Os patrões da Construção Civil não têm nenhuma vergonha de apresentar em uma mesa de negociação uma proposta de reajuste salarial de 5%. O setor da construção foi o que mais lucrou nos últimos anos. Mas não esquecem aquela velha desculpa de todos os anos de que não teve lucros ou que os lucros foram poucos.
Os empresários da Construção e do Mobiliário querem lucros fabulosos, enquanto que os operários que laboram dia-a-dia sobram apenas o farelo do gigantesco bolo de lucros.
Os trabalhadores do ramo da construção no Estado do Maranhão amanheceram com suas atividades paralisadas em busca de reajuste salarial.
Enquanto que os da Bahia, representados pelo SINTRACOM/BA, realizaram uma representativa assembléia hoje (28/01) e decidiram estado de greve. Caso os patrões não apresentem no próximo dia 03/02, ocasião em que será realizada nova rodada de negociação na SRTE, propostas próximo da realidade, os operários poderão entrar em greve por tempo indeterminado.
Nos dois casos, os trabalhadores estão em campanha salarial, depois de doze meses sem reajuste salarial. Os operários reivindicam reajuste salarial de 18,7%; qualificação profissional; contrato de experiência com limite máximo de 30 dias; reconhecimento de novas funções e quando houver horas extras, fornecimento de lanche na primeira hora e janta a partir de duas horas extras, servidos sempre na primeira hora de trabalho extraordinário; garantia de estabilidade com o cumprimento das leis relacionadas às trabalhadoras gestantes; depósito da quantia líquida da rescisão dentro do prazo estabelecido no artigo 477 da CLT, e a homologação não ocorrer até o segundo dia posterior ao depósito, e multa caso haja atraso; além da garantia dos direitos já adquiridos e que constam da Convenção Coletiva.
É o mínimo que se pode ter para continuar trabalhando no Ramo da Construção, não é por menos que os jovens não querem ingressar no setor da construção. Com patrões gananciosos, lucrando alto e sem pagar salário digno, quem vai estudar para ingressar na construção?
A imprensa, fazendo quórum como as construtoras vivem a todo instante lerdeando que não existe mão de obra qualificada no setor da construção civil, mas ficam perguntas para quem concorda com essa tese. Quem deve investir na qualificação para que seus produtos sejam de qualidade? Quem buscará qualificação para receber baixos salários? E a segurança no trabalho existe?
Queremos qualificação sim, mas queremos também ser reconhecido, valorizado e bem remunerado pelos nossos serviços.
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