sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Depois de cortes sociais, extrema pobreza dobrou nos EUA

Em uma segunda-feira de reuniões em Washington, D.C., um grupo de ex-funcionários do governo de ambos os partidos concordavam a respeito dos benefícios resultantes dos cortes na rede de proteção social americana.
Por Zaid Jilani, no The Intercept*

Esta semana marcou o vigésimo aniversário da “Reforma do Estado de Bem-Estar Social”, a lei de 1996 aprovada pelo Congresso americano e implementada pelo presidente Bill Clinton, que restringia a quantidade de assistência financeira oferecida às famílias americanas mais necessitadas. O programa de Auxílio a Famílias com Crianças Dependentes foi transformado em um programa mais limitado, o Auxílio Temporário para Famílias Necessitadas [que obrigou os segurados a conseguir um emprego em um prazo de 24 meses e instaurou um limite cumulativo de 60 meses de benefícios por pessoa].

Um dos principais impactos da lei foi ter dobrado o número de lares americanos vivendo em condições de extrema pobreza, o equivalente a menos de US$ 2 por dia.

O evento em Capitol Hill, organizado por uma organização de direita, Instituto Empresarial Americano (American Enterprise Institute), e pelo Instituto de Políticas Progressistas (Progressive Policy Institute), conhecido como “fábrica de ideias” do presidente Bill Clinton, comemorou o vigésimo aniversário da lei. Seus principais idealizadores disseram não se arrepender de sua aprovação.

O ex-governador republicano do Michigan, John Engler, pioneiro dos cortes do estado de bem-estar social em nível estadual e que hoje atua como presidente do grupo de lobistas corporativos Business Roundtable (Mesa Redonda de Negócios), relembrou como o apoio de Bill Clinton foi importante para tornar possível a reforma do estado de bem-estar social.

“Foi incrível como, em 1992, tínhamos um candidato a presidente do Partido Democrata, ainda que tivesse 12 anos de experiência como governador, discutindo o 'fim do formato atual do estado de bem-estar social' ”, contou o republicano. “Foi um momento decisivo.”

Foram inúmeros os elogios vindos da direita para Bill Clinton durante o evento. Robert Rector, um intelectual da Fundação Heritage, que já foi apelidado de O Poderoso Chefão Intelectual da reforma do estado de bem-estar, declarou que Clinton defendeu a mesma causa que Ronald Robert Rector, podendo, assim, frustrar George W.H. Bush. “Na minha perspectiva, esse foi o motivo para Clinton ter chegado à Casa Branca em 1993”, contou Rector.

Thompson, que atuou como outro republicano pioneiro da reforma enquanto era governador do Wisconsin, estava irredutível quanto ao impacto da revisão do estado de bem-estar social.

“Funcionou”, disse Thompson. “A pobreza diminuiu e mais pessoas estão trabalhando.”

Mas nem todos concordam com essa avaliação positiva. Luke Shaefer, professor de Assistência Social da Universidade de Michigan e um dos pesquisadores que documentaram o aumento da pobreza extrema desde a aprovação da reforma, contou ao The Intercept que as declarações de que a pobreza extrema havia sido reduzida e que o número de empregos havia aumentado estavam corretas até 2000. “Mães solteiras arrumaram trabalho, mas não é possível dizer se isso estava relacionado à reforma do estado de bem-estar social”, contou. A expansão do Crédito Fiscal sobre Rendimentos “foi obviamente muito mais importante. E sabemos que as mães que deixaram de contar com o estado de bem-estar social não melhoraram de vida, em alguns casos, pioraram”.

Shaefer trabalhou com o sociólogo Kathryn Edin em um livro lançado no ano passado que concluiu que, antes da reforma do estado de bem-estar, mais de um milhão de lares com crianças evitavam a pobreza extrema graças à assistência federal. Em 2011, esse número havia caído para aproximadamente 300 mil. Os pesquisadores estimam que 1,5 milhão de lares americanos, incluindo três milhões de crianças, vivem hoje abaixo da linha da extrema pobreza - o dobro do número em 1996.

