A negociação salarial entre trabalhadores e empregadores da construção civil permanece emperrada. O Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Sergipe (Sintracon/SE) pede reajuste de 15% e o Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon/SE) oferece 8%. Diante do impasse, a categoria mantém a greve iniciada no dia 13.
Além do reajuste, os cerca de treze mil trabalhadores e trabalhadoras da construção civil reivindicam ticket alimentação no valor de R$ 150 e plano de saúde, entre outros pontos, como a valorização da categoria.
Na última segunda-feira (27), centenas de trabalhadores participaram de um ato público em Aracaju. Reunidos na Praça Olímpio Campos, os manifestantes saíram em marcha pelas principais ruas e avenidas do Centro da capital e seguiram até a tradicional Colina do bairro Santo Antônio.
Responsável pela série de mobilizações, a direção do Sintracom garantiu que sem negociação não existe a possibilidade dos operários voltarem aos trabalhos. "Nossa missão é conquistar sucesso no pleito desse ano e atender ás necessidades da categoria. As empresas faturam muito todos os anos e nossos companheiros continuam sendo desvalorizados. Já passamos de 15 dias de greve e vamos continuar até que um acordo seja firmado e satisfatório para ambas as partes", disse o presidente do Sintracom, diz Raimundo Reis
Ainda de acordo com o sindicalista, a única contraproposta que o grupo empresarial apresentou aos trabalhadores, em nenhum aspecto conseguiu agradar a maioria. Segundo Raimundo Reis, todos permanecem abertos para qualquer tipo de nova negociação. "Estamos dispostos a conversar e debater novamente as nossas reivindicações, mas eles não vêm se mostrando interessados em conversar e chegar a um acordo. Os trabalhadores estão muito unidos, talvez como nunca visto nas últimas décadas. Estamos passando por um momento histórico e não vamos permitir que a nossa honra seja quebrada", concluiu.
A única contraproposta que o Sinduscom se refere, trata-se de um acordo firmado há dez dias durante audiência pública na Delegacia Regional do Trabalho e Emprego (DRT), onde foi oficializado um reajuste salarial de 8% e R$ 50 de ticket alimentação.
A paralisação dos trabalhadores do setor conta com o apoio da CTB-SE e do Sindicato dos Bancários do Sergipe, que divulgaram uma nota defendendo os direitos da categoria.
“A greve é justa. A categoria recebe o pior salário do País e optou pela paralisação das atividades porque não conseguiu avançar nas negociações com o patronato”, afirma Edival Góes, presidente da CTB-SE.
Segundo Edival, o papel dos classistas é apoiar a luta para por melhores condições de trabalho e de salários dos trabalhadores organizados. “A greve dos operários da construção civil deve ter o apoio da opinião pública. Mesmo porque ninguém é feliz sozinho. Os empresários devem dividir seus lucros com aqueles que, no dia a dia, constroem suas riquezas”, salienta.
Portal CTB com agências
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