quarta-feira, 30 de março de 2011

Trabalhador tem medo de tirar férias

Miraldo Vieira
Brasília 30/03/2011

Segundo pesquisa realizada em São Paulo e Porto Alegre pela International Stress Management Associaton (Isma-BR), 38% dos trabalhadores daquela região têm medo de tirar férias. O principal motivo, de acordo com o estudo, é o temor de perder o emprego.
Justamente no momento em que os trabalhadores deveriam ficarem satisfeito por poder descansar depois de um ano e até em alguns casos dois anos sem tirar férias, ficam temerosos de perderem o emprego.
Algumas empresas despreocupadas com a saúde dos seus funcionários e se apegando a brechas deixada pela Lei, só dá férias ao empregado após 20 meses de trabalho. Esquçem estas empresas que as férias é de fundamental importância para o reestabelecimento das energias perdidas, acabar com o stress e principalmente poder ficar mais próximo da família, já que viajar virou um sonho "duro de ser realizado".


O deputado Assis Melo (PCdoB-RS), apresentou na Camara Federal um projeto que proíbe a dispensa arbitrária ou sem justa causa de empregado durante as férias e até 60 dias após o retorno ao trabalho.
Conforme o projeto, nos casos em que as férias forem gozadas em dois períodos, a garantia de 60 dias no emprego será aplicável após o primeiro período. A proposta altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT - Decreto-Lei 5.452/43), que, atualmente, não traz norma expressa sobre a demissão sem justa causa durante as férias.
"A proposta proporcionará ao trabalhador maior tranquilidade e segurança para poder gozar as férias, tão necessárias à sua saúde", disse Assim Melo.

Tramitação
O projeto será analisado em caráter conclusivo pelas comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Miraldo Vieira é Secretário Geral da CONTRICOM - Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria da Construção e do Mobiliário

terça-feira, 29 de março de 2011

Reunião entre o governo e as centrais foi positiva

Acabou a pouco a reunião entre o governo federal (representado pelo secretário geral da presidencia), as centrais sindicais e os patrões da construção civil.
A reunião foi bastante positiva, os trabalhadores puderam expressar seus sentimentos, inclusive denciando o descaso das empresas no caso da Usina de Jirau, o governo fez uma auto crítica com relação a falta de estrutura do Estado para obras de grandes portes e os patrões como sempre, disseram que a obra é moderna, que o refeitório é climatizado, com capacidade para 10 mil pessoas simultânea e que alí não tinha nenhum problema.
O fato é que todos concordaram que há uma necessidade de se estabelecer um entendimento para o avanço do obra, o bem está dos trabalhadores e da sociedade como um todo.
Na oportunidade foi criada uma Comissão Tripartite para buscar saídas imediatas para os problemas em Jirau, Santo Antonio e Abreu de Lima, em reunião já marcada para a proxima quinta-feira (31) no Palácio do Planalto. Outras reuniões serão agendadas para discutir as obras do PAC, do Projeto Minha Casa Minha Vida, obras da Copa e das Olimpíadas, mas defendemos que o pacto deve ser feito para todas as obras financiadas com recursos públicos.

Propostas:
As propostas das Centrais são unificadas, vão da melhoria nas condições de trabalho, melhoramento na relação das empresas com os trabalhadores, maior fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego, inclusive acompanhada por dirigente sindical, trabalho descente, contrapartida social, dentre outras propostas. As centrais entendem também que é necessário se estabelecer um Acordo Nacional e que os acompanhamentos fossem feitos por obra em cada Estado.

A Expectativa é que na proxima quinta-feira se estabeleça condições de segurança e garantias aos trabalhadores das áreas mais afetadas e que inclusive estão paralisadas.

Pelo governo participaram além do Ministro Gilberto Carvalho, representantes do Ministério do Trabalho, Ministério de Minas e Energia; pelas centrais a CTB, CUT, Força Sindical, UGT, Nova Central, CGTB e Conlutas e pelos patrões a CBIC, Sinicon, Camargo Correia e Oldebrechet.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Centrais se reúnem com governo para discutir a situação dos trabalhadores das obras do PAC

"Retransmito máteria da CTB www.portalctb.org.br sobre a reunião das centrais com o governo amanhã"