O impacto da reforma do estado de bem-estar foi particularmente duro em mulheres e minorias. Muitas famílias chefiadas por mulheres perderam renda e mulheres foram forçadas a trabalhar em empregos com salários baixos e sem assistência social.

Shaefer cita uma pesquisa de Jim Ziliak, um importante economista que estudou o problema para a Agência Nacional de Pesquisa Econômica dos EUA (National Bureau of Economic Research). “Em conjunto, os resultados dos estudos, análises e amostras nacionais de pessoas que deixaram o estado do bem-estar social sugerem que muitas mulheres acabaram em uma situação financeira pior depois da reforma”, diz a pesquisa. “Em especial, na parcela mais baixa da distribuição.”

Ainda assim, as pessoas consideradas mais vulneráveis não tiveram muito destaque no evento. Havia apenas duas mulheres entre os 19 palestrantes convidados.

Bruce Reed, um dos principais conselheiros de política interna de Bill Clinton e o homem por trás da proposta de campanha do ex-presidente para “acabar com o formato atual de bem-estar social”, admitiu que ainda há mais a ser feito pelos trabalhadores pobres, mas contou ao The Intercept que a reforma foi um “sucesso” de forma geral.

Na verdade, os números mais recentes da Suplemento de Segurança Alimentícia do Censo Populacional descobriu que 5,5% dos lares americanos – 6,7 milhões de lares, no total – precisaram usar os bancos de alimento ou outros órgãos de auxílio alimentação em 2014. Essa é a maior porcentagem desde que os dados começaram a ser registrados em 1995.

Mesmo com as reformas, o estigma de receber ajuda do governo permanece – e os contrários ao auxílio continuam a atacar os programas restantes, como o vale-refeição para os necessitados. O Governador do Maine, o republicano Paul Lepage, declarou recentemente que os beneficiários de vale-refeição em seu estado encontram-se em uma “dieta constante de barras de chocolate e refrigerante”.

Ao fim do evento, os palestrantes e o público atenderam a um banquete de bebidas alcoólicas, bolo de queijo, carnes finas e queijo gourmet.


Brasil fechou mais de 94 mil postos de trabalho em julho

Pelo 16º mês consecutivo, o número de demissões superou o total de contratações com carteira assinada, conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado ontem (25) pelo Ministério do Trabalho. Em julho, o saldo entre demissões e contratações foi de menos 94.724 empregos formais. Ao todo foram registradas 1.168.011 admissões e 1.262.735 desligamentos.

No acumulado do ano, segundo o Caged, 623.520 postos de trabalho formal foram fechados, com variação negativa de 1,57% em relação ao mesmo período de 2015. Nos últimos 12 meses (agosto de 2015 a julho 2016), o total de demissões superou o de contratações em 1.706.459, representando uma variação de negativa de 4,18%.

Os setores que registraram as maiores perdas de emprego foram o de serviços (-40.1470 postos), da construção civil (- 27.718 postos), do comércio (-16.286 postos) e da indústria de transformação (-13.298). Por outro lado, os setores agrícola (+4.253 postos) e administração pública (+237) tiveram mais contratações do que demissões em julho.

Segundo o Caged, o desempenho positivo da agricultura está relacionado a fatores sazonais, como cultivo de lavoura temporária em São Paulo; o cultivo de soja, em Mato Grosso; e o cultivo de uva em Pernambuco.

Todas as regiões registraram queda no nível de emprego formal em julho, sendo que a Região Sudeste foi a que teve a maior perda de postos de trabalho, com 661.757 demissões ante 616.119 contratações, com saldo de  45.638 postos a menos. A Região Sul teve saldo negativo de 23.603 postos, Nordeste -19.558 postos, Centro-Oeste -2.219 postos e Norte -3.706 postos de trabalho formal.

O estado de Minas Gerais teve a maior perda de empregos (- 15.345 postos), seguido de São Paulo (-13.795 postos) e Rio Grande do Sul (-12.166). Influenciado pela agricultura, Mato Grosso teve saldo positivo de 2.016 postos de trabalho.


