quinta-feira, 30 de maio de 2013

Trabalhadores da construção civil de Sergipe continuam em greve por valorização e reajuste.

A negociação salarial entre trabalhadores e empregadores da construção civil permanece emperrada. O Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Sergipe (Sintracon/SE) pede reajuste de 15% e o Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon/SE) oferece 8%. Diante do impasse, a categoria mantém a greve iniciada no dia 13.
Além do reajuste, os cerca de treze mil trabalhadores e trabalhadoras da construção civil reivindicam ticket alimentação no valor de R$ 150 e plano de saúde, entre outros pontos, como a valorização da categoria.
Na última segunda-feira (27), centenas de trabalhadores participaram de um ato público em Aracaju. Reunidos na Praça Olímpio Campos, os manifestantes saíram em marcha pelas principais ruas e avenidas do Centro da capital e seguiram até a tradicional Colina do bairro Santo Antônio.
Responsável pela série de mobilizações, a direção do Sintracom garantiu que sem negociação não existe a possibilidade dos operários voltarem aos trabalhos. "Nossa missão é conquistar sucesso no pleito desse ano e atender ás necessidades da categoria. As empresas faturam muito todos os anos e nossos companheiros continuam sendo desvalorizados. Já passamos de 15 dias de greve e vamos continuar até que um acordo seja firmado e satisfatório para ambas as partes", disse o presidente do Sintracom, diz Raimundo Reis
Ainda de acordo com o sindicalista, a única contraproposta que o grupo empresarial apresentou aos trabalhadores, em nenhum aspecto conseguiu agradar a maioria. Segundo Raimundo Reis, todos permanecem abertos para qualquer tipo de nova negociação. "Estamos dispostos a conversar e debater novamente as nossas reivindicações, mas eles não vêm se mostrando interessados em conversar e chegar a um acordo. Os trabalhadores estão muito unidos, talvez como nunca visto nas últimas décadas. Estamos passando por um momento histórico e não vamos permitir que a nossa honra seja quebrada", concluiu.
A única contraproposta que o Sinduscom se refere, trata-se de um acordo firmado há dez dias durante audiência pública na Delegacia Regional do Trabalho e Emprego (DRT), onde foi oficializado um reajuste salarial de 8% e R$ 50 de ticket alimentação.
altA paralisação dos trabalhadores do setor conta com o apoio da CTB-SE e do Sindicato dos Bancários do Sergipe, que divulgaram uma nota defendendo os direitos da categoria.
“A greve é justa. A categoria recebe o pior salário do País e optou pela paralisação das atividades porque não conseguiu avançar nas negociações com o patronato”, afirma Edival Góes, presidente da CTB-SE.
Segundo Edival, o papel dos classistas é apoiar a luta para por melhores condições de trabalho e de salários dos trabalhadores organizados. “A greve dos operários da construção civil deve ter o apoio da opinião pública. Mesmo porque ninguém é feliz sozinho. Os empresários devem dividir seus lucros com aqueles que, no dia a dia, constroem suas riquezas”, salienta. 

Portal CTB com agências

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Salário médio cresceu 8,17% em 3 anos


O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta (24) que o salário médio do brasileiro cresceu 8,17% em termos reais (acima da inflação) entre os anos de 2008 e 2011. A remuneração média do trabalhador no Brasil neste período foi de 3,3 salários mínimos. Na Bahia, a média foi de 2,7 salários mínimos.

O IBGE também mediu o salário por escolaridade, detectando que no período quem tinha ensino superior (17,1% dos trabalhadores) percebia uma remuneração 219,4% maior que os que não possuíam o diploma, algo em torno que 82,9% da mão-de-obra assalariada.

Trabalhadores com nível superior ganhavam, em média, R$ 4.135,06 por mês, enquanto que os demais tinham um salário médio de R$ 1.294,70. No quesito sexo, os homens ganham mais, com salário médio de R$ 1.963,00, contra R$ 1.561,00 das mulheres.

A pesquisa mostrou ainda que entre 2008 e 2011 foram criados 6,8 milhões de empregos formais no país.

Fonte: Bahia todo dia.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Café com a presidenta: Brasil criou 4 milhões de empregos formais no governo Dilma

Mais emprego e salário em expansão são os fatores essenciais para a diminuição da desigualdade no nosso país"

Transcrição

Apresentador: Olá, bom dia! Eu sou o Luciano Seixas e começa agora mais um Café com a Presidenta Dilma. Bom dia, presidenta! Presidenta: Bom dia, Luciano! E bom dia para você que nos acompanha aqui no Café hoje!

Apresentador: Presidenta, hoje, eu queria conversar com a senhora sobre a geração de emprego no Brasil. A senhora tem uma boa notícia para contar para a gente, não é mesmo?Presidenta: Tenho sim, Luciano, e a notícia é ótima. Veja só, no meu governo, nós já criamos mais de 4 milhões de novos empregos, todos com carteira assinada. Chegamos a essa marca histórica agora no mês passado, em abril, quando foram gerados quase 200 mil novos postos de trabalho. A notícia é tão boa que vale a pena repetir: entre janeiro de 2011 e abril deste ano de 2013, o Brasil criou 4,139 milhões de empregos com carteira assinada. O número é extraordinário e a sua importância fica ainda maior quando comparamos a nossa situação com a dos países desenvolvidos, em especial os países da Europa, onde o desemprego, Luciano, tem crescido para níveis estratosféricos. Para nós, Luciano, esse aumento do número de vagas de trabalho é importantíssimo, porque um dos objetivos estratégicos do meu governo é manter o emprego em crescimento. Mais emprego e salário em expansão são os fatores essenciais para a diminuição da desigualdade no nosso país.
Apresentador: Presidenta, quais setores estão gerando mais emprego no Brasil?Presidenta: Olha, Luciano, o setor de serviços foi o responsável pela geração de quase metade desses 4,139 milhões de empregos novos gerados no meu governo. Esse aumento do emprego no setor de serviços acontece nos países cujo crescimento eleva o nível de vida da sua população, se traduzindo em um aumento e na diversificação do consumo, Luciano. A população modifica o seu padrão de consumo, demanda mais serviços e de forma mais diversificada. O Brasil não é diferente disso. Só as áreas de saúde e educação foram responsáveis por 437 mil novas vagas. Ampliou-se muito também as oportunidades de trabalho no setor de serviços financeiros, devido à chamada bancarização da nossa população, ou seja, nossa população, que antes não usava banco, passou a usar banco. Também pela ampliação do comércio, diversificou-se o comércio no Brasil. Até no interior do Brasil, hoje, há demandas por bens e por serviços. E também a chamada tecnologia da informação, que se espalhou por todos os setores de atividade no país.

Apresentador: Presidenta, a indústria também está aumentando o emprego?Presidenta: Ah, Luciano, a indústria está, sim, aumentando. Só no meu governo foram criados 470 mil postos de trabalho na indústria. Esse crescimento do emprego está ocorrendo em várias atividades, como, por exemplo, a indústria têxtil, a indústria química, a indústria de alimentos e a indústria que produz, por exemplo, material de transporte. Se a indústria contrata novos trabalhadores, Luciano, é porque ela está aumentando a produção. E isso é importante para toda a economia, porque a indústria é capaz de movimentar todos os setores da economia, como comércio, os serviços e agricultura. Veja, por exemplo, a indústria de material de transporte.

Apresentador: O que esse setor produz, presidenta?Presidenta: Olha, Luciano, a indústria de material de transporte produz carros, caminhões, ônibus, vagões, locomotivas, motoniveladoras, retroescavadeiras e, obviamente, as autopeças decorrentes desses setores. É uma indústria que tem efeitos importantes sobre toda a economia e sobre a geração de empregos. Foi por isso que nós fizemos várias medidas para estimular esse setor. Por exemplo: diminuímos o IPI dos carros e dos caminhões, diminuímos os juros dos empréstimos para quem compra caminhões e ônibus, e também desoneramos a folha de pagamento das empresas de transporte coletivo.