As centrais sindicais vão se reunir, na manhã da terça-feira (29), em Brasília, com o secretário-Geral da República, Gilberto Carvalho, para negociar um pacto na área da construção civil.
O objetivo da reunião é tratar das precárias condições de trabalho encontradas nos canteiros de obras do PAC e resolver os problemas dos trabalhadores no que diz respeito à  terceirização sem critérios, a quarteirização, problemas nos alojamentos, condições de trabalho e salariais, perseguições a sindicalistas, condições de alojamento para os trabalhadores e a fiscalização da segurança.
Nas últimas semanas, ocorreram conflitos em diversas obras, como no canteiro de obras da Usina Jirau, da Petroquímica Suape, da usina termelétrica de Pecém e da Refinaria Abreu e Lima.
De acordo com o próprio ministro, há problemas de relação de trabalho, há problema de alojamento, há problemas de alimentação. “Enfim, o que nós queremos é que as empresas façam um pacto com os sindicatos e com o governo para dar o tratamento adequado aos trabalhadores”, disse ao afirmar que cobrará das empresas melhores condições de trabalho, mas pedirá às centrais sindicais que se comprometam em estabelecer representações unificadas dos trabalhadores em cada canteiro de obra.
Miraldo Vieira, secretário-geral da Contricom (Confederação Nacional dos Trablhadores da Construção), que representará a CTB ao lado de Wagner Gomes, presidente nacional da Central, afirma que a intenção é discutir todas as obras de infraestrutura que estão programadas, como as da Copa do Mundo, do programa Minha Casa, Minha Vida, entre outras. “Queremos que sejam garantidas contrapartidas sociais em obras com financiamento público. As contrapartidas envolvem emprego, renda e diálogo para tratar de condições de trabalho. Outra medida é a fiscalização dos sindicalistas nas obras, principalmente no que diz respeito à saúde e segurança dos trabalhadores”, destacou Miraldo.

Cinthia Ribas - Portal CTB

sexta-feira, 25 de março de 2011

Baianas disputam com os homens

"Retransmito matéria publicada nesta manhã no portal do SINTRACOM/BA"


Levantamento de muro, revestimento de paredes, colocação de piso e pintura, além de outras atividades antes destinadas ao gênero masculino, agora já são funções exercidas por mulheres na área da construção civil. Depois de concluir o Curso de Pedreiras e Pintoras, do projeto Profissão Mulher, 26 moradoras de Cosme de Farias entram no mercado para disputar com os homens uma vaga no setor. Atualmente, na reta final do estágio, elas realizam o trabalho de recuperação do Centro Social Urbano (CSU) do bairro.

A ação faz parte do projeto Profissão Mulher, uma parceria da Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (Sedes) com o Instituto para um Mundo Melhor (Imel), o Instituto Afrânio Affonso Ferreira (Iaaf) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).

Segundo o secretário estadual de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza, Carlos Brasileiro, iniciativas como esta possibilitam a entrada no mercado de trabalho, resgatam o papel social, econômico e político das mulheres e ajudam a construir uma sociedade mais justa e igualitária. “Este é o momento de prepará-las para ocuparem um novo espaço, porque a cada dia aumenta mais a demanda de mão de obra qualificada nesta área”.

No programa do curso, que dura cerca de três meses, estão aulas de formação humana e cidadã, capacitação técnica e estágio. As práticas são feitas sob a orientação de um mestre de obras e supervisionadas por um engenheiro responsável. No CSU de Cosme de Farias, as pintoras já concluíram toda a parte interna e as pedreiras realizam o revestimento cerâmico do refeitório. A previsão é que a obra termine em duas semanas.

Para o coordenador do projeto, Jaime Godinho, a responsabilidade, delicadeza e forma de atuar das mulheres têm despertado muito interesse e demanda da construção civil. “O próximo passo é apresentá-las a empresas e órgãos que queiram participar e colaborar com o projeto, colocando pedreiras e pintoras fazendo um trabalho especializado, quer seja com construtoras, com carteira assinada, ou em cooperativas que possam atender o mercado em trabalhos eventuais”.

Mãe de duas meninas de 8 e 10 anos, a nova pintora Geisa Santos confessa que antes do curso não tinha nenhuma profissão. “Agora, estou feliz. Já tenho propostas pra pintar uma casa e também um muro lá em São Caetano. Assim, posso ajudar nos gastos da casa”. Com o sucesso do projeto, a procura pelo curso em vários bairros tem aumentado e a expectativa é de que se formem mais turmas para atuar em outros CSUs de Salvador.

Fonte do Plantão SINTRACOM: governo da Bahia

sexta-feira, 18 de março de 2011

SINTRACOM/BA marca registrada de LUTA

Miraldo Vieira
Brasília, 18/03/2011


A campanha salarial dos operários da construção civil na Bahia este ano surpreendeu a todos nós, ninguém imaginava que a categoria se rebelasse a tal forma. Tudo isso se deve ao trabalho de emancipação dos trabalhadores empreendido pelas diretorias do Sindicato durante estes 21 anos de direção classista.

Nestas 21 campanhas salariais a direção sempre conduziu o processo com muita responsabilidade. Orientando e conduzindo a categoria para conquistas históricas que vale a pena lembrar algumas: Pisos Salariais, Descrição das funções (Operários Qualificados), Fardamento, Bota, Epis, Ferramentas, Cesta-Básica, Almoço, Horas Extras acima da CLT, Premio aposentadoria, Seguro Acidente de Trabalho, Auxílio creche, Convênio Farmácia, Constituição da CIPA nos canteiros, Sanitários e Bebedouros, Crachás, Plano de saúde e o dia do Trabalhador da Construção, dentre outra conquistas.