FONTE: Agência Brasil

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

A farsa chamada "déficit da Previdência Social"



O Brasil testemunha, desde o início de 2016, uma saga para empreender uma Reforma da Previdência que exclui, é privatista e impactará fortemente em centenas de municípios brasileiros. Sob o pretexto de que existe um "rombo na previdência", a cantinela realizada pelo mercado financeiro ao lado do governo interino pode prejudicar os mais de 35 milhões que hoje são atendidos pelo sistema. Mas, será que existe rombo na previdência?
Para o ministro Eliseu Padilha, sim. Durante entrevista ao programa da Rede Globo, Fantástico, neste domingo (17), Padilha elencou vários pontos das propostas da gestão interina para por fim no chamado rombo da Previdência.

Idade mínima para aposentadoria proposta por Temer ataca duplamente as mulheres

No entanto, essa não é a mesma opinião da professora de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Denise Gentil, que ao ser questionada sobre a veracidade do déficit da Previdência, defendeu exatamente o oposto: "o déficit seria uma farsa provocada por uma distorção do mercado financeiro, que fecharia os olhos para um artigo da Constituição Federal que exige participação da União na composição da Seguridade Social, da qual a Previdência Social faz parte".
Segundo ela, o chamado rombo da previdência é uma mentira construída a partir dos mais variados artifícios financeiros. Em primeiro lugar, a questão está mal posta: não se deve falar em déficit da previdência, mas da seguridade social. Não existe sequer um orçamento da previdência social que permita identificar o déficit propalado pelo governo.
A Constituição Federal instituiu o "orçamento da seguridade social" (art. 165, § 5º, III), que engloba a previdência, a assistência social e a saúde. Esses três segmentos são financiados por recursos comuns, dentre os quais sobressaem as receitas oriundas das contribuições de seguridade social (contribuições dos empregados e empregadores, COFINS, CSL, etc.), cobradas para custear não apenas as aposentadorias e pensões, mas também os programas de assistência social e de saúde.
A pesquisadora da UFRJ explica que é essa a metodologia utilizada pelos setores que desejam implodir a Previdência. Dados divulgados pela Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (ANFIP) apontam que a Seguridade Social, historicamente, tem saldo financeiro superavitário e não deficitário como vem divulgando a mídia tradicional e a gestão interina de Temer. De acordo com o estudo, os superávits dos últimos três anos foram: ano de 2013 R$76,2 bilhões; ano de 2014 R$53,8 bilhões; ano de 2015 R$23,9 bilhões.
Gentil destaca que "os cálculos devem levar em conta todos os gastos com benefícios, inclusive com pessoal, custeio dos ministérios e com a dívida dos três setores: Saúde, Assistência Social e Previdência”, explica. E completa: "O objetivo é cortar gastos para dar uma satisfação ao mercado, que cobra um rigoroso ajuste fiscal".

Por trás do rombo existe o pagamento dos juros da dívida

O discurso empolado durante entrevista ao programa da Rede Globo, Fantástico, neste domingo (17), do ministro interino Eliseu Padilha, esconde por trás de si o real motivo do desmatelamento da Previdência: garantir o pagamento dos juros.
"Nada é dito sobre os gastos com juros, que entre janeiro e dezembro de 2015 custaram R$ 450 bilhões, o equivalente a 8,3% do PIB brasileiro. Ocorre que o governo fez enormes desonerações desde 2011. Em 2015, chegaram a um valor estimado em R$ 282 bilhões, equivalente a 5% do PIB, sendo que 51% dessas renúncias foram de recursos da Seguridade Social. Essas desonerações não produziram o resultado previsto pelo governo, que os setores beneficiados elevassem os investimentos no setor produtivo. Pelo contrário, elas se transformaram em margem de lucro para os mesmos setores que hoje defendem a Reforma da Previdência", explicou a pesquisadora.
Gentil destaca que é certo que a população envelhecerá, mas o Brasil não precisa de uma reforma previdenciária, antes disso, de uma nova política macroeconômica voltada para o pleno emprego e que gere taxas elevadas de crescimento. 
"É necessário políticas de aumento da produtividade do trabalho com investimentos em educação, ciência, tecnologia e estímulos à infraestrutura. Esses mecanismos proporcionarão a arrecadação para o suporte aos idosos. Cada trabalhador será mais produtivo e produzirá o suficiente para elevar a renda e redistribuí-la entre ativos e inativos. Não podemos ficar presos a um determinismo demográfico", ressaltou ela.

