O laudo da Superintendência Regional de Emprego e Trabalho (SRTE), divulgado nesta quinta-feira (dia 6), confirmou que o acidente que matou nove operários na obra da Construtora Segura, em Salvador, foi causado por falta de inspeção e manutenção no elevador. O caso aconteceu no dia 9 de agosto no canteiro do edifício empresarial Comercial 2 após o equipamento despencar.
A perícia da polícia, divulgada em 23 de setembro, também já tinha indicado que houve falha técnica e de manutenção. Na época, a delegada Jussara Souza, responsável pelo inquérito, disse que o engenheiro politécnico e proprietário da Construtora Segura, Manoel Segura Martinez, seriam indiciados por homicídio culposo por negligência, imprudência e imperícia.
De acordo com o laudo, 'a quebra do eixo e o não funcionamento eficiente do freio foram às causas imediatas da tragédia' e esses equipamentos apresentaram problemas por esse desgaste.
'A ruptura (do freio) poderia ser detectada com antecedência porque foi constatado indício do processo de trinca no equipamento, que poderia ser evitado com inspeção e manutenção no eixo e freio de emergência', disse o auditor do SRTE, Anastácio Pinto.
O fabricante do elevador recomenda que o equipamento passe por manutenção a cada seis meses. Não há informações de quando este serviço foi realizado, já que a construtora não entregou à polícia ou à SRTE o livro de inspeção. A perícia no elevador também constatou que havia graxa nos cabos, o que é contra-indicado pelo fabricante.
Também foi verificado que não havia cancela nos pavimentos, falta de indicação de peso máximo e número máximo de passageiros no elevador e inexistência de aterramento elétrico no equipamento.
Entre agosto e setembro, auditores da SRTE interditaram 180 obras em Salvador e 85 elevadores. O equipamento da Construtora Segura foi interditado após o acidente, mas voltou a funcionar a partir de 22 de setembro após a empresa trocar o elevador por cabo por outro que utiliza o sistema de cremalheira, que é considerado mais seguro pela SRTE.
Fonte: SINTRACOM/BA e Jornal A Tarde
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