Apresentador: E tem também as compras que o governo vem fazendo nessa indústria do transporte, não é, presidenta?Presidenta: Luciano, muito bem lembrado. Nós temos comprado, por exemplo, vagões e trens, ambulâncias para reforçar o Samu, motoniveladoras, retroescavadeiras e ônibus escolares para serem doados às prefeituras. Essas compras que o governo federal faz, Luciano, melhoram a vida da população e também ajudam a aquecer a produção da indústria e isso gera emprego, necessariamente. Para você ver, Luciano, como as compras do governo já estão ajudando a criar empregos nesse setor, vou te dar um exemplo: no ano passado, durante todo o ano, essa indústria criou 2.680 novos postos de trabalho. E agora, só nos quatro meses desse ano de 2013, essa indústria criou quase 20 mil novos empregos. Ou seja, Luciano, mais sete vezes do que todo o ano passado. Olha, Luciano, as compras governamentais também são importantes para estimular as micro e as pequenas empresas, aliás, um dos setores que mais gera empregos no Brasil. É bom lembrar, Luciano, que 21% dos bens e serviços adquiridos pelo governo federal em 2012, e eu estou falando aí, Luciano, de todos os bens e serviços, foram fornecidos pelos pequenos negócios, que geram um total de 14 milhões de empregos no Brasil.

Apresentador: Presidenta, agora conta para a gente como está a criação de vagas na construção civil, que é um setor que emprega muita gente.
Presidenta: Veja, Luciano, só no meu governo foram criados mais de 500 mil empregos na construção civil, e esse aumento também é, em parte, resultado dos investimentos privados e públicos que estão sendo feitos no nosso país. São investimentos para melhorar as estradas do Brasil, investimentos nos metrôs, nas obras de saneamento, nas novas usinas hidrelétricas e também, é claro, nesse projeto extraordinário que é a construção de casas e apartamentos do Minha Casa Minha Vida para as populações mais pobres do Brasil. Aliás, a criação de empregos é um lado muito importante do Minha Casa Minha Vida. Você sabe, não é, Luciano, que nós já entregamos 1,1 milhão de moradias e estamos construindo mais 1,3 milhão de casas pelo Brasil afora. E iremos contratar, até o final de 2014, mais 1 milhão de casas, de novas casas, novos apartamentos. Assim, estamos realizando o sonho da casa própria para milhões de famílias e, ao mesmo tempo, gerando emprego e renda para muitas outras.
Apresentador: Presidenta, é por tudo isso que o desemprego está diminuindo no Brasil?
Presidenta: Ah, Luciano, é sim. Para você ter uma ideia, a taxa de desemprego tem se mantido nos menores níveis da nossa história. Em março deste ano, por exemplo, a taxa de desemprego foi de 5,7% - a menor para os meses de março dos últimos 11 anos. Isso mostra, Luciano, que o Brasil vive hoje praticamente em pleno emprego e que o desemprego tende a se manter muito baixo.

Apresentador: E a geração de empregos ajuda a reduzir a pobreza e a desigualdade, não é, presidenta?Presidenta: Com certeza, Luciano. A crescente formalização do trabalho no Brasil, a valorização do salário mínimo, cujo poder de compra cresceu mais de 70% nos últimos dez anos, os 19,5 milhões de empregos gerados nesses dez anos mais a cobertura de políticas sociais de combate à pobreza, como o Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, Luz para Todos, e tantas outras são os grandes responsáveis pela redução da desigualdade no Brasil, que nos orgulha muito perante a nós mesmos e perante ao mundo.

Apresentador: Presidenta, as notícias são boas, mas, infelizmente, o nosso tempo hoje chegou ao fim. Obrigado por mais esse Café.Presidenta: Obrigada, Luciano. E uma boa semana para você e um abraço para os nossos ouvintes.
Apresentador: Você que nos ouve pode acessar o Café com a Presidenta na internet, o endereço é www.cafe.ebc.com.br. Nós voltamos na próxima segunda-feira. Até lá.

Estudo do Ipea aponta que déficit habitacional caiu 12% em cinco anos

O déficit habitacional no país caiu 12% em cinco anos, de acordo com a Nota Técnica Estimativas do Déficit Habitacional Brasileiro por Municípios, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad-IBGE), os pesquisadores concluíram que a deficiência de 5,6 milhões de habitações, registrada em 2007, caiu para 5,4 milhões, em 2011.
A redução do problema foi identificada em quase todas as regiões do país. Apenas na Região Centro-Oeste o déficit habitacional aumentou. A região, assim como a Norte do país, é uma das responsáveis pelo forte crescimento populacional dos últimos dez anos. Na Norte, apesar do índice cair, o número absoluto de domicílios em situação caracterizada de déficit foi quase 600 mil domicílios.
A maior queda do problema foi registrada no Nordeste que, apesar da redução, ainda mantém números expressivos. Quando os pesquisadores avaliaram as situações de casas onde mais de três pessoas dividem o mesmo quarto, municípios do Maranhão apareceram destacados. O estado concentra mais de 30% dos seus domicílios incluídos no déficit habitacional por esse item. Amazonas e Pará também aparecem com mais de 20% dos domicílios em situação de déficit, considerando o mesmo tipo de análise.
Na lista geral, que considera todos os quesitos responsáveis pela deficiência habitacional do país, apenas as capitais aparecem no topo do ranking dos dez municípios com maiores déficits. São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Salvador ocupam as quatro primeiras posições. A escala muda quando a análise é sobre o número de domicílios precários. Nesse caso, São Paulo se mantém na liderança negativa, mas Manaus aparece como o segundo pior município neste quesito.
O levantamento, que ainda incluiu dados do Censo de 2010, considerou situações de domicílios precários, coabitação - famílias que moram temporariamente na mesma residência -, famílias que comprometem mais de 30% da renda no pagamento de aluguel e, casas onde mais de três pessoas dividem o mesmo quarto.
O ônus excessivo com aluguel foi identificado, principalmente, entre moradores de São Paulo, do Rio de Janeiro, de Minas Gerais e da Bahia, como o principal problema. De acordo com os pesquisadores, o comprometimento de uma parcela maior da renda para o pagamento de aluguel passou a ser a causa mais importante no levantamento sobre a deficiência habitacional do país, atingindo 3,5% dos domicílios pesquisados, ou seja, mais de 2,1 milhões de famílias gastam mais de 30% de sua renda com aluguel.
Nas últimas análises, a coabitação era a componente que mais influenciava o índice. “A coabitação – que representava o componente mais relevante em 2007 – foi também a que mais caiu, com redução de cerca de 1 ponto percentual, ou perto de 500 mil domicílios em quatro anos”, destacaram os pesquisadores, que dizem que essa queda foi “compensada” pelo aumento proporcional dos casos em que as famílias gastam uma porcentagem considerada excessiva com o pagamento de aluguel.
O estudo do Ipea ainda aponta que, apesar da redução geral do déficit registrada em todo o país, a estrutura do déficit nos domicílios com renda domiciliar de até três salários mínimos ficou mantida nos mesmos patamares. Essa parcela da população concentra quase 70% dos domicílios com déficit. Pelo levantamento, a redução da deficiência habitacional entre 2007 e 2011 foi mais intensa nas áreas rurais, com redução de 125 mil domicílios na taxa negativa. Nas áreas urbanas, a redução do déficit foi de menos 60 mil domicílios.
“O déficit habitacional brasileiro é majoritariamente urbano (81%). Proporcionalmente, entretanto, o déficit compõe mais de 15% dos domicílios rurais, contra pouco mais de 10% nos domicílios urbanos”, destacaram os pesquisadores. Apesar da situação rural ter melhorado, essas regiões ainda são caracterizadas pela precariedade das residências que impactam 75% do déficit total rural.