3.996 municípios beneficiados


Os números demonstram que os recursos da Previdência movimentam a economia da maioria dos municípios brasileiros. Em 2012, por exemplo, o pagamento dos benefícios em 3.996 municípios brasileiros ultrapassou os repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Esse número representa 71,8% do total de cidades.

Além disso, o pagamento dos benefícios estimula a economia e é essencial para manter a segurança social de milhões de famílias e redistribuir a renda no país em muitos municípios.

É preciso ficar claro que a Previdência Social, bem como outros direitos sociais, é uma conquista assegurada pela Constituição Federal de 1988. Muitos propagam a falsa visão de que os custos previdenciários e das políticas sociais não cabem no orçamento público federal. 
"A Constituição não cabe no orçamento", foi o que sinalizou o ministro interino de Temer, i ao afirmar que é preciso "um remédio amargo para colocar o Brasil nos trilhos".
De fato, há uma contradição evidente entre desejar a qualidade dos serviços públicos da Dinamarca e pagar impostos da Guiné Equatorial. O que a equipe de Temer esqueceu de ressaltar é que os que pagam mais impostos no Brasil são os que têm menos condições de paga-los. Se os que ganham mais de 160 salários mínimos por mês têm 65,8% de seus rendimentos isentos de tributação pela Receita Federal, fica um pouco mais difícil determinar o que cabe e o que não cabe no orçamento.
De acordo com a Anfip, a Previdência Social beneficia cerca de 90 milhões de pessoas direta e indiretamente. Somente, em 2015, a Previdência (urbana e rural) beneficiou diretamente quase 30 milhões de famílias ou cerca de 90 milhões de pessoas (considerando uma família com três membros). Sem a Previdência, mais de 70% dos idosos estariam na pobreza extrema.

FONTE: Portal CTB - Joanne Mota, com informações das agências

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Site mostra diariamente em qual direito Temer quer mexer

O site ‘Alerta Social, que direito você perdeu hoje’ chama a atenção da  população para as ameaças do governo interino aos direitos sociais. A plataforma noticia todos os dias as manobras ofensivas e ameaças que afetam principalmente os mais pobres.

Os textos publicados fazem breves análises das propostas, Projetos de Lei (PL) e Medidas Provisórias (MP) que, de alguma forma, têm prejudicado os trabalhadores. Veja em www.http://alertasocial.com.br/



FONTE: Agencia Sindical

Claudio Santos Mota: Duas Rafaelas, dois Brasis

Muitos podem questionar porque a nossa medalhista de ouro no judô Rafaela Silva expressou seu apoio à presidenta Dilma. Certamente, estarão criticando a mistura entre política e esporte. Mas, foram justamente as políticas públicas para o esporte dos governos Lula e Dilma que permitiram uma menina negra, pobre e da Cidade de Deus, periferia do Rio de Janeiro, chegar ao ponto mais alto do esporte olímpico.

Por Claudio Santos Mota*


Agora, mais do que antes, Rafa será espelho e exemplo para as crianças de sua comunidade e de todo o País, que têm a mesma origem e lutam para sobreviver a cada dia. Elas serão estimuladas a acreditarem que é possível realizar sonhos, mesmo vivendo na periferia.

Para chegar aonde chegou, Rafaela tem a ajuda do bolsa-atleta. Por isso, gravou o vídeo em 2014, expressando seu apoio à reeleição de Dilma. Segundo ela, o governo incentivou o apoio aos atletas e o bolsa-atleta fez muita diferença “para a gente buscar nossos sonhos". E pensar que ela quase desistiu, após sofrer ataques racistas quando perdeu a disputa pelo ouro nos jogos de Londres (2012).

