O dirigente da CTB e deputado 
federal Assis Melo (PCdoB-RS), voltou a ocupar a tribuna da Câmara dos 
Deputados na última terça-feira (3) para cobrar providências para o fator 
previdenciário. A motivação foi a pesquisa divulgada pelo IBGE na segunda sobre 
a nova expectativa de vida média do brasileiro: 74,6 anos, tornando-a 5 meses e 
12 dias maior do que o estudo referente ao ano passado.
“Esse dado interfere diretamente na 
vida do trabalhador, pois tem influência direta no cálculo da aposentadoria por 
tempo de serviço. Por exemplo: um homem que, com 35 anos de contribuição, 
percebendo uma média salarial de R$1.000,00, se aposentasse aos 55 anos na 
semana passada, receberia o benefício de R$716,93. Com a nova expectativa de 
vida divulgada pelo IBGE, o mesmo homem, ao se aposentar hoje, receberia o 
benefício de R$705,69, ou seja, R$11,00 a menos, devendo trabalhar mais tempo 
para recuperar o valor perdido”, exemplificou o dirigente. 
O deputado relembrou que essa 
situação vem ocorrendo há 14 anos, quando o governo do então presidente Fernando 
Henrique Cardoso (FHC), com o objetivo de desestimular a aposentadoria de 
pessoas jovens, instituiu a regra do fator previdenciário, fazendo com que, além 
da idade e do tempo de contribuição, a expectativa de vida também fosse 
considerada no cálculo do benefício do aposentado, tornando os benefícios mais 
baixos para as pessoas que se aposentam mais cedo.
“Ocorre que, apesar das melhorias 
sociais e da evolução na saúde serem uma excelente notícia para o brasileiro, o 
fato de a população estar melhor também traz prejuízos ao trabalhador. É 
inaceitável que, após tantos anos de contribuição, ao trabalhador sejam impostas 
perdas que superam os limites razoáveis no valor dos benefícios pagos na 
aposentadoria, fato que o obriga a trabalhar mais ainda para manter o seu padrão 
de vida”, complementou Assis. 
Os trabalhadores, na avaliação do 
parlamentar, têm sido vítimas, portanto, de uma lógica que dissocia o 
desenvolvimento econômico do social, como se o empobrecimento da população não 
tivesse efeitos negativos na economia, nem nas contas do governo.
“Nesse sentido, o fim do fator 
previdenciário representa imprescindível medida de justiça social”, afirmou 
Assis.
Fonte: Assessoria Assis Melo

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