Fonte: Agência Brasil, 20 de maio de 201

Dilma: emprego e salário em expansão são essenciais para reduzir desigualdade

A presidenta Dilma Rousseff disse hoje (20) que a criação de 4,139 milhões de empregos formais no país, desde janeiro de 2011, tem importância ainda maior quando considerada a situação de países desenvolvidos, sobretudo europeus, que sofrem com o desemprego. "Mais emprego e salário em expansão são fatores essenciais para a diminuição da desigualdade no país", observou.
No programa semanal Café com a Presidenta, Dilma destacou que o setor de serviços foi responsável pela geração de quase metade das vagas geradas no período. O resultado, de acordo com a presidenta, se deve à elevação do nível de vida dos brasileiros. "A população modifica o seu padrão de consumo, demanda mais serviços e de forma mais diversificada", explicou.
Ela lembrou que as áreas de saúde e educação foram responsáveis por 437 mil novas vagas, enquanto a indústria respondeu por 470 mil postos de trabalho e a construção civil, por mais de 500 mil empregos.
"A crescente formalização do trabalho no Brasil, a valorização do salário mínimo, cujo poder de compra cresceu mais de 70% nos últimos dez anos, os 19,5 milhões de empregos gerados nesses dez anos mais a cobertura de políticas sociais de combate à pobreza, como o Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida, Luz para Todos e tantas outras são os grandes responsáveis pela redução da desigualdade no Brasil", acrescentou.
Fonte: Agência Brasil, 20 de maio de 2013

sábado, 18 de maio de 2013

Grávidas sob aviso prévio têm estabilidade

Lei promulgada nesta sexta-feira (17) pela presidenta, Dilma Rousseff, garante o direito de estabilidade no emprego ás trabalhadoras

Brasília, 17/05/2013 - Lei sancionada nesta sexta-feira (17) pela presidenta Dilma Rousseff garante à trabalhadora gestante a estabilidade no emprego, mesmo que esteja em aviso prévio.
A Lei nº 12.812 modifica a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), acrescentando o artigo 391-A: "A confirmação do estado de gravidez advindo no curso do contrato de trabalho, ainda que durante o prazo do aviso prévio trabalhado ou indenizado, garante à empregada gestante a estabilidade provisória prevista na alínea b do inciso II do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias".
O projeto da atual lei havia sido aprovado em março pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados e, até antes da mudança, a lei não tratava do aviso prévio. A trabalhadora não podia ser demitida sem justa causa somente com a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto.
Jurisprudência - A extensão do direito à estabilidade à gestante em aviso prévio reflete jurisprudência já consolidada do Tribunal Superior do Trabalho no sentido de que a concepção no durante o curso do aviso prévio assegurará a estabilidade provisória da empregada gestante. Ou seja, a condição essencial para assegurar a estabilidade à empregada grávida é o fato de a gravidez ter ocorrido durante o contrato de trabalho, independentemente do conhecimento do fato pelo empregador.
A justificativa legal decorre do fato de que a relação de emprego ainda se encontra em vigência, já que o aviso prévio, cumprido ou não, o integra o contrato de trabalho para todos os efeitos (artigo 487, parágrafo 1º, da CLT).
Outro fundamento jurídico adotado nas decisões do TST é o mesmo utilizado na nova lei, ou seja, atende à determinação contida no artigo 10 do ADTC, que veda a dispensa arbitrária ou sem justa causa da empregada gestante desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto.
O empregador que desrespeitar tal garantia irá arcar com a indenização pelo período integral da estabilidade prevista na Constituição Federal.
A jurisprudência do TST também assegura a estabilidade provisória àquelas empregadas cujos contratos têm prazo determinado para o encerramento. O entendimento consolidou-se com a inclusão, em 2012, do inciso III da Súmula nº 244.
Confira a íntegra da nova lei:
Lei Nº 12.812, de 16 de maio de 2013
Acrescenta o art. 391-A à Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, para dispor sobre a estabilidade provisória da gestante, prevista na alínea b do inciso II do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.
A Presidenta da República
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º - A Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, passa a vigorar acrescida do seguinte art. 391-A:
"Art. 391-A. A confirmação do estado de gravidez advindo no curso do contrato de trabalho, ainda que durante o prazo do aviso prévio trabalhado ou indenizado, garante à empregada gestante a estabilidade provisória prevista na alínea b do inciso II do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias."
Art. 2º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 16 de maio de 2013; 192º da Independência e 125º da República.

DILMA ROUSSEFF
José Eduardo Cardozo
Manoel Dias
Maria do Rosário Nunes
Guilherme Afif Domingos

Fonte: Ministério do Trabalho

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Famílias beneficiadas declararam voluntariamente que ultrapassaram a renda limite de R$ 140 por pessoa

Dados fornecidos pelo ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome mostram que 1,69 milhão de famílias beneficiadas pelo Bolsa Família deixaram espontaneamente o programa, declarando que sua renda já ultrapassava o limite de R$ 140 por pessoa. Estas famílias representam 12% de um total de 13,8 milhões de famílias atendidas. Os dados abrangem todo o período de existência do Bolsa Família, entre outubro de 2003 e fevereiro de 2013.
12% das famílias beneficiadas pelo Bolsa Família deixaram
voluntariamente o programa (Foto: Bruno Spada / MDS)
Os dados do ministério contrariam a alegação dos críticos do Bolsa Família de que o programa de transferência de renda estimularia os beneficiados a não procurar emprego e melhores condições de vida.
De acordo com o secretário de Renda e Cidadania, Luís Henrique Paiva, estas famílias declararam ultrapassar a renda limite na atualização cadastral, realizada pelas prefeituras a cada dois anos. Por sua vez, a fiscalização excluiu 483 mil beneficiários flagrados com renda superior a permitida pelo programa.
Mãe de cinco filhos, a diarista Selma Patrícia da Silva, de 42 anos, é uma das beneficiadas que deixaram espontaneamente o Bolsa Família após melhorar sua condição de vida. Na época em que fazia bicos como doméstica, e o marido com pedreiro, Selma era beneficiária do Auxílio Gás, Bolsa Escola e Bolsa Família. Depois de construir a sua casa, a diarista decidiu devolver o cartão que garantia o benefício.
“Pensei assim: da mesma forma que serviu para os meus filhos, vai ajudar outras pessoas. Acho muita covardia a pessoa não necessitar e ficar recebendo. Entreguei o cartão na mão da primeira-dama (do município), que começou a chorar”, disse Selma em entrevista ao jornal O Globo.
Hoje, Selma, de Formosa (GO), trabalha como faxineira, fez cursos de artesanato e manicure nos últimos anos e costura bonecas e adereços de pano, vendidos em feiras na vizinhança.
 
Fonte: Revista Forum

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Mais de 1 milhão de trabalhadores não sacaram benefício do Abono Salarial

A partir do dia 28 de junho, trabalhador que não sacar, perde o direito ao benefício


Brasília, 15/05/2013 – De acordo com a secretaria de Políticas Públicas de Emprego do MTE, mais de 1 milhão de trabalhadores ainda não foram sacar o benefício do Abono Salarial referente à 2012/2013. O prazo para saque se encerra no dia 28 de junho e o Ministério do Trabalho e Emprego vem, desde o mês passado, notificando aqueles que ainda não foram buscar o benefício no valor de R$ 678,00.
O Abono Salarial PIS/PASEP é um benefício a que tem direito todo trabalhador que tenha tido vínculo empregatício por pelo menos 30 dias no ano anterior ao exercício e recebido, em média, 2 salários mínimos, além de estar cadastrado no programa PIS/PASEP por pelo menos 5 anos e informado pelo empregador na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS).
O ministro Manoel Dias destaca o benefício do Abono Salarial “como uma importante fonte de distribuição de renda, que atende principalmente aqueles trabalhadores menos favorecidos”.
De um total de 20,7 milhões de trabalhadores aptos a receber o benefício, 19,5 milhões já fizeram o saque, uma taxa de coberta de 94,4%, a um custo de mais R$ 12 bilhões em recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). A região Nordeste foi a que conseguiu alcançar o maior número de trabalhadores, 4.364.775 dos 4.533.023 que tem direito ao benefício, uma taxa de cobertura de 96, 29%.
A região Norte foi a que pagou o beneficio a um menor número de trabalhadores, uma taxa de cobertura de 91,67%, alcançando 999 mil dos 1.090.107 trabalhadores. Entre os estados, Sergipe foi onde ocorreu o maior número de pagamentos (192.683), uma taxa de cobertura de 98,05%, enquanto no Acre a taxa de cobertura foi a menor (90,66%), alcançando 42.286 abonos pagos.
Como receber - Os trabalhadores inscritos no PIS recebem o abono nas agências da Caixa e os inscritos no PASEP no Banco do Brasil. Aqueles que tiverem Cartão Cidadão da Caixa, com senha cadastrada podem fazer o saque em casas lotéricas, caixas de auto-atendimento e postos do Caixa Aqui. Para retirar o dinheiro, devem apresentar um documento de identificação e o número de inscrição no PIS ou no Pasep.