Duas Campeãs, dois Brasis

Podemos ver duas Rafas. A campeã da vida, uma menina negra e pobre, fruto de um Brasil desigual, sempre governado por elites que nunca se preocuparam em reduzir o abismo entre pessoas, sejam pela classe ou pela cor. A Rafaela mulher, negra, campeã mundial e olímpica, é fruto de um País que tem pessoas como o ex-judoca Flávio Canto e Geraldo Bernardes, com projetos sociais para fazer do esporte um caminho grandioso para milhares de crianças pobres.

Rafa campeã é também fruto de um Brasil que aposta em políticas públicas para incluir quem mais precisa nas universidades, com mais unidades (foram 18 novas instituições em 13 anos) e programas como ProUni e Fies; no esporte de alto rendimento, com programas como o bolsa-atleta; e no mercado de trabalho, com programas como o Pronatec e mais escolas técnicas, hoje Ifba (foram 282 novas unidades espalhadas pelo Brasil).

A vitória de Rafaela tem um simbolismo importante na construção de uma sociedade melhor, mais humana e mais justa socialmente. E também no nosso inconsciente coletivo. Seguramente, aquelas pessoas que estavam assistindo pela TV ficaram um pouco mais felizes com a vitória do nosso ouro negro.

Quando um atleta ganha um título ou uma medalha de ouro, um País inteiro se sente campeão. Investir no esporte - e também na cultura - é um caminho promissor para levar qualquer Nação longe. São duas áreas que envolvem sempre muitas pessoas, especialmente crianças e jovens.


*Cláudio Mota é jornalista, publicitário, responsável pelo blog Axé com Dendê (Salvador)

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

9 DE AGOSTO: Dia Municipal em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho

Há cinco anos, um acidente de trabalho provocou a morte de nove operários da construção, na queda de um elevador, em Salvador/Ba.

Há exatos cinco anos, em 9 de agosto de 2011, aconteceu em Salvador um acidente de trabalho que chocou todo o país. Por volta das 7 horas, nove operários morreram, quando o elevador a cabo em que eram transportados, despencou do 22° andar do edifício Empresarial Duarte da Costa, que estava sendo erguido pela Construtora Segura, na Av. Antonio Carlos Magalhães. A perícia e o relatório da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE-BA) apontaram como causa a falta de manutenção.

Desde então, todos os anos, os trabalhadores da construção se reúnem para reverenciar a memória dos colegas: Antônio Reis, Antônio Elias, Antônio Alves, Hélio Sampaio, José Roque, Jairo de Almeida, Lourival Ferreira, Martinho Fernandes e Manoel Bispo.

E este é o primeiro ano em que a data é celebrada formalmente. Em 16 de maio último foi sancionada a Lei Nº 9.064, que transformou o dia do trágico acidente, 9 de agosto, em Dia Municipal em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho, e incluiu no Calendário Oficial de Eventos do Município de Salvador.

O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção (Sintracom-BA), que há 15 anos realiza a campanha Um Passo Pela Vida – Xô Acidentes do Trabalho na Construção, e o Fórum de Proteção ao Meio Ambiente do Trabalho (Forumat) prepararam uma programação para marcar a data, nesta terça-feira:

06h30 – Ato Público em canteiro de obras, em Pituaçu;
08h30 às 11h – Ato Público na Previdência Social, R. Miguel Calmon (Comércio);
13h30 às 17h – Audiência Pública no Centro de Cultura da Câmara Municipal de Salvador, com o tema: Segurança e Saúde do Trabalhador para além do EPI (Equipamento de Proteção Individual).

Os eventos são realizados em conjunto com a Federação estadual Fetracom-Base, central sindical CTB, Confederação Nacional Contricom, Federação Latino-Americana e Caribenha Flemacon, União Internacional de Sindicatos do Ramo UITBB e Federação Sindical Mundial FSM.




sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Empresa não pode mudar contrato por estar passando dificuldades financeiras

O fato de a empresa estar passando por dificuldades financeiras não autoriza a alteração das condições de trabalho de forma prejudicial ao empregado. Permitir isso significaria transferir para o trabalhador os riscos do empreendimento, em alteração contratual ilícita e ofensa ao princípio da boa-fé objetiva.

