Luciano Nascimento
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Em sessão extraordinária, que entrou pela madrugada desta 
quarta-feira (18), o Congresso Nacional aprovou a Lei Orçamentária Anual (LOA) 
de 2014.  A proposta segue agora para sanção presidencial.  
O esforço para aprovar a proposta de Orçamento começou na manhã dessa 
terça-feira (17) com a discussão, na Comissão Mista de Orçamento (CMO), do 
relatório final da LOA, que foi suspensa por falta de acordo. Os parlamentares 
retomaram a discussão no começo da noite, concluindo a votação pouco antes da 
meia-noite.
Enquanto ocorria a reunião da CMO, o plenário do Congresso também aprovou o 
Projeto de Lei (PLN) 13/13, que altera o Plano Plurianual (PPA - Lei 12.593/12) 
2012-2015, em diversos itens. De acordo com o Regimento Interno, antes de votar 
o Orçamento, o PPA teria que ser aprovado. Com as duas aprovações, os 
parlamentares iniciaram a sessão de votação da LOA.
O relator, deputado Miguel Corrêa (PT-MG), agradeceu o esforço dos 
parlamentares para aprovar o Orçamento, mas lamentou o que chamou de "receita 
enxuta". "Tivemos uma demanda relativa ao tamanho do nosso país, mas com uma 
receita enxuta, que significa que a distribuição desses valores tivesse um peso 
muito grande dentro das bancadas", disse.
O valor total do Orçamento da União para 2014 é R$ 2,48 trilhões. Do total 
previsto para o próximo ano, R$ 654,7 bilhões serão destinados para o 
refinanciamento da dívida pública.
O salário mínimo previsto para entrar em vigor a partir de 1º de janeiro do 
ano que vem é R$ 724, aumento de 6,6% em relação ao mínimo atual.
O montante reservado para as áreas fiscal, da seguridade social e de 
investimento das empresas estatais, soma R$ 1,8 trilhão, sendo R$ 105,6 bilhões 
para investimento das empresas estatais federais e R$ 1,7 trilhão para 
orçamentos fiscal e da seguridade social, dos quais R$ 100,3 bilhões foram 
destinados para a Saúde (destes R$ 5,16 bilhões em emendas parlamentares 
individuais e coletivas).
Para a Educação a previsão de recursos é R$ 82,3 bilhões. O Programa de 
Aceleração do Crescimento (PAC) receberá R$ 61,7 bilhões. 
O relatório elevou o investimento público em R$ 900 milhões para o próximo 
ano e manteve despesas com pessoal. De acordo com a proposta o crescimento do 
Produto Interno Bruto (PIB), ficou estipulado em 3,8% e a inflação medida pelo 
Índice Nacional de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA), de 5,8%.
Apesar de diminuir em relação ao ano passado, quando ficou em 34,8% do 
Produto Interno Bruto (PIB), a dívida líquida ainda permanece em um patamar 
alto, estimada em 33,9% do PIB, em 2014. 
O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) criticou o montante reservado para o 
pagamento da dívida pública e defendeu uma auditoria das contas. "É preciso 
rever a concepção central da peça orçamentária que parece que é um dogma e que 
significa diminuição do investimento social. Por isso que o PSOL vota contra 
esta concepção de Orçamento, acordada coma ampla maioria [dos parlamentares], 
mas que não ajuda em uma perspectiva de país", disse.
Os parlamentares aprovaram ainda a inclusão de R$ 100 milhões para o Fundo 
Partidário, aumentando para R$ 364,3 milhões o valor previsto para 2014. De 
acordo com a legislação, a maior parte do recurso (95%) do fundo é distribuída 
de acordo com a proporção de cada partido na Câmara e 5% de forma igual a todos 
os partidos com registro no Tribunal Superior Eleitoral.
Edição: Aécio Amado
FONTE: Agência Brasil
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