Representantes de 17 confederações nacionais de
trabalhadores receberam o ministro do Trabalho e Emprego, Brizola Neto, na
tarde desta quinta (22/11), na sede da Confederação Nacional dos Trabalhadores
do Comércio (CNTC), em Brasília, para discutir as alterações da Portaria 186,
que trata do registro sindical. O MTE adiou a conclusão do texto, enquanto
lideranças sindicais aproveitaram o momento para criticar a falta de estrutura
do órgão e exigir maior participação das confederações nos debates e demais trabalhos
desenvolvidos pelo MTE. O encontro também foi marcado por manifestações pelo
fim do Fator Previdenciário.
Na ocasião, Brizola Neto defendeu o diálogo
permanente com as confederações e a garantia da unicidade sindical. No entanto,
o ministro adiou a conclusão do texto, ainda sem data definida.
"Nosso entendimento é criar um conjunto de
regras com as confederações que inibisse de certa forma o fracionamento
indiscriminado e preservasse a unicidade e a representação dos trabalhadores,
principalmente na base. E que não incentivasse mais a disputa indiscriminada
por base de trabalhadores, sem fazer alterações naquilo que é uma estrutura
consagrada na representação dos trabalhadores brasileiros, que é justamente as
entidades de grau superior e o sistema confederativo. Nosso compromisso está
mantido, e antes de editar a portaria, temos como compromisso fazer uma
conversa final com as confederações patronais e as centrais sindicais, e não
entrar em uma discussão que vá nos dividir.", afirmou.
Para Artur Bueno de Camargo, presidente da
Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins
(CNTA Afins), embora todo o esforço do ministro para defender a sua posição
pela unicidade sindical em todas as instâncias, a maior força do governo é pela
pluralidade sindical. “A audiência, embora tenha sido de grande valia para a
discussão de um ajuste na Portaria 186 para a criação de entidades sindicais, o
ponto principal da Portaria 186 percebemos que a tendência é permanecer a
pluralidade sindical para as entidades de grau superior, o que significa que
poderá haver mais de uma federação da mesma categoria no mesmo estado, como
também mais de uma confederação da mesma categoria em nível nacional. Por outro
lado, isso significa que uma das reivindicações das confederações, que é
alterar o parágrafo da Portaria 186 que coloca que prevalece a entidade filiada
e não vinculada, como consta na lei, também pelas palavras do ministro, deverão
permanecer. Portanto, no próximo dia 29, o FST estará reunindo todas as
confederações de trabalhadores filiadas para discutir e tomar uma posição
referente ao assunto.”, afirma Bueno.
"A forma que esse ministério e o governo em
geral vem tratando as confederações, nos revolta. Embora esta reunião tenha
sido para que o MTE apresentasse a minuta das mudanças da Portaria 186,
precisamos deixar claro que é preciso também reestruturar as delegacias do MTE,
que estão às traças, principalmente, no interior dos estados. É importante que
o ministro não entenda que não queremos estar inseridos apenas nesta discussão,
mas em todas as questões que envolvem o movimento sindical neste país",
declarou ainda Bueno, destacando ser favorável à atualização do quadro de
atividades e profissões, na concessão do registro sindical, com base no artigo
577 da CLT.
Clarice Gulyas
Assessora de imprensa da CNTA Afins
Assessora de imprensa da CNTA Afins
Nenhum comentário:
Postar um comentário