quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Construção Civil cresce mas paga pouco

Cláudio Mota - 23/01/2013

Miraldo Vieira (CONTRICOM) Edson Cruz (FETRACOM)
 e Ana Georgina (DIEESE)
Um novo perfil do setor e dos trabalhadores da construção civil surgiu no período de 10 anos na Bahia. É o que revela a pesquisa “Perfil dos Trabalhadores da Construção Civil da Bahia”, realizada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócioeconômicos), sessão Bahia, a pedido da Federação dos Trabalhadores da Construção Civil da Bahia (Fetracom). Os resultados do estudo, com dados de 2000 a 2011, foram apresentados nesta quarta (23), no hotel Vila Velha, em Salvador.

De acordo com a coordenadora do Dieese na Bahia, Ana Georgina, a primeira constatação é que o setor foi um dos que mais cresceram no estado, mas continua pagando um dos menores salários do país. “Em 10 anos, o setor cresceu 45,9%. No Brasil, cresceu 114,5%, enquanto o comércio expandiu 45,6%. Entretanto, a remuneração não acompanhou a evolução, pois 31% dos operários baianos ganham até 1 salário mínimo e 54,09% chegam a receber o equivalente a dois mínimos”, pontuou, lembrando que 13% ganha até meio salário mínimo.
Dos 443 mil trabalhadores existentes no estado, 176 mil se concentram em Salvador e Região Metropolitana. “Houve também um aumento de 34,3% do número de pessoas que trabalham por conta própria dentro das empresas. Hoje são cerca de 600 mil desses profissionais em todo o Brasil”, disse.

Sobre gênero e raça, a pesquisa mostrou que 83% dos trabalhadores são negros, enquanto que no Brasil representam 60%. Houve um aumento do número de trabalhadoras com carteira assinada de 32% no país.

Georgina disse que a pesquisa foi realizada no momento de grande crescimento do setor e maior formalização do trabalho. “Em 2011, os trabalhadores com carteira assinada ficou em torno de 52,8%, contra 7%,1% de operários sem registro.

Entender para atuar

À luz dos resultados, o presidente da Fetracom, Edson Cruz, destacou que a pesquisa é importante para a entidade e os sindicatos atuarem melhor na defesa da categoria. “Temos um maior conhecimento da realidade do setor e do perfil dos trabalhadores. Agora, é mobilizar a categoria para conquistarmos melhores salários e condições de trabalho mais dignas”, afirmou.

Para o dirigente, é inaceitável um setor crescer tanto, graças ao esforço dos operários, mas manter baixos salários e trabalho ainda precário. “Nossa ação será também para exigir das empresas maior qualificação profissional para os trabalhadores”, enfatizou.

Fonte: www.bahiatododia.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário