quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Caged: 651.288 trabalhadores demitidos de janeiro a agosto



CONSTRUÇÃO CIVIL FOI O SETOR QUE MAIS DEMITIU DURANTE O MÊS DE AGOSTO
A síntese de uma das maiores crises da história do país é materializada nos assustadores dados de desemprego. Os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados na sexta-feira (23) pelo Ministério do Trabalho contraria a pretensa “recuperação da economia”, propagandeada pelo governo, mostrando que as demissões superaram as contratações em 33.953 vagas em agosto.
Além de este ser o décimo sétimo mês seguido de aumento do desemprego, define uma parcial dos primeiros oito meses do ano em que 651.288 trabalhadores foram demitidos, sem que outros tenham sido contratados no lugar. Neste caso, trata-se do pior resultado desde o início da série histórica do Ministério do Trabalho, em 2002. Até então, o pior número para o período havia sido registrado entre janeiro e agosto de 2015, quando foram fechadas 572.792 vagas com carteira assinada.
Nos últimos 12 meses até agosto, o número de fechamento de vagas formais no país alcança 1.656.144.
Essa sucessão de meses em que o desemprego só aumenta – o que, não por acaso, coincide com o aprofundamento das medidas de “ajuste” e de altos juros, corte nos investimentos, redução dos direitos sociais e arrocho salarial – o que rendeu ao mercado de trabalho formal a perda de 2.188.415 vagas entre dezembro de 2014 até agosto de 2016. O estoque de empregos no Brasil caiu de 41.230.177 para 39.041.762 no período.
O quadro se apresenta ainda mais grave se considerarmos que os empregos com carteira assinada, dos quais o Caged se refere, representam apenas 38% dos postos de trabalho do país, excluindo os trabalhadores domésticos (esse dado foi divulgado pelo jornal “Folha de São Paulo em coluna publicada no dia 25/09). Ou seja, 62% do emprego do Brasil é não-formal, sem registro em carteira ou um sub-emprego. Se considerarmos que a perda de emprego celetista equivaleu a 82% do total da redução de “ocupados” nos últimos 12 meses, nos critérios da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela-se que além de demissão, os trabalhadores estão perdendo as vagas melhores, mais bem remuneradas e com mais garantia de direitos.
A estimativa referente a julho da PNAD é que o número de desempregados em um geral no país esteja em 3,2 milhões de pessoas.
Setorialmente, a construção civil foi o segmento que mais demitiu em agosto, com fechamento de 22.113 postos de trabalho formal. A agricultura foi responsável por 15.436 demissões, seguido pelo setor de serviços, que encerrou 3.014 vagas.
No acumulado do ano, quase todos os setores tiveram saldo negativo de emprego, com exceção da administração pública e agricultura, que justos admitiram pouco mais de 100 mil trabalhadores.
Por outro lado, o comércio liderou o encerramento de vagas com carteira assinada, com 267.267 demissões. A construção civil foi responsável pela demissão de 164.604 trabalhadores; os serviços, 162.922; e a indústria de transformação, 146.249 postos a menos.
A situação também é generalizada quando observada regionalmente: nos oito meses encerrados em agosto, apenas o centro-oeste abriu vagas (11.231).
O Sudeste liderou o número de demissões, fechando 352.799 postos de trabalho celetista. O Nordeste, em seguida, demitiu 204.945 pessoas; a região Sul, 59.079; e o Norte, 45.696. Por estado no mês de agosto, as maiores quedas foram registradas no Rio de Janeiro (-28.321 vagas), Minas Gerais (-13.121) e Espírito Santo (-4.862) e São Paulo (-4.498).

Fonte: CONTRICOM

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