Parabenizo a direção pela capacidade de analisar a conjuntura no momento das negociações, sempre trilhando pelo melhor caminho. Vale lembrar ainda que a campanha salarial é janeiro, portanto uma das primeiras campanhas do ano e em nenhuma dessas campanhas os operários tiveram reajuste abaixo da média das demais campanhas salarial durante aquele ano, muito pelo contrário, já fecharam primeiro e tiveram reajuste superior as demais categorias.

Os trabalhadores da Construção Civil precisam apostar mais na direção do seu Sindicato, a história tem mostrado que essa turma não é de brincadeira e quando o assunto é a defesa dos direitos dos operários eles não medem esforços e estão sempre na luta.

O reajuste conquistado não foi o pior reajuste se analisarmos a conjuntura atual, mas se os operários seguissem a orientação da direção seria um reajuste maior e não precisariam pagar cem por cento dos dias parados. No que pese a autonomia da categoria, que é respeitada pela direção do SINTRACOM/BA e da FETRACOM/BA, precisa se fazer uma reflexão e observar quem de fato está a serviço dos interesses da classe.

Valeu a luta, valeu à garra, a força a determinação da categoria. Sigam na certeza que tem a frente uma direção comprometida com os seus interesses. Parabéns aos trabalhadores e parabéns as direções das entidades.




Miraldo Vieira é Secretário Geral da CONTRICOM – Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria da Construção e do Mobiliário.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Entenda melhor o Fator Previdenciário

"Retransmito matéria de Pascoal Carneiro, publicada hoje no portal da CTB. Entenda o Fator Previdenciário na ótica dos trabalhadores".

Sobre o Fator Previdenciário
*Pascoal Carneiro
16/03/2011


O Fator Previdenciário foi criado 26 de Novembro de 1999 pela Lei 9.876/99  no Governo de FHC, como uma alternativa de controle dos gastos da Previdência Social sob alegação de déficit nas contas – nunca foi provado a existência de tal déficit. Esse coeficiente foi criado para prejudicar ainda mais nossa aposentadoria: o mesmo tem relação direta com a idade do segurado e o tempo de contribuição mais a expectativa de sobrevida no momento de aposentadoria.
Na verdade o Fator Previdenciário foi criado com a finalidade de reduzir o valor dos benefícios previdenciários no momento de sua concessão, de uma forma muito ruim para o trabalhador, inversamente proporcional à idade de aposentadoria do segurado. Quanto menor a idade de aposentadoria, maior o redutor e conseqüentemente, menor o valor do benefício.
São três os elementos principais que influenciam para menor no cálculo do valor do benefício por meio do Fator Previdenciário:
I.        Tempo de Contribuição: o tempo de contribuição influi diretamente no resultado do Fator que é aplicado para o cálculo do benefício, ou seja, quanto maior o tempo de contribuição, menor o redutor aplicado e quanto menor o tempo de contribuição, maior o redutor;
II.        Expectativa de sobrevida: a expectativa de sobrevida também influencia na redução do valor do benefício na medida em que o beneficiário apresenta uma expectativa de vida maior, ou seja, quanto maior a expectativa de vida do segurado, menor o valor do benefício.

