quarta-feira, 9 de novembro de 2011

A FOME RONDA OS LARES E OS TRABALHADORES DA CONSTRUÇÃO CIVIL LUTAM POR SEUS DIREITOS


São tempos difíceis para os trabalhadores, em geral e para os trabalhadores da construção civil, em particular. Demitidos em massa, em julho deste ano, milhares de trabalhadores esperam, ansiosamente, pelo cumprimento de compromissos de ordem legal que teimam em não ser respeitados.
A R. Carvalho não paga as rescisões trabalhistas a que tem direito e apesar de vários ajustes e pactuações envolvendo, inclusive o banco safra, até o presente momento não foram pagas as verbas rescisórias. Não conseguem sacar FGTS simplesmente por que não foi depositado. Os 40% a que fazem jus a título de multa rescisória, considerando que as demissões não têm justa causa, são desejados, mas não são pagos. Assim, vêem o espectro da fome rondar seus lares e buscam apoio da sociedade no sentido de uma busca conjunta de soluções. A luta está no território judicial. Há esperanças, mas o esgotamento e a tolerância dos trabalhadores parecem estar chegando ao fim.
A caixa parece desejar lavar as mãos como pôncio pilatos e abandona os interesses dos trabalhadores, que a acusa de defender os patrões.
Existe a possibilidade de novas paralisações nos canteiros de obras de feira de Santana. A atividade econômica está reduzindo embora o governo central ainda esteja a exibir bons e generosos números no setor do emprego. Os trabalhadores reclamam de insegurança e precarização trabalhista haja vista que acusam as empresas contratadas pela caixa de cometerem crime de apropriação indébita sob a ótica tolerante e leniente do banco estatal. Os trabalhadores denunciam, nas ruas, que a R. Carvalho não recolheu o FGTS dos trabalhadores e que descontou mas não depositou o INSS da massa de desempregados que podem ver suas potenciais aposentadorias ameaçadas pelo não cumprimento da lei.
As estatísticas exibidas pela política chapa branca voltam a engordar, entretanto, o que se vê nas ruas é protesto descontentamento e a sombra impiedosa da fome a ameaçar os explorados.
TRABALHADORES COBRAM SEUS DIREITOS
Concentrados em frente à sede da caixa econômica de Feira de Santana/Bahia, trabalhadores da construção civil liderados pelo Sintracom/FETRACOM/BA/CTB, denunciam o não cumprimento de vários acordos estabelecidos com a participação da caixa e da R.Carvalho, empresa do ramo da construção civil que demitiu 5.222 trabalhadores envolvidos nas obras do projeto minha casa,minha vida em Feira de Santana, no mês de julho de 2011.
Dirigiram-se de forma ordeira e pacífica até a sede da caixa e lá se estabeleceram sem tempo definido, segundo os oradores, para afastar-se. Revelaram o seu profundo desencanto com a Caixa Econômica e com o governo federal, acusado de abandoná-los num favorecimento escancarado, pelos patrões. Queixam-se de dificuldades várias, dentre elas desordens econômico-financeiras que os está levando ao desespero e à fome.
Aguardavam, ansiosamente, o cumprimento de um novo acordo intermediado pelo banco safra (banco privado) que emprestaria R$10 milhões à empresa em dívida com os milhares de trabalhadores despedidos sem justa causa, para amortizar a estratosférica dívida de cerca de R$21 milhões que a R.Carvalho tem com os operários.
Denunciam a omissão da Caixa Econômica no que diz respeito ao não recolhimento por parte da R.Carvalho do FGTS e do INSS de milhares de empregados ,que era descontado em folha e não recolhido à previdência, o que caracteriza apropriação indébita. Consideram que as suas dores e sofrimentos devem-se, em parte, à tolerância excessiva que a caixa tem demonstrado com a empresa não cumpridora dos seus deveres legais.
A decepção dos trabalhadores com o governo federal e a caixa econômica foi escancarada nas ruas. Os trabalhadores depositam suas esperanças na justiça do trabalho.
Enquanto lutam, a fome ronda os seus lares!
Mais de 20.000 seres humanos dependem dos salários destes trabalhadores e, com a inflação que parece fugir do controle oficial, as dificuldades crescem em proporção geométrica. Clamam por justiça e confiam e agem segundo a lei, mas já demonstram sinais de esgotamento. Enquanto esperam, o governo exibe números bombásticos de emprego na região de Feira de Santana que desconsideram as maciças demissões de julho e traçam um quadro que tenta negar as realidades de milhares de trabalhadores abandonados pelo governo federal e pelos partidos ditos de esquerda (por coerência deveriam estar a defendê-los). Faça-se exceção ao PCdoB, que através da CTB está na linha de frente deste árduo combate social.

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