Fonte: Assessoria de Comunicação Social MTE(61) 2031.6537/2430 acs@mte.gov.br

Movimento sindical deve preservar autonomia, afirmam comunistas

Após a abertura do 5º Encontro Sindical Nacional, nesta quarta-feira (15), no Rio de Janeiro, foi iniciado o processo para a manifestação dos delegados que participam do evento. Democraticamente, sindicalistas de mais de 20 estados brasileiros manifestaram sua opinião em relação à atuação do PCdoB no movimento sindical, a necessidade do protagonismo dos comunistas nessa frente e as perspectivas e anseios dos sindicalistas em todo o Brasil.

Do Rio de Janeiro, Mariana Viel
Após a abertura do 5º Encontro Sindical Nacional, nesta quarta-feira (15), no Rio de Janeiro, foi iniciado o processo para a manifestação dos delegados que participam do evento. Democraticamente, sindicalistas de mais de 20 estados brasileiros manifestaram sua opinião em relação à atuação do PCdoB no movimento sindical, a necessidade do protagonismo dos comunistas nessa frente e as perspectivas e anseios dos sindicalistas em todo o Brasil.
Do Rio de Janeiro, Mariana Vielnacional Sindical do PCdoB, Nivaldo Santana, os debates desse primeiro do de encontro foi rico, diversificado e com qualidade. O que chamou a atenção foi o tema candente do movimento sindical dos trabalhadores do setor público e as relações complexas entre este movimento e os governos apoiados pelo Partido. “A opinião prevalecente é de que o movimento sindical deve preservar sua autonomia e sempre procurar construir posições nos debates internos partidários”.
Em entrevista ao Portal Vermelho, o membro da Comissão Sindical Nacional do PCdoB, Divanilton Pereira, afirmou que uma das grandes expectativas do encontro é a consolidação de um salto organizativo do Partido entre os trabalhadores.
O presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) na Bahia, Adilson Araújo, disse que a realização do 5º Encontro Sindical Nacional significa um momento de celebração dos sindicalistas comunistas. “O encontro traz um novo horizonte de perspectivas e abre caminho para um sindicalismo classista, autêntico e renovado”. Para Adilson os debates deverão contribuir para “manter acesa a bandeira do socialismo”.
Augusto Petta, coordenador técnico do Centro de Estudos Sindicais (CES), lembrou a necessidade da análise e diretrizes da frente sindical do Partido. Ele reafirmou a convicção da importância da formação política de todos os trabalhadores que integram a área sindical. “A elevação do nível de consciência pólitica para alcançar o socialismo”.
Segundo Petta, nos últimos quatro anos o CES realizou cursos de formação para mais de oito mil sindicalistas em todo o Brasil. Para ele, apesar de positivo a formação deve ser vista como prioridade e intensificada.
A secretária-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim, Andreia Diniz, lembrou a luta pela ampliação da participação das mulheres no movimento sindical. Apesar de reconhecer, principalmente entre os metalúrgicos, uma presença muito mais masculina, Andreia disse que há espaço para a luta e a defesa das bandeiras das mulheres no cerne do movimento sindical.

Fonte: Vermelho

terça-feira, 14 de maio de 2013

Centrais dão 90 dias para que o governo responda sua pauta de reivindicações

Representantes das cinco centrais sindicais reconhecidas pelo governo federal deram um prazo de 90 dias para que o Palácio do Planalto se posicione em relação à sua pauta de reivindicações. CTB, CUT, UGT, NCST e FS se reuniram nesta terça-feira (14), em Brasília, com o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, e afirmaram que a atual indefinição não pode continuar.
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A CTB foi representada na reunião por seu presidente, Wagner Gomes, pelo secretário-geral Pascoal Carneiro e pelo secretário de Política Sindical e Relações Institucionais, Joílson Cardoso. Junto aos dirigentes das outras centrais, eles reafirmaram que a pauta da classe trabalhadora é conhecida há tempos pelo governo federal – desde a realização da segunda Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat), em junho de 2010. “E nos baseamos nessa mesma pauta na Marcha de 6 de março, quando entregamos à presidenta Dilma nossas principais bandeiras de luta”, destacou Wagner Gomes.

Diante da cobrança das centrais, o governo (também representado pelo ministro do Trabalho, Manoel Dias) apresentou um prazo de 90 dias para apresentar respostas concretas a cada uma das reivindicações apresentadas pela classe trabalhadora no dia 6 de março. Antes disso, no dia 11 de junho haverá uma reunião para tratar especificamente de dois pontos: terceirização e a regulamentação da PEC das Domésticas.
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“A partir de agora, dentro desse prazo de 90 dias, cada reunião terá um tema específico. Entendemos que esse calendário definido é um avanço, pois antes a situação ficava muito indefinida, pois o governo não apresentava propostas concretas para cada uma de nossas reivindicações”, explicou o presidente da CTB.

Pronacampo e Pronatec

Durante a reunião desta terça-feira, Gilberto Carvalho oficializou uma antiga reivindicação das centrais: garantir sua participação nos conselhos do Programa Nacional de Educação no Campo (Pronacampo) e do Programa Nacional do acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).

Para Wagner Gomes, não fazia sentido os representantes da classe trabalhadora permanecerem de fora de tais conselhos. “Com essa decisão, cada central poderá indicar um nome para qualificar a discussão desses temas, fundamentais para que o país se desenvolva a partir de um patamar educacional mais elevado”, afirmou.

Portal CTB
Fotos: Valcir Rosa

terça-feira, 7 de maio de 2013

Diminui intensidade de queda do índice que mede confiança dos empresários da construção

O Índice de Confiança da Construção (ICST) recuou 6,6% no trimestre encerrado em abril, segundo levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas. O resultado, no entanto, indica uma melhora em relação ao trimestre encerrado em março, quando houve queda mais expressiva (-7,9%). O resultado foi o primeiro sinalizador de evolução favorável, desde janeiro último.
Os setores que ajudaram a diminuir o ritmo de desaquecimento foram os de preparação de terreno, com queda de 12,1% ante -14,8% e construção de edifícios e obras de engenharia (de -7,7% para -5,7%). Houve, porém, uma piora no desempenho dos segmentos de aluguel de equipamentos de construção e demolição (de -0,5% para -6,2%) e em obras de acabamento (de -7,3% para -10,8%).
Em comparação com o mesmo período do ano passado, o Índice da Situação Atual (ISA-CST) passou de -9,9% (no trimestre findo em março) para -9,1% (no trimestre findo em abril. Já o Índice de Expectativas (IE-CST) variou de -6,3%, para -4,5%, na mesma base de comparação. No trimestre findo em março, o ISA-CST foi influenciado positivamente pelo item situação atual dos negócios, que variou -8,8%, ante -9,7%.
Das 701 empresas consultadas, 25,1% classificaram o momento atual como bom, ante 32,1%, no trimestre encerrado em abril de 2012. Já o percentual dos que avaliaram o cenário atual como ruim, na mesma base de comparação, cresceu de 9,7% para 14,2%.
A sondagem que avalia a demanda prevista para os próximos três meses foi a que exerceu maior influência na melhora do Índice de Expectativa. A variação interanual trimestral passou de -5,5% em março para -3,6%, em abril. Das empresas consultadas de 34,1% demonstram acreditar em aumento da demanda, ante 38,1% que tinham essa expectativa em abril do ano passado. Já a variação dos que preveem queda da demanda, foi de 5,6%, no trimestre findo em abril deste ano, ante 4,7%, no mesmo período de 2012.
Na enquete sobre a tendência dos negócios para os próximos seis meses, 41,6% manifestaram acreditar em melhora ante 48,4%, em abril de 2012. O percentual que espera uma piora na tendência dos negócios, passou de 2,6% para 3,4%.
 