III.        Idade do segurado na data de sua aposentadoria: quanto menor a idade do segurado, maior será o tempo de sobre vida e menor o valor do beneficio.
O fator previdenciário é calculado considerando-se a idade, a expectativa de sobrevida e o tempo de contribuição do segurado ao requerer aposentadoria.A expectativa de vida, é obtida a partir da tabela completa de mortalidade construída pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para toda a população brasileira, considerando-se a média nacional única para ambos os sexos.
Tanto a idade quanto a expectativa de vida são homogêneos e uniformes para todos e todas, independentemente de quanto tenha contribuído durante o tempo de trabalho e vida, como se todos tivesse um tempo determinado para morrer, ou seja,  independentemente das condições de vida de região se trabalhou em condições insalubre, não importa: as condições de vida e tempo são iguais para todos, o que ao meu ver isso é inconstitucional.
Na aposentadoria por idade é facultativo poder ou não ser aplicado a famigerado fator previdenciário, antes de conceder a aposentadoria por idade, o INSS tem a obrigação de informar ao segurado o que é mais vantajoso, com ou sem o fator de redução, e será concedido o beneficio pelo maior valor.
Porém no período de 1999 a 2004, o INSS aplicou o fator previdenciário para todas as aposentadorias por idade, essas pessoas estão até hoje com o valor do beneficio defasado, esperando por decisão judicial.
Só para se ter idéia do absurdo que é aplicação deste redutor,  fiz essa pequena amostra de cálculo. Uma mulher de 48 anos de idade e 30 de contribuição, que tem média salarial de R$ 1000,00 hoje está sujeita ao fator de 0,5614, que é multiplicado pelo salário. Assim, o benefício dela seria de R$ 565,10. Uma perda de quase metade do salário. Sem o fator, ela ficaria com o benefício integral: R$ 1 mil. Um homem de 55 anos e 35 de contribuição que hoje ganha o teto (R$ 3.689,66), por exemplo, sofreria a ação do fator 0,7198. Sua aposentadoria seria de R$ 2.495,84. Sem fator, ele fica com o teto de R$ 3.689,60
Segundo a ANFIP (Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil) 68% dos benefícios emitidos são de até 1 salário mínimo, 13% estão na faixa entre  1 a 2 salários mínimos, 13% entre 2 a 4  e apenas 6% estão acima de 4 salários mínimos.
Pelos dados do próprio Ministério da Previdência não existe déficit, ao contrario, existe superávit se considera todas as fontes de custeio da Previdência, como CONFINS, PIS e outras. A extinção do Fator Previdenciário é uma necessidade urgente e é apenas uma pequena correção das varias injustiça cometida contra os trabalhadores.
Em 30 de Novembro de 2010 o Juiz, Marcus Orione Gonçalves Correia, da Justiça Federal de São Paulo, considerou inconstitucional o Fator Previdenciário, em sentença proferida na ação movida por segurado contra o INSS, o juiz afirma que o raciocínio do fator previdenciário é “falacioso”, porque só é possível obter o benefício a partir da utilização de elementos não permitidos pela Constituição. Ele ainda questionou a justificativa para se manter o fator a pretexto do equilíbrio atuarial e chamou o redutor de “retrocesso social”.
“É inadmissível, por exemplo, considerar-se que estes elementos possam ser dimensionados da mesma forma se considerarmos um benefício postulado por um segurado de São Paulo e por outro no sertão do Nordeste. Logo sem considerar estas peculiaridades, o fator previdenciário atinge frontalmente o princípio da igualdade, insculpido no art. 5º, “caput”, da Constituição Federal de 1988”
O fator previdenciário precisa ser extinto. Mas para que sua revogação seja uma vitória real dos trabalhadores, é preciso barrar desde logo outras propostas de conteúdo muito parecido, como idade mínima, tempo de contribuição maior para quem ingressar agora no sistema, desoneração da folha de pagamento.  Não se pode, a pretexto de evitar que o trabalhador sofra perdas na aposentadoria, proibi-lo de se aposentar, porque isso é o que esta acontecendo.

Pascoal Carneiro é Secretário Geral da CTB e Metalúrgico da Bahia.

Patrões da Construção Civil na Bahia desrespeitam até o TRT

Miraldo Vieira
16/03/2011

Mais uma vez os patrões da construção civil na Bahia dão para trás e não cumprem com a palavra na mesa de negociação.
Primeiro foi na SRTE – Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, agora foi no TRT – Tribunal Regional do Trabalho.

As partes foram chamadas para reunião na segunda-feira (14) para discutir e analisar uma proposta feita pela Vice-presidente do TRT desembargadora Maria Adna Aguiar do Nascimento, ao final da reunião tudo parecia está acertados entre as partes, mas os patrões em uma total demonstração de desrespeito e intransigência reprovaram na noite de ontem a proposta formulada pela vice-presidenta do TRT.

Para o presidente do sindicato laboral isso prova que os patrões estiveram sempre irredutíveis na mesa de negociação.

“Isso é bom para toda a população perceber que a greve durou esse tempo todo por causa deles, que têm se mostrado irredutíveis. Da nossa parte, existe um enorme esforço para resolver logo esse impasse”, disse o presidente do Sintracom, José Ribeiro Lima, surpreso com a posição dos empresários. “Já que ficou tudo acertado na reunião de segunda-feira”, no TRT.
Independentemente da posição do patronato, a orientação da diretoria do sindicato é a de que os trabalhadores compareçam aos canteiros de obras a partir de hoje. “Para nós, mesmo não sendo a proposta ideal de reajuste, a greve acabou. Mas, se eles quiserem fechar os portões dos canteiros, é problema deles. Vamos comparecer ao trabalho”, finalizou José Ribeiro.

A atitude do patronato da construção civil na Bahia revela a ganância por lucros e mais lucros. O desprezo as reivindicação dos operários, a proposta da mediadora da SRTE e da desembargadora do TRT é uma demonstração clara que os patrões não respeitam nem a justiça e acha que pode si sobrepor a tudo e a todos. Agora caberá ao Tribunal Regional do Trabalho definir o julgamento do dissídio que está marcado para amanhã (17/03).