Com esses fundamentos, a juíza Patrícia Vieira Nunes de Carvalho, da Vara do Trabalho de Cataguases (MG), determinou o pagamento de horas extras e valores referentes à 13º, férias e FGTS a um trabalhador que teve sua jornada de trabalho alterada de forma unilateral pela empregadora, que, alegando problemas financeiros, retirou uma folga semanal dele.

Admitido em julho de 2010, o empregado sempre trabalhou em turnos de revezamento com escala de seis dias de trabalho por dois de descanso, como previsto em norma coletiva da categoria. No entanto, a partir de julho de 2012, começou a trabalhar em turnos normais na escala de 6 por 1, ou seja, passou a usufruir de apenas uma folga semanal a cada seis dias de serviço. A empresa se justificou alegando que, em virtude de dificuldades econômicas, teve que extinguir a turma na qual o reclamante trabalhava e realocar os empregados em outras atividades, todas em turnos regulares de 6 por 1.

A magistrada, porém, não acatou a tese da ré. Ela explicou que o Direito do Trabalho proíbe que o empregador transfira para os seus empregados os riscos da atividade econômica (artigo 2º da CLT) e, ao ignorar essa norma legal, a empresa extrapolou os limites do seu poder diretivo.

"Sendo inerente ao negócio da empregadora a possibilidade de enfrentamento de crises econômicas e adversidades de mercado, os riscos decorrentes devem por ela ser suportados, ou, caso contrário, seriam transferidos ao trabalhador, em flagrante afronta ao princípio da alteridade", destacou a juíza.

A empregadora apresentou recurso ordinário ao Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (MG). Com informações da Assessoria de Imprensa do TRT-3.

Processo 0010555-52.2016.5.03.0052



FONTE: Conjur

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Terceirização sem limite é alvo de críticas no TRT paulista

Os desembargadores do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 2ª Região, o maior do País, elegeram na segunda (1º) o novo presidente da Corte. O atual vice-presidente judicial, Wilson Fernandes, foi escolhido para o biênio 2016/2018. A posse está marcada para 3 de outubro.

O presidente eleito manifestou discordância da visão do atual presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Ives Gandra Filho, sobre mudanças na legislação.

"Entendo que é nos momentos de crise que se torna mais necessária a proteção que emerge das leis trabalhistas. Em períodos de alta taxa de desemprego, é sedutor o argumento de que a 'flexibilização' de direitos proporcionaria um acréscimo de postos de trabalho”, adverte.

Ele também se manifestou contra o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 30, sobre terceirização, que tramita no Senado. "O que se apresenta como modernização representa, em verdade, uma mera precarização de direitos”, afirma Fernandes.



FONTE: Agência Brasil

Programa Jornada fala sobre rescisão indireta do contrato de trabalho

O Jornada dessa semana traz uma reportagem especial sobre rescisão indireta. Você sabia que o empregado que passou meses sem receber salário, sofreu situações constrangedoras de assédio moral ou trabalhou para uma empresa que fazia o recolhimento irregular do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) pode recorrer à Justiça do Trabalho para "demitir" o empregador? O programa vai mostrar como o empregado pode romper a relação de emprego sem perder as verbas trabalhistas previstas em lei.

No quadro Direitos e Deveres, as dúvidas do barbeiro e do dono da barbearia vão ser respondidas por um juiz de Curitiba (PR). Direto de Belém, no TRT da 8ª Região, que abrange o Pará e o Amapá, vamos conhecer as ações do grupo de voluntários do Projeto Padrinho Cidadão, que ajuda a reduzir os índices de violência e de trabalho infantil em comunidades carentes. No quadro "Meu Trabalho é uma Arte", viajamos até Parnaíba (PI), para conferir o trabalho de uma artesã que confecciona objetos trançados com palha de carnaúba. Além de úteis, as peças são uma representação artística da Região Nordeste.

O Jornada é exibido pela TV Justiça às segundas-feiras, às 19h30, com reapresentações às terças-feiras às 7h, quartas-feiras, às 19h30 e quintas-feiras, às 7h. Todas as edições também podem ser assistidas pelo canal do TST no Youtube: www.youtube.com/tst.