Fonte: Agência Brasil, 07 de maio de 2013

Estimativa de analistas para inflação fica em 5,71% este ano e sobe para 5,76% em 2014

A projeção de analistas do mercado financeiro para a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi mantida em 5,71%, este ano. Essa é a mediana (que desconsidera extremos) das expectativas das instituições financeiras pesquisadas todas as semanas pelo Banco Central (BC). Para 2014, a projeção para o IPCA subiu de 5,71% para 5,76%.
As estimativas para a inflação neste ano e em 2014 estão acima do centro da meta de 4,5% e abaixo do limite superior (6,5%). Uma das funções do BC é fazer com que a inflação convirja para a meta. Para isso, o BC usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic.
No último dia 17, o comitê decidiu, por 6 votos a favor, elevar a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, para 7,5% ao ano. De todo os diretores do BC, dois votaram pela manutenção da taxa básica em 7,25% ao ano.
De acordo com a pesquisa do BC, os analistas do mercado financeiro esperam mais elevações na Selic, que deve encerrar tanto 2013 quanto 2014 em 8,25% ao ano. Na reunião deste mês do Copom, marcada para os dias 28 e 29, a expectativa é que a Selic suba para 7,75% ao ano.
A pesquisa do BC também traz estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), que passou de 5,12% para 4,92%, em 2013, e permaneceu em 5%, no próximo ano. A expectativa para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) foi ajustada de 4,80% para 4,81%, este ano, e passou de 5,10% para 5%, em 2014. Para o Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), a estimativa passou de 4,92% para 4,75%, este ano, e de 5,31% para 5,28%, em 2014.
A estimativa dos analistas para os preços administrados foi atualizada de 2,85% para 2,80%, em 2013, e de 4,10% para 4,35%, no próximo ano.
Fonte: Agência Brasil, 07 de maio de 2013

A classe operária vai à CLT. Artigo de Ricardo Antunes

"O eufemismo 'flexibilizar' é a forma branda encontrada por essas forças para dizer que é preciso desconstruir os direitos do trabalho, arduamente conquistados em tantas décadas de embates e batalhas. Basta olhar o que se passa hoje com a Europa e constatar lá também o receituário é flexibilizar, acentuando ainda mais o desmonte dos direitos dos trabalhadores.", escreve Ricardo Antunes, sociólogo, em artigo publicado no jornal O Estado de S. Paulo, 05-05-2013.
 
Eis o artigo.
Em nosso curioso país, muitas conquistas acabam tendo vida efêmera, enquanto muita construção estranha acaba longeva. E assim o país caminha, quase prussianamente, em seus avanços e atropelos. O que explica, então, a longa duração de nossa CLT, criada em 1943?
Sabemos que a Consolidação das Leis do Trabalho se originou em uma conjuntura especial, intimamente vinculada à chamada Revolução de 1930, que foi mais do que um golpe e menos do que uma revolução. Rearranjo necessário entre nossas classes dominantes - cuja fração cafeeira começava a perder seu acentuado espaço no poder -, o movimento político-militar que levou Vargas à Presidência da República recompôs o equilíbrio entre as distintas frações da oligarquia, cujo resultado mais expressivo, entretanto, foi o desenvolvimento de um projeto industrializante, nacionalista e com forte presença estatal. E Vargas sabia que a montagem desse novo projeto não poderia se efetivar sem o envolvimento da classe trabalhadora, que não encontrava espaço no liberalismo excludente da chamada República do Café.
O enigma da incorporação da classe trabalhadora por Vargas pode ser desvendado pelos múltiplos significados presentes quando da decretação da CLT. Desde logo ela consolidava a totalidade da legislação social (e sindical) do trabalho iniciada em 1930. Mas é imperioso enfatizar que houve um movimento dúplice nessa história: o operariado brasileiro lutava, desde meados do século 19, por direitos básicos do trabalho, por meio da realização de greves. E esse movimento se expandiu ao longo das primeiras décadas do século 20 - de que foi exemplo, entre tantas, a grande greve geral de 1917 - quando os trabalhadores reivindicavam, entre outras bandeiras, melhores condições de salário e de trabalho, a regulamentação da jornada, o direito de férias e do descanso semanal, etc.
Aqui o mito encontrou sua origem e densidade: Vargas "converteu" autênticas reivindicações operárias em doações do Estado, realizadas quase sempre em atos de 1º de Maio oficialistas, em que se assumia como responsável pelo Estado benefactor, para recordar Werneck Vianna. Aquilo que a classe operária reivindicava em suas lutas concretas - na primeira metade dos anos 1930 houve a eclosão de inúmeras greves no Brasil - Vargas assumia como sua criação. E foi assim, oscilando entre luta e outorga, que chegamos à decretação da CLT em 1943 e à criação do mito do Pai dos Pobres.
Do lado varguista, construía-se a clara percepção de que o projeto industrial carecia de uma necessária regulamentação e controle do trabalho. Do lado dos assalariados, um exame das pautas das greves permitia constatar que os direitos do trabalho estavam entre suas principais reivindicações. A título de exemplo: se para a classe trabalhadora a criação do salário-mínimo nacional era imprescindível para garantir sua reprodução e sobrevivência, para o projeto industrializante de Vargas era imperioso regulamentar a mercadoria força de trabalho e desse modo consolidar o mercado interno pela instituição de um salário mínimo basal.
Mas a CLT foi também uma espécie de faca de dois legumes, para lembrar o célebre Vicente Matheus. Isso porque, no que diz respeito à estrutura sindical, ela teve em sua origem um predominante sentido controlador, coibidor e cupulista que cultuava um fetichismo de Estado que não foi plenamente eliminado nem mesmo pela Constituição de 1988. Bastaria lembrar que o imposto e a unicidade sindical estabelecidos por lei, dois pilares do sindicalismo atrelado, não foram eliminados pela nova Constituição.
Certamente, não são por esses motivos sindicais que o empresariado quer hoje desmantelar a CLT. O eufemismo "flexibilizar" é a forma branda encontrada por essas forças para dizer que é preciso desconstruir os direitos do trabalho, arduamente conquistados, em tantas décadas de embates e batalhas. Basta olhar o que se passa hoje com a Europa e constatar lá também o receituário é flexibilizar, acentuando ainda mais o desmonte dos direitos dos trabalhadores.
Foi exatamente por consolidar um código efetivamente protetor do trabalho que a CLT tornou-se duradoura e logrou ganhar sólido apoio popular ao longo de suas décadas de vigência. As flexibilizações, terceirizações, o aumento da informalidade e a ampliação do desemprego serão consequências imediatas se a CLT for desfigurada.
Mas não será fácil essa nova empreitada de demolição pretendida pelo empresariado, pelo simples fato de que a CLT é considerada como uma verdadeira Constituição pela classe trabalhadora, ao consagrar conquistas que ela sabe que se perder, não haverá no horizonte próximo nenhuma possibilidade de recuperar. Ainda mais numa conjuntura de destruição intensa e em escala global dos direitos do trabalho.

Fonte: Estadão

sábado, 4 de maio de 2013

Encontro em Havana reitera solidariedade dos povos com Cuba.

Ocorreu nesta quinta-feira (2), no Palácio das Convenções de Havana, o Encontro Internacional de Solidariedade a Cuba. Cerca de mil lideranças dos movimentos sociais, em sua maioria sindicalistas, provenientes de 73 países, participaram do evento, que reiterou a solidariedade dos povos de todo o mundo com a Ilha e sua singular revolução socialista.
cuba 2013 solidariedade

O presidente da CTB, Wagner Gomes, afirmou durante o encontro que a solidariedade ao povo e ao governo de Cuba traduz o sentimento internacionalista da classe trabalhadora não só da América Latina e Caribe como de todo o mundo.

Na opinião do dirigente cetebista, “a crise mundial mostra que o capitalismo é um sistema em franca decadência, que não é capaz de contemplar os anseios dos povos por uma vida decente e igualitária. A crise recoloca na ordem do dia a propaganda e a luta pelo socialismo. A classe trabalhadora, castigada pelo desemprego, redução dos direitos e dos salários, bem como a precarização das relações entre capital e trabalho, não tem outra alternativa senão lutar com toda energia pela derrocada do capitalismo e construção de um novo sistema social, o socialismo.”