*Miraldo Vieira é Secretário Geral da CONTRICOM-Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria da Construção e do Mobiliário.

terça-feira, 15 de março de 2011

GREVE DA CONSTRUÇÃO CIVIL NA BAHIA CHEGA AO FIM

Finalmente chegou ao fim a greve dos operários da construção civil na Bahia, que já duravam 32 dias. A categoria avaliou neste final de tarde a proposta apresentada pela Vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho.
A reunião no TRT ocorreu nesta segunda-feira (14) e que contou com a participação das comissões de negociação dos patrões e dos empregados, representantes da FETRACOM/BA - Federação dos Trabalhadores na Indústria da Construção e da Madeira, do SINTRACOM/BA - Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção e da Madeira no Estado da Bahia, e do SINDUSCON - Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Estado da Bahia, além das presenças da vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região, desembargadora Maria Adna Aguiar do Nascimento e da relatora do dissídio a desembargadora Dalila Andrade.

Reajuste salarial:
O reajuste salarial será de 10% a partir de março/11, e 1% a partir de junho, que totaliza 11%. Pagamento da cesta básica, a partir de março, sendo a cesta comum no valor de R$ 60 e a especial no valor de R$ 90.

Os dias de greve:
Ao total foram 145 horas não trabalhadas por motivo da greve, 40% das horas serão abonadas pelos patrões, 36% das horas serão compensadas e 24% serão descontadas nas rescisões que se derem até 31/12/2011, em caso contrário nas férias posteriores a essa data.

Pagamento de salários:
Os patrões terão que pagar até o dia 22 de março, a título de adiantamento, o saldo do salário de fevereiro e o adiantamento quinzenal de março.

Greve dos trabalhadores na Bahia tem apoio de Deputado

"O deputado Daniel Almeida do PCdoB/BA, usou a tribuna da câmara federal, nesta tarde (15/03/2011),  para manifestar solidariedade a greve dos Operários da Construção Civil da Bahia. O parlamentar destacou a importância do setor para a economia e a necessidade dos empresários atender as reivindicações dos Trabalhadores. Veja abaixo a íntegra do discurso"

Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados,
Os trabalhadores da Construção Civil da Bahia estão em greve desde o dia 10 de fevereiro, ou seja: a trinta e dois dias. A greve dos operários continua e o julgamento do dissídio está marcado para acontecer na próxima quinta-feira (17), no TRT. Porém, ontem, a vice-presidência do Tribunal, apresentou uma proposta de acordo, que será avaliada hoje à tarde.
                Esta senhor presidente, é uma manifestação justa e organizada da categoria, em busca de uma condição melhor de vida dos trabalhadores e seus familiares.
Os operários começaram reivindicando reajuste salarial de 18,76%, depois, reduziu para 15%. No momento a categoria analisa a proposta da mediação da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, de um reajuste salarial de 8% a partir de 1º de janeiro e mais 4% a partir de 1º de março, num total de 12%. Esta proposta será admitida, desde que haja uma aceitação do empresariado, à proporcionalidade das horas extras, na compensação dos dias parados.
                Além dos itens de caráter econômico os trabalhadores reivindicam também o aumento da cesta básica; qualificação profissional; contrato de experiência com limite máximo de 30 dias, entre outras reivindicações com o mesmo grau de importância.  
Senhor presidente, senhoras e senhores deputados, tive a oportunidade de participar e acompanhar as lutas dos trabalhadores da Construção Civil da Bahia, desde a época em que era vereador. Hoje, indiscutivelmente, é uma das categorias mais atuantes que temos na Bahia.
Estou acompanhando esta greve desde o seu início. Participei das assembléias, e sei do esforço dos trabalhadores em resolver esta pendência, por isso, gostaria de conclamar os representantes do empresariado para que busque atender estas reinvidações e com isso por fim a esta greve.
                Sabemos, senhor presidente, que o setor da Construção Civil tem sido um dos principais carros-chefe do crescimento econômico do país nos dias atuais. O segmento foi impulsionado pela recuperação dos investimentos, maior facilidade de acesso ao crédito e prorrogação da isenção do Imposto sobre Produto Industrializado – IPI para material de construção até dezembro de 2010. Portanto, consideramos que está na hora de melhorar as condições de salário e trabalho dos trabalhadores.
                Estes por sua vez, entendem a importância de não se reter o avanço econômico do setor, especialmente, no que diz respeito aos impactos das obras do PAC, do programa Minha Casa Minha Vida,  e da Copa.
                Os trabalhadores estão imbuídos deste sentimento de valorização deste momento político e econômico vivenciado no país. Por outro lado, percebo que os empresários da Construção Civil têm amadurecido nestes últimos anos, e eu estou confiante de que encontrarão um caminho pacífico e descente para negociar e por fim ao movimento paredista.

                Era o que tinha a dizer.