FONTE: TST

Paim anuncia nova mobilização contra cortes de direitos trabalhistas

No encerramento da reunião da Comissão de Direitos Humanos (CDH) realizada nesta quarta-feira (3), o presidente do colegiado, senador Paulo Paim (PT-RS), anunciou um novo calendário de eventos a serem realizados em parceria com Assembleias Legislativas e sindicatos de todo o país, desta vez buscando mobilizar a classe trabalhadora contra o que considera uma ameaça de cortes de direitos.

A próxima audiência será no dia 11 de agosto em São Paulo, no Sindicato dos Químicos a partir das 13h, seguida por debate à noite na Assembleia Legislativa. No dia seguinte, o evento será em Goiânia, também na Assembleia Legislativa estadual, a partir das 14h.

— Vamos debater propostas que estão no Congresso, como o libera-geral nas terceirizações, colocar o negociado sobre o legislado ou ameaças de perdas de direitos por meio da reforma da Previdência, o esvaziamento da Justiça do Trabalho ou que flexibilizem o conceito de trabalho escravo — afirmou.

Após as audiências de São Paulo e Goiânia, as próximas serão realizadas nas seguintes capitais: Palmas (TO), no dia 19 de agosto; Fortaleza (CE), em 29 de agosto; Belo Horizonte (MG), em 2 de setembro (no auditório da Faculdade de Direito da Universidade Federal - UFMG); Belém (PA), em 7 de outubro; Recife (PE), em 14 de outubro; Cuiabá (MT), no dia 21 de outubro; Salvador (BA), em 4 de novembro; Natal (RN), em 11 de novembro; São Luís (MA), em 18 de novembro; e Rio de Janeiro (RJ), em 21 de novembro. O último previsto será em Curitiba (PR), no dia 2 de dezembro.

Dentro dessa mobilização, que se iniciou no dia 16 de junho, o senador, na condição de presidente da CDH, já participou de audiências em Florianópolis (SC), Vitória (ES), Porto Alegre (RS) e Maceió (AL).

Ele também anunciou, dentro desta mesma pauta, a continuidade dos encontros regionais em Câmaras de Vereadores no Rio Grande do Sul, já a partir desta sexta-feira (5) em Santa Maria. Nos próximos finais de semana, as audiências serão em Caxias do Sul, na região do Vale dos Sinos, em Santa Rosa e na região da campanha (metade sul do Estado).

Audiências em Brasília

A comissão também aprovou a realização de outras seis audiências públicas, em datas que serão definidas, no Senado. A CDH voltará a realizar mais um debate sobre a demissão de dirigentes sindicais, com foco na liberdade e na autonomia sindical.

— Os dirigentes sindicais estão sendo demitidos, e inventaram que a estabilidade não vale pra quem for suplente ou membro do Conselho Fiscal. Só quem não conhece os locais de trabalho em nosso país pra tomar uma decisão dessa — criticou Paim, fazendo menção a recentes interpretações na Justiça sobre a CLT.

Também serão realizadas audiências sobre a proposta que trata dos crimes de abuso de autoridade (PLS 280/2016) e sobre casos recentes de violência contra jornalistas, entre outras.


FONTE: Agencia Senado

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Senado criará comissão para tratar de obras inacabadas

Por sugestão do senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), o Senado criará uma comissão especial temporária para acompanhar, fiscalizar e propor soluções para as milhares de obras públicas inacabadas em todo o país.

O Plenário ainda terá que aprovar o requerimento de criação dessa comissão, que tem o apoio do presidente do Senado, Renan Calheiros. Ele disse que, além das cerca de 20 mil obras inacabadas espalhadas por todo o Brasil, há também centenas de obras que já tiveram os recursos empenhados, mas sequer foram iniciadas.

Para Renan Calheiros, esse “cemitério de obras inacabadas” acarreta um “desperdício muito grande” de dinheiro público. Os senadores Reguffe (sem partido-DF), Aécio Neves (PSDB-MG), Wellington Fagundes (PR-MT), Otto Alencar (PSD-BA), Hélio José (PMDB-DF) e Paulo Paim (PT-RS) também manifestaram apoio à criação da comissão temporária.



FONTE: Agencia Senado