Os 33 oradores do ato enfatizaram em seus pronunciamentos a defesa dos princípios revolucionários, patrióticos e socialistas que orientam o governo cubano. Ao mesmo tempo, condenaram o bloqueio econômico imposto desde 1962 ao país pelos EUA, à margem da ONU e do direito internacional; reclamaram a imediata libertação dos cinco cubanos encarcerados pelo império e também saudaram a revolução bolivariana em curso na Venezuela; renderam homenagens a Hugo Chávez e expressaram total apoio ao presidente venezuelano Nicólas Maduro.

CTC
Muitos oradores também fizeram referências críticas à feroz ofensiva do capital contra o trabalho na Europa, sob a batuta do FMI. Em alguns países do velho continente, como Espanha e Grécia, o desemprego castiga mais de um quarto da população economicamente ativa e metade dos jovens, a quem o capitalismo parece ter subtraído o futuro.
Realizado no dia seguinte ao Primeiro de Maio, que mobilizou mais de um milhão de cubanos na manhã de quarta-feira num belo espetáculo diante da Praça da Revolução, foi promovido pela Central dos Trabalhadores de Cuba (CTC), que completou 70 anos e realiza nesses dias o seu 20º Congresso.


De Cuba
Umberto Martins – Portal CTB

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Governo se divide sobre cortes de gastos do Orçamento

O governo federal estuda contingenciar cerca de R$ 25 bilhões em despesas previstas no Orçamento deste ano. As contas sobre os gastos que podem ser retidos ainda estão sendo feitas pela equipe econômica, e devem ser anunciadas nos próximos dias - o governo deve editar nesta sexta-feira um decreto de programação orçamentária e financeira do Orçamento, mas sem o contingenciamento.
Ainda está firme no governo Dilma Rousseff, no entanto, a defesa de um corte maior de gastos, na faixa de R$ 35 bilhões, como forma de sinalizar ao mercado, aos parlamentares e ao próprio governo que não haverá disposição da área econômica para liberação acelerada de recursos para emendas e despesas correntes. Entre os que defendem um corte menor de gastos, a visão é que haveria mais dinheiro disponível para investimentos públicos neste ano.
Nos bastidores, o governo admite que, mesmo em um cenário de maior contingenciamento de despesas, a meta fiscal (superávit primário) só será atingida com o abatimento de investimentos e desonerações. Da economia que fará para pagar os juros da dívida, cuja meta para o ano é de R$ 155,9 bilhões, o governo pode abater até R$ 65,2 bilhões. A retenção de despesas é um instrumento que permite ao governo engordar o superávit primário com o dinheiro que não sai do caixa.
Os números em discussão apontam que o contingenciamento deste ano será muito inferior aos mais de R$ 50 bilhões retidos nos Orçamentos de 2011 e 2012. A principal razão disso é o baixo ritmo da arrecadação de impostos e tributos, que não deve registrar o avanço nominal de 16% neste ano, como previa a peça orçamentária aprovada no Congresso Nacional e sancionada pela presidente no início do mês passado.
No decreto presidencial, a equipe econômica deve revisar para baixo tanto a estimativa de receita quanto de avanço do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano. Nas estimativas mais recentes, o governo prevê que a arrecadação federal terá avanço nominal de 8% a 9,5% neste ano. Isso porque o avanço do Produto Interno Bruto (PIB) em 2013 será mais próximo de 3,5%, e não 4,5%, como era previsto pelo governo no Orçamento.
Desonerações
Além disso, o governo sabe que mais de R$ 10 bilhões deixarão de entrar nos cofres da Receita Federal este ano por conta de desonerações que inicialmente não estavam previstas no Orçamento e que já foram anunciadas pelo Ministério da Fazenda, e também por causa de derrotas do Fisco na Justiça.
Entre as desonerações que inicialmente não estavam previstas para ocorrer está a prorrogação até dezembro do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) reduzido à indústria automobilística, que terminaria em 31 de março. Com a extensão do benefício, o governo deixará de receber R$ 2,2 bilhões. Além disso, o corte do PIS e do Cofins aos setores sucroalcooleiro e de produtos químicos vai fazer com que outros R$ 2,1 bilhões deixem de chegar à Receita Federal entre maio, quando entraram em vigor os benefícios, e dezembro.
 
Fonte: yahoo, com informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Elementos centrais da conjuntura política nacional