 Daniel Almeida - Deputado Federal PCdoB/BA. http://www.daniel.org.br/

Fevereiro registra recorde de empregos gerados no Brasil

"Retransmito máteria divulgada pelo sito do MTE no final desta manhã"

Brasília
15/03/2011

Mais de 280 mil novos empregos com carteira assinada foram criados no período, resultado 34,08% superior que o recorde anterior. Setor de Serviços registrou melhor resultado da história
Em fevereiro foram criados 280.799 novos empregos com carteira assinada no Brasil, número recorde para o período. O resultado é 34,08% superior ao melhor desempenho registrado na série histórica do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), ocorrido em fevereiro de 2010, quando foram gerados 209.425 postos. Os dados foram anunciados nesta terça-feira (15), pelo ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi.
Ministro Carlos Lupi em entrevista na sede do MTE.
"O mercado de trabalho brasileiro está forte e vigoroso, e em fevereiro foi impulsionado pelo Carnaval, sem que se tenha perdido dias úteis no mês, uma vez que o feriado caiu em março. O setor de serviços foi o grande destaque, puxado pelo Turismo e Hotelaria. Basta ver que no Rio de Janeiro o índice de ocupação da rede hoteleira bateu recorde, com mais de 97% de ocupação", explicou Lupi.
O setor de Serviços registrou saldo recorde para todos os meses da série histórica do Caged, com a geração de 134.342 empregos celetistas. O setor Extrativo Mineral, com a geração de 1.713 postos, registrou desempenho inédito em fevereiro. A Indústria de Transformação, com 60.098 novos postos, e a Construção Civil, com 30.701, registraram seus segundos melhores resultados para o mês.
A expansão de empregos foi generalizada também entre os 25 subsetores de atividade econômica, com dez registrando recordes e quatro o segundo melhor desempenho para o mês.
"Em março a Educação se destacará, com a efetiva volta às aulas. Este mês o Ensino já foi recorde, e deverá continuar crescendo. A Construção Civil seguirá em alta e é possível que haja novo recorde para o mês", comentou o ministro.
Todas as cinco regiões brasileiras tiveram saldo recorde em fevereiro, sendo a geração de empregos puxada pelo Sudeste, que abriu 165.523 postos. Em termos relativos, o maior crescimento foi registrado no Centro-Oeste, com elevação de 1,21% no estoque de trabalhadores com carteira assinada. Entre as 27 Unidades da Federação, quinze mostraram saldos recordes e quatro apontaram o segundo melhor resultado para o período.
Bimestre - O número de trabalhadores com carteira assinada também bateu recorde no primeiro bimestre de 2011, com a geração de 448.742 postos de trabalho formal, equivalente ao crescimento de 1,25% em relação ao estoque de empregos de dezembro de 2010. O total já incorpora as informações declaradas fora do prazo relativas ao mês de janeiro de 2011. Nos últimos 12 meses, o montante de empregos gerados atingiu 2.523.029 postos de trabalho, correspondendo ao aumento de 7,45%.

Seguro-desemprego - O ministro Carlos Lupi comentou a possibilidade de implementação de um novo modelo de qualificação profissional para trabalhadores beneficiários do Seguro-Desemprego. A ideia é evitar que se burle o programa a partir de acordos em que o patrão demite o trabalhador, que continua a trabalhar sem carteira assinada e passa a receber o seguro.
"As empresas estão contratando mais do que demitindo, mas não deixaram de demitir, e estão demitindo mais do que nunca. Quanto mais aquecido estiver o mercado, maior será a rotatividade de mão-de-obra, e mais benefícios de Seguro-Desemprego teremos que pagar. Por isso defendo que o trabalhador beneficiário do seguro seja obrigado a participar de cursos de qualificação, que o Ministério da Educação está desenvolvendo", disse Lupi.
Paralelo ao projeto de qualificação, o Ministério do Trabalho e Emprego está implementando o Programa Mais Emprego, que une o Programa Seguro-Desemprego ao Sistema Nacional do Emprego, com a finalidade de oferecer oportunidades de novo emprego aos requerentes do Seguro-desemprego, para que, imediatamente recolocados no mercado, não precisem do benefício.
O número de admissões e desligamentos do último mês também foram os maiores registrados na série histórica para o período, totalizando 1.797.217 e 1.516.418, respectivamente.

segunda-feira, 14 de março de 2011

O Globo rasga fantasia em editorial reacionário

"Retransmito materia do DIAP, escrito por José Dirceu no seu blog"

