando que o presidente da Casa faça como o presidente Lula, que reconheceu as centrais sindicais. Saia da Presidência da Câmara dos Deputados como aquele que aprovou a redução da jornada de trabalho", declarou. Carneiro informou ainda que a redução da jornada de trabalho possibilitará a criação de mais de 2,8 mil novos empregos diretos e garantiu ainda que, na votação da proposta, ainda sem data marcada, as centrais sindicais trarão mais de 100 mil trabalhadores para esplanada.
Foram mais de 1000 sindicalistas da CTB, CGTB, CGT, CUT, Força Sindical e UGT |
O deputado Paulinho (PDT-SP), que também é presidente da Força Sindical disse que as centrais sindicais não irão sossegar "Todas as semanas estaremos aqui para cobrar dos líderes e deputados a votação da matéria porque temos esperança de que, após 16 anos de tramitação, com o senhor [Marco Maia] na Presidência, nos podemos votar a matéria e os trabalhadores possam ter o benefício das 40 horas", declarou.
O deputado Roberto Santiago (PV-SP) ressaltou que "isso é dignidade, respeito e significa que a história do País está mudando", declarou o parlamentar que é vice-presidente da União Geral dos Trabalhadores, a respeito da recepção do Presidente da Câmara.
O Senador Inácio Arruda (PCdoB/CE), autor do projeto de redução da jornada de trabalho, representado pelo deputado Protógenes Queiroz (PCdoB/SP) parabenizou as centrais sindicais e afirmou que o momento é mais que propício para pautar esse tema e só a pressão popular fará com que os deputados se sensibilizem e vote a redução da jornada.
O Deputado Assis Melo (PCdoB/RS) disse que o momento é esse e os trabalhadores não podem mais esperar, a Câmara tem a responsabilidade de votar a redução da jornada de trabalho sem redução de salário. Melo finalizou, colocando seu gabinete a disposição dos trabalhadores para pressionar os deputados.
O presidente da Câmara, deputado Marco Maia, garantiu que criará uma câmara de negociação para discutir a proposta de emenda à Constituição (PEC) 231/05, que prevê a carga de trabalho de 40 horas semanais.
"Temos compromisso com a pauta dos trabalhadores, mas vai ser necessária a articulação dos sindicatos para levar adiante esse processo". Maia também destacou que vai instalar uma comissão especial para tratar das terceirizações.
Miraldo Vieira é Secretário Geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria da Construção e do Mobiliário - CONTRICOM
Nenhum comentário:
Postar um comentário