Antônio Augusto de Queiroz*

O elemento central da conjuntura nacional tem sido a disputa em torno do papel do Estado na economia. De um lado estão as forças de mercado, especialmente o sistema financeiro privado, que são apoiadas pela mídia e pela oposição.
E, de outro, estão setores do governo, apoiados pelos movimentos sociais, que buscam recuperar a capacidade de o Estado decidir sobre política e economia. A recuperação, pelo governo, dos instrumentos de decisão do Estado para fazer políticas de interesse nacional e fazer política econômica, assusta e apavora os neoliberais.
A capacidade de influenciar a formação dos preços, por exemplo, ajuda na redução de custos, facilita a formalização da economia e do trabalho, amplia a oferta de bens e serviços, garante emprego e renda, e cria condições para o investimento produtivo.
A mídia, o mercado financeiro e a oposição discordam desse modelo, que foi iniciado no governo Lula e aprofundado no governo Dilma. Reagem com hostilidade à intervenção do Estado na regulação da taxa de retorno de alguns setores da economia, inclusive naquelas áreas/setores objeto de concessão de serviços ou bens públicos.
Desde o governo FHC, passando por Lula e Dilma a geração de emprego e a distribuição de renda variaram, para baixo ou para cima, na exata proporção do alinhamento dos governos com o mercado financeiro ou com o setor produtivo.
Quando a convergência de preferência da equipe econômica (Fazenda e Banco Central) foi com o mercado financeiro, a renda e os empregos encolheram. Quando foi com o setor produtivo, cresceram.
Nesse período, passamos por três fases bem claras.
A primeira fase, de total sintonia entre equipe econômica e mercado financeiro, corresponde aos oito anos do governo FHC e os primeiros anos do governo Lula (janeiro de 2003 a março de 2006), exatamente o período em que a Fazenda esteve sob a chefia de Antonio Palocci e o Banco Central sob a presidência de Henrique Meirelles.
Na segunda fase, compreendida entre o restante do primeiro e todo o segundo mandato de Lula, houve mudança nessa convergência: o novo ministro da Fazenda, Guido Mantega, alinhou-se com o setor produtivo e o presidente do BC, com o mercado financeiro.
Foi nessa fase que começou a virada, quando o mercado financeiro perdeu um dos dois (até então) aliados da equipe econômica. Nela acontece a transição da agenda dos credores para a agenda do governo, que saiu da condição de devedor para a condição de credor líquido.
Na terceira fase – relativa ao governo Dilma, na qual a equipe econômica (Fazenda e BC) se alia ao setor produtivo –, é que efetivamente são criadas as condições para redução da taxa de juros e dos spreads bancários, com o conseqüente deslocamento do fluxo de recursos para o crédito, o consumo e a produção em detrimento da especulação financeira.
Foi graças a isto que o Brasil, apesar da crise internacional, continuou gerando emprego e renda.
Apenas a título de ilustração. Nos dois últimos anos foram aprovadas em favor dos trabalhadores as seguintes leis:
1) Lei 12.382/2011, que institui a política de aumento real para o salário mínimo até 2014;
2) Lei 12.440/2011, que cria a Certidão Negativa de Débito Trabalhista;
3) Lei 12.469/2011, que determina a correção anual da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física até 2014;
4) Lei 12.506/2011, que amplia o Aviso Prévio de 30 para até 90 dias;
5) Lei 12.513/2011, que amplia a formação profissional do trabalhador por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e ao Emprego (Pronatec);
6) Lei 12.551/2011, que reconhece o Teletrabalho;
7) Lei 12.740/2012, que institui o Adicional de Periculosidade para os vigilantes;
8) Lei 12.761/2012, que institui o Programa de Cultura do Trabalhador e cria o Vale Cultura;
9) MP 597/2012, que isenta a participação dos trabalhadores nos lucros ou resultados do Imposto de Renda até o limite de R$ 6 mil;
10) Lei 12.790/2013, que regulamenta a profissão de comerciário, e;
11) EC 72/2013, que estende aos empregados domésticos os mesmos direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, previstos no artigo 7º da Constituição Federal.
O que precisa melhorar é a interlocução e o diálogo com o movimento social que, organizado e mobilizado, pode contribuir com apoio crítico e apresentar bandeiras e programas que coincidam com os interesses nacionais e dos trabalhadores.
A ausência de diálogo, apesar das conquistas, abriu espaço para que setores conservadores do empresariado nacional, por exemplo, apresentassem uma agenda de 101 pontos para flexibilizar ou reduzir direitos dos trabalhadores.
Esse é o pano de fundo da conjuntura política e econômica do Brasil neste momento.
Inicialmente, a mídia, a serviço do mercado e da oposição, priorizou o denuncismo e a judicialização da política como arma política.
Com as denúncias, esperavam satanizar o governo do PT e seus aliados e vencer as eleições.
Com a judicialização da política, pretendiam escolher com quem disputar eleições, afastando da vida pública, mediante condenação judicial, nomes carismáticos e com apoio popular, como Lula e seus aliados, que seriam impedidos de participar das disputas eleitorais.
Apesar do julgamento do chamado mensalão e da abertura de investigação pelo Ministério Público contra Lula, isso não funcionou.
Assim, como o denuncismo e a judicialização na deram resultados: estão com essa tática desde 2006, agora passaram para o terrorismo inflacionário.
A nova tática é, em nome do combate à inflação, forçar o aumento da taxa de juros e dos spreads bancários, além de conter os ganhos salariais.
Os ganhos com a redução da conta de luz, com a zeragem dos tributos federais da cesta básica e com o adiamento de reajuste de combustíveis, entre outros, poderão ser anulados se a inflação ultrapassar os dois dígitos e houver aumento dos juros ou apagão energético, outra torcida dos adversários da presidente.
Se isso viesse a se concretizar – a avaliação corrente é de que não há esse risco – aí sim atingiria em cheio a popularidade da presidente, que está assentada em três pilares: a taxa de juros baixa, os programas sociais e a geração de emprego e renda.
Essa linha de atuação cria constrangimento e coloca o governo na defensiva, mas não chega ao extremo de o governo perder o controle. O Banco Central para controlar a inflação, de um lado, e demonstrar que possui autonomia funcional, de outro, já fez o primeiro aumento na taxa Selic.
É nesse contexto que foi deflagrado o processo sucessório, faltando 18 meses para a eleição presidencial.
Três razões levaram ao lançamento antecipado.
1) Evitar a campanha do queremismo – ou a volta de Lula;
Uma eventual campanha pelo retorno ou a candidatura de Lula fragilizaria o governo e tornaria vulnerável a campanha de reeleição de Dilma.
2) Forçar um posicionamento dos aliados, particularmente de Eduardo Campos
Faz todo sentido essa preocupação. Eduardo, uma vez candidato, se não for para o segundo turno, forçará a sua realização, retirando votos de Dilma, especialmente no Nordeste. Se chegar ao segundo turno, é um risco concreto de ganhar a eleição. Ora, se o PSDB e os tucanos, com todo o desgaste, alcançam mais de 40% dos votos, imagine Eduardo Campos, que é mais leve e contaria com o apoio incondicional da oposição.
3) Colocar no colo da oposição, incluindo dissidentes, eventual descontrole da inflação.
A idéia é polarizar a eleição. O raciocínio é simples: quem está com Dilma está com os pobres e quem está contra ela está com os ricos e, por isso, boicota seu governo.
A presidente, que disputa no exercício do mandato, é franca favorita.
Em primeiro lugar, porque o ambiente é de continuidade, ou seja, a população está satisfeita com sua gestão;
Em segundo lugar, porque goza de grande popularidade e isso por que houve:
1) Ampliação dos programas sociais;
2) Aumento dos salários e do emprego formal;
3) Controle da inflação;
4) Queda dos juros, que estão baixos;
5) Aumento do crédito que, para os padrões brasileiros, estão baratos; e
6) Redução das contas de energia elétrica e zeragem dos impostos federais na cesta básica.
Em terceiro lugar porque a oposição e os dissidentes estão sem discurso e sem projetos alternativos.
Em quarto, porque a oposição depende do descontrole da inflação, do aumento do juro e de um apagão para ganhar a eleição. E dificilmente essa catástrofe irá acontecer.
E, em quinto, porque os opositores dependem de uma série de fatores, como bons palanques, recursos financeiros e bom tempo de rádio e de TV. E todos têm dificuldades.
Aécio Neves não pacificou seu partido.
Eduardo Campos tem dissidência em seu partido, os Ferreira Gomes, do Ceará, não o apóiam.
Marina Silva ainda precisa criar um partido.
Além disto, apesar da troca de comando no Congresso, é baixo o risco de descontrole na base ou ameaça da governabilidade na gestão Dilma.
O governo depende pouco do Congresso e quem mais poderia criar problemas pertence ao PMDB, partido que tem o vice-presidente da República.
A grande novidade até a eleição é que haverá uma forte mobilização dos movimentos sociais, que irão para a rua dar sustentação ao governo e combater os adversários das conquistas alcançadas.
 
(*) Jornalista, analista político, diretor de Documentação do Diap, colunista da Revista “Teoria e Debate” e do portal eletrônico “Congresso em Foco”, consultor político, além de autor dos livros “Por dentro do processo decisório – como se fazem as leis”, “Por dentro do governo – como funciona a máquina pública”, “Perfil, Propostas e Perspectivas do Governo Dilma”, “Movimento sindical – passado, presente e futuro” e da Cartilha “Noções de Política e Cidadania no Brasil”, entre outros.


Fonte: Diap

Previdência registra déficit de R$ 5 bilhões em março

A Previdência registrou déficit de R$ 5 bilhões em março de 2013, 165,9% a mais do que no mesmo mês em 2012 e 42,8% a mais do que a necessidade de financiamento registrada em fevereiro. Em março, foram arrecadados R$ 22,7 bilhões e gastos R$ 27,7 bilhões. Segundo a Previdência, o saldo negativo foi o resultado, principalmente, do aumento de despesas geradas pelo reajuste do salário mínimo em janeiro (de R$ 622 para R$ 678) e de pagamentos de benefícios por incapacidade – responsável pelo gasto de R$ 1,1 bilhão.
No setor urbano, houve saldo positivo de R$ 478,7 milhões, resultado da arrecadação de R$ 22,2 bilhões e despesas de R$ 21,7 bilhões. No rural, a arrecadação chegou a R$ 483,5 milhões e os gastos a R$ 6 bilhões – 3,6% a mais do que em março de 2012. Esse déficit, segundo o Ministério da Previdência Social (MPS), foi o que teve impacto negativo sobre o saldo do mês.
Em relação aos benefícios, foram pagos mais de 30,1 milhões – dos quais 25,3 milhões foram previdenciários. Os acidentários foram 833,4 mil e os assistenciais, pouco mais de 4 milhões. O valor médio dos benefícios pagos em março foi R$ 869,32, menor do que os R$ 901,39 pagos em fevereiro. A média paga aos segurados, entre janeiro e março, foi R$ 904,05.
Fonte: Agência Brasil, 03 de maio de 2013

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NOSSOS COMENTÁRIOS:

Sem sombra de dúvidas, este é o resultado da desoneração da folha de pagamento, onde as empresas que pagavam 20% (vinte por cento) da folha de pagamento para a Previdência Social, agora pagam apenas 2% (dois por cento).
Como já havia dito antes, tomara que este defit, somados a outros, não sejam desculpas para acabar com a Previdência Social.