Sáb, 12 de Março de 2011 - 15:28h
Com editorial com o título "Os militares e as vítimas da ditadura", no qual se perfila hoje com as Forças Armadas contra a criação da Comissão da Verdade, que vai investigar os crimes do regime militar, o jornal O Globo faz jus ao seu passado de apoio à ditadura e à repressão aos que a ela resistiram.
No título, que se pretende neutro, na verdade o jornal demonstra não ter coragem de assumir o que vai publicar e defender em seguida no editorial. No texto considera que "é necessário saber o destino dos desaparecidos e também os delitos da esquerda".
Em outras palavras, assume a posição das Forças Armadas que são contra a Comissão, mas como a sabem inevitável, querem a reciprocidade, investigar a esquerda, a oposição e os que integraram a resistência à ditadura.
Esquerda já foi investigada e julgadaO jornal finge esquecer-se que estes já foram julgados. A maioria, apesar de civis, por tribunais militares de exceção e, quando condenados, cumpriram duras penas. Muitos foram torturados, banidos, exilados, assassinados. O jornal quer que sejam investigados e julgados duas vezes?
É o que defendem. Querem nos investigar porque lutamos contra a ditadura. Agora, imagina se nós quiséssemos investigar as Organizações Globo pelo apoio a ditadura!
Ou, por aquela velha denúncia, por muito tempo repetida pelo falecido governador Leonel Brizola, de que o sistema Globo foi montado no pós-golpe militar de 1964 e se tornou esta potência com o apoio - financeiro, inclusive e principalmente - do grupo de comunicação norte-americano Time-Life, o que já era proibido à época pela legislação brasileira.
Sistema é a vanguarda do atraso na mídiaNão é nenhuma novidade esta posição do jornal O Globo em que se posiciona ao lado dos militares e contra a criação da Comissão da Verdade. O jornal sempre se alinhou ao que houve de mais obscurantista, retrógrado e reacionário na história do país.
Esteve, por exemplo, com a velha UDN de guerra e com um de seus líderes, Carlos Lacerda, na oposição a Getúlio Vargas (1950-1954); foi contra os pontos positivos do governo Juscelino Kubitschek (1956-1960); aliou-se à reação e pregou abertamente o golpe militar de 1964 que derrubou o presidente constitucional João Goulart (1961-1964); e foi um entusiasta apoiador dos 8 anos de tucanato de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
Também a TV Globo, do mesmo grupo e linha editorial do jornal, pelo apoio e sustentação que dava ao regime militar ignorou e boicotou solenemente a campanha das Diretas Já pela volta das eleições para presidente da República.
Um aliado permanente dos reacionáriosSó a noticiou quando o movimento se tornou vitorioso e ficaram evidentes os sinais de derrota da ditadura e que ela se aproximava do seu fim.
O 1º grande comício da campanha das Diretas Já, por exemplo, de 25 de janeiro de 1984, na Praça da Sé, a TV Globo noticiou como uma festa pelo aniversário de São Paulo. Nenhuma menção ao objetivo da manifestação.
Se alguém quiser ver alguma novidade no editorial de O Globo de hoje, encontrará só o fato de que o jornal abandonou o lema que seguiu durante os 21 anos de ditadura militar, de que "há governo sou a favor".
Está contra esta iniciativa do governo Dilma Rousseff, de criar a Comissão da Verdade. Como aliás, todo o tempo foi contra o governo Lula.
Mas, por seu passado e história, não surpreende.

domingo, 13 de março de 2011

TRABALHADORES DO RAMO DE MÁRMORE E GRANITO CONSEGUEM 10% DE REAJUSTE

 *Miraldo Vieira
13/03/2011

Os operários do setor de Mármore e Granito no Estado da Bahia, representados pelo SINDLADRILHOS – Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Mármore, Granitos, Artefato de Cimento, Cerâmica e Olaria, conseguiram um reajuste salarial de 10%. Com data base em janeiro, a categoria começou se mobilizar em dezembro do ano passado. Foram inúmeras assembléias e manifestações para arrancar dos patrões um reajuste acima da inflação.

Além do reajuste salarial a categoria conseguiu também aumento no valor da Cesta Básica e no anuenio. Foram mantidas todas as clausulas das convenções anteriores e ampliação da vigência do Acordo Coletivo de Trabalho, que passa a vigorar até dezembro de 2012.
Os patrões como sempre, intransigentes nas negociações emperraram em uma proposta menor que o esperado pelos Trabalhadores, foi necessário cinco rodadas de negociação para chegarmos a um acordo que não foi o que queria a direção do Sindicato e os trabalhadores, mas também não foi a migalha que os patrões queriam dar aos operários.

Agora é unir forças para fazer valer o Acordo, a fiscalização das clausulas é uma tarefa de todos nos, havendo descumprimento por parte das empresas é só ligar para o Sindicato que tomaremos as medidas cabíveis.

* Miraldo Vieira é Secretário Geral da CONTRICOM - Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria da Construção e do Mobiliário.

sexta-feira, 11 de março de 2011

OS TRABALHADORES DA CONSTRUÇÃO CIVIL E OS CONSELHOS NACIONAIS

Miraldo Vieira
11/03/2011 

A presidenta Dilma Rousseff reuniu-se com as centrais sindicais nesta tarde no Palácio do Planalto. Na pauta a indicação dos trabalhadores para compor Conselhos de administração de empresas controladas pela União. Estiveram presentes as seis maiores centrais do nosso país.
A regulamentação é uma reivindicação antiga do movimento sindical que teve como principal aliado o presidente Lula. Com a portaria as centrais poderão indicar trabalhadores para os conselhos das empresas.