Saiba mais sobre FGTS

O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) dá ao trabalhador proteção financeira em situações de dificuldade, como a demissão sem justa causa ou a ocorrência de doenças graves. O cidadão também pode usar o FGTS para formar um patrimônio a ser sacado, por exemplo, no momento da aquisição da casa própria ou para aposentadoria.
O FGTS é um direito de todo trabalhador brasileiro com contrato de trabalho formal (regido pela Consolidação das Leis do Trabalho) e de trabalhadores rurais, temporários, avulsos, safreiros e atletas profissionais.
Empregados domésticos e diretores não empregados podem ser incluídos no sistema caso o empregador assim deseje.
O funcionamento do sistema de FGTS começa com a abertura de uma conta na Caixa no nome do trabalhador, quando o empregador efetua o primeiro depósito, equivalente a 8% do salário pago ao empregado, acrescido de juros e atualização monetária. Esse percentual valerá também para os próximos depósitos, que deverão ser realizados no início de cada mês.
O saque do FGTS pode ser feito por diversos motivos, como:
1. Demissão sem justa causa;
2. Término do contrato por prazo determinado;
3. Aposentadoria;
4. Quando o trabalhador ou seu dependente tiver câncer ou for portador do vírus HIV;
5. Para aquisição de moradia própria, liquidação ou amortização de dívida ou pagamento de parte das prestações de financiamento habitacional etc.
No caso de rescisão de contrato, o empregador deve comunicar o ocorrido à Caixa; feito isso, o trabalhador poderá sacar o benefício em até cinco dias úteis. Nos demais casos, é o trabalhador quem deve solicitar o saque do FGTS, dirigindo-se a uma agência da Caixa (o saque é liberado em até cinco dias úteis). Nas duas situações é exigida uma documentação para o saque, e a lista pode ser consultada no site do MTE ou da Caixa.
Para mais informações, o trabalhador e o empreendedor têm à disposição um portal exclusivo sobre o FGTS.
Fonte: Blog do Trabalho, 03 de maio de 2013

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Gilberto Carvalho rejeita proposta de indexação dos salários à inflação

Camila Maciel
Repórter da Agência Brasil
 
São Paulo - O secretário-geral da Presidência da República, ministro Gilberto Carvalho, rejeitou hoje (1º) a proposta feita pelo presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, de indexar os salários à inflação. "Nós não temos condição nenhuma de aceitar, porque essa proposta é contra os trabalhadores e é contra o país, na medida em que induz a um clima de alta inflacionária", declarou após discursar no ato unificado de quatro centrais sindicais na Praça Campo de Bagatelle, na zona norte da capital paulista.
Carvalho destacou que o governo está empenhado em trazer a inflação para o centro da meta. "Estamos tomando medidas para diminuir o impacto. Se vocês repararem, a inflação já começa a ceder. Aceitar a história de um gatilho [para o reajuste] seria aceitar que nós estamos relaxando no combate à inflação. Não é verdade". Ele disse ainda que respeita a proposta das centrais, mas que rejeitar a proposta é papel do governo. "Temos o dever de escutar as centrais e temos o direito de dizer não. O não está dito desde agora. Não posso chamar [essa proposta] de irresponsabilidade, é uma visão", disse.
Para o presidente da Força Sindical, a proposta visa a recuperar as perdas nos salários em razão da alta inflacionária. "Estamos tendo pressão da base. Os trabalhadores estão reclamando da inflação. As categorias vão convocar suas assembleias a partir de amanhã e vão incluir na pauta essa questão", informou. A campanha é para que sempre que a inflação chegue a 3%, os dirigentes sindicais reivindiquem o repasse do valor correspondente nos salários.
Além da Força Sindical, o ato reuniu a Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), a União Geral de Trabalhadores (UGT) e a Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST). A proposta de indexação dos salários, no entanto, não foi adotada por todas as entidades. "Ainda não conversamos com as outras centrais", informou Paulo Pereira. A pauta unificada de reivindicações incluiu, entre outros temas, o fim do fator previdenciário e a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução de salários.
O vice-presidente da CTB, Vicente Selistre, lembrou, durante o ato, que o 1º de Maio, além de ser um momento para refletir sobre as reivindicações dos trabalhadores, é um momento para celebrar conquistas. "Estamos comemorando os 70 anos da CLT [Consolidação das Leis do Trabalho], as conquistas recente das trabalhadoras domésticas. Mas ainda temos questões graves, como trabalho escravo, trabalho infantil. Há muito que comemorar, mas ainda muito para avançar", ponderou.
O ministro do Trabalho e Emprego (MTE), Manoel Dias, que também esteve presente ao evento, destacou durante o discurso aos trabalhadores que a presidenta Dilma Rousseff irá se reunir, em uma mesa de negociação, com todas as centrais sindicais no próximo dia 14 de maio. "Vamos dialogar sobre os avanços necessários nessa área. Temos certeza que os avanços vão chegar à maioria da população", destacou.
De acordo com o secretário-geral da Presidência, nessa reunião serão abordados alguns temas que não estavam na pauta de reivindicações anterior do movimento sindical, como terceirização e direito de greve dos servidores públicos. "Vamos tratar também da questão da regulamentação do trabalho doméstico. Nós nunca paramos de conversar com as centrais e nunca deixamos de vir aqui [no ato do 1º de Maio]. Vamos manter esse diálogo".
Edição: Graça Adjuto
FONTE: Agência Brasil

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Deputados destacam conquistas e reivindicações dos trabalhadores

O 1º de Maio – Dia Internacional do Trabalhador – foi tema de sessão solene na Câmara dos Deputados nesta terça-feira (30). Deputados e convidados fizeram discurso destacando as conquistas e as reivindicações atuais dos trabalhadores. Parlamentares ligados à causa trabalhista reconhecem que há muito o que comemorar, mas também ainda há muito por fazer.
A redução da carga de trabalho semanal de 44 para 40 horas e o fim do fator previdenciário foram citados por todos os parlamentares como prioridades entre as muitas propostas que tramitam atualmente na Câmara propondo novos direitos aos trabalhadores.

“Amanhã, teremos que reafirmar a necessidade de, nessa quadra, do maior período de democracia que o Brasil vive após a Proclamação da República, nesse período em que os pobres e a maioria dos brasileiros têm alcançado as maiores vitórias da História da República, sedimentarmos alguns direitos que ainda estão por vir”, lembrou a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA-foto abaixo), a primeira a falar sobre a data, seguida de vários outros parlamentares do Partido.

Jô Moraes (PCdoB-MG), a segunda a saudar os trabalhadores, destacou as conquistas, como o rebaixamento do índice do desemprego, a valorização do salário mínimo e o aumento real de salários de 94% nos dissídios coletivos.

“Mas é evidente que nós temos ainda grandes desafios”, disse a parlamentar, lembrando que “esta Casa precisa se debruçar sobre a pauta que agrega a incorporação dos trabalhadores ao desenvolvimento. Nós teremos que apreciar e votar aqui a redução da jornada de trabalho sem redução de salário”.

A deputada Luciana Santos (PCdoB-PE) confirmou as palavras das duas companheiras de Partido que a antecederam no microfone.

Segundo as deputadas comunistas – a deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC) também discursou saudando os trabalhadores – a Câmara também deve votar o fim do fator previdenciário, igualdade salarial entre homens e mulheres, direitos integrais dos terceirizados e dos servidores públicos.

Maior participação

O deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA) foi quem falou em nome do Partido na sessão solene, quando relembrou que há 127 anos os trabalhadores pagaram preço elevado lutando por redução da jornada de trabalho, em referência ao fato que deu origem a data.

Em 1886, na cidade de Chicago, nos Estados Unidos, milhares de trabalhadores foram às ruas reivindicar redução da jornada de trabalho de 13 para 8 horas. A manifestação foi repelida com violência pela polícia. Oito operários morreram nos embates; muitos trabalhadores foram presos e alguns foram enforcados depois de um julgamento injusto, em que foram acusados de liderar as manifestações que tiveram início no dia 1º de maio.

Daniel Almeida também lembrou que há 70 anos foi criada a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) “que se mantém de pé, apesar dos ataques; e que precisa ser atualizada, mas não para subtrair direitos dos trabalhadores, mas para ampliar a participação na sua produção. A produtividade do trabalho eleva-se a cada dia e os trabalhadores precisam ter direito a essa riqueza que é gerada”, disse o parlamentar.

“Se a produtividade se eleva, se a tecnologia nos permite avançar no resultado, nós podemos, sem dúvida alguma, partilhar esse resultado reduzindo a jornada de trabalho, assegurando aos trabalhadores mais tempo para seu aperfeiçoamento cultural, para sua atividade de convivência familiar”, avaliou Jô Moraes.

FONTE: www.vermelho.org.br