O ramo da construção e do mobiliário não vem tendo a atenção devida pelas centrais sindicais em todas as esferas, nenhuma das centrais sindicais no nosso país enxerga o setor como propulsor da economia. É preciso inserir suas lideranças nas discursões que envolva o setor.
Em encontro nacional do ramo, promovido pela CTB, foi criado uma Comissão Nacional, formada pelos dirigentes do setor: Raimundo Brito/BA, Antonio Lopes/SP, Raimundo Moacir/PA, Miraldo Vieira/BA, Lúcia Maia/BA, e José Nivalto/BA, além tirar uma plataforma de luta, dentre elas estão o pleito de participar dos seguintes Conselhos:

► CONAFLORA - Conselho Nacional da Floresta;
► CONCIDADES – Conselho Nacional das Cidades;
► Conselho Nacional do SESI;
► Grupo Sete do MERCOSUL (Móveis e Madeira);
► Comissão Tripartite da Construção (coordenada pela CBIC-Câmara Brasileira da Indústria da Construção.

Existem outros conselhos importantes que carece a presença dos representantes do ramo da construção, estamos fazendo um mapeamento para mais na frente reivindicarmos nossa participação nos mais diversos espaços de discussão.
Temos interesse em discutir para nosso ramo uma política de qualificação profissional é necessário que haja democratização dos recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) na distribuição de recursos para a qualificação profissional. Não podemos concordar que uma categoria com baixa qualificação como o da Construção Civil, tenha pouco ou quase nenhum recurso nesta área, enquanto que categorias com uma maior qualificação obtêm recursos numerosos para fazer requalificação.

* Miraldo Vieira é Secretário geral da CONTRICOM - Confederação nacional dos Trabalhadores na Indústria da Construção e do Mobiliário.

Brasil no rumo do retrocesso

"Retransmito máteria do Jornalista Messias Pontes, publicada no portal www.vermelho.org.br "


Duas notícias divulgadas na última semana encheram os brasileiros de orgulho: já somos a sétima economia do planeta, tendo crescido 7,5% em 2010, e o Brasil é o país com maior crescimento de popularidade no mundo. Tudo isso fruto da política adotada pelo governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em especial no segundo governo (2007/2010). Fomos o último a entrar na grave crise mundial do capitalismo, com epicentro nos Estados Unidos, e o primeiro a dela sair. “Uma marolinha”, como disse Lula.

O País gerou 15 milhões de empregos formais – com carteira assinada -, sendo mais de dois milhões no ano passado. O governo Lula da Silva trilhou por um caminho que tornou o Brasil um país respeitado em todo mundo, deixando de ser coadjuvante para ser protagonista no concerto das nações, e isto fez o brasileiro perder o complexo de vira latas. A auto estima nunca esteve tão alta.

Para dar continuidade e avançar mais ainda é o a maioria dos brasileiros optou por eleger a ex-ministra Dilma Rousseff sucessora do presidente Lula. Contudo, até o momento o que se viu foi uma perigosa mudança de rumos. Para ser agradável ao deus mercado, o governo Dilma decidiu cortar R$ 50 bilhões do orçamento de 2011, e o Banco Central, também para agradar os rentistas, aumentou duas vezes a taxa básica de juros, chegando a 11,75%, a mais alta do mundo. Só com esses dois aumentos na taxa Selic, os rentistas abocanharam R$ 18 bilhões, dinheiro que daria para garantir um aumento real no salário mínimo.

Tudo isso seguindo o receituário neoliberal que já demonstrou estar esgotado em todo o mundo. Essas decisões, na medida em que favorece o capital financeiro especulativo, breca o desenvolvimento nacional, impedindo a geração de empregos formais. Os empresários ligados à produção e os trabalhadores brasileiros foram uníssonos em condenar as políticas de cunho neoliberal adotadas até agora. O temor é que o País caminhe no rumo do retrocesso, o que seria altamente danoso para a nação brasileira.

O corte de R$ 50 bilhões vai atingir a todos os segmentos da economia. Para o Brasil seguir avançando é imperioso que a equipe econômica encontre mecanismos para manter a inflação dentro da meta estabelecida sem ter de elevar a taxa básica de juros (Selic) e principalmente sem cortar o orçamento da União.

Sindicalistas, empresários do setor produtivo e renomados economistas entendem que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central está grandemente equivocado ao apresentar o aumento da taxa básica de juros como o principal instrumento para conter o crescimento da inflação. Também argumentam que o aumento de preços de produtos que puxavam a inflação para cima já começam a cair, dado que a previsão é de aumento considerável da produção de grãos, em especial o do feijão, do milho, do arroz e dos hortifrutigranjeiros. Pelo andar da carruagem, de nada adiantou a substituição do neoliberal Henrique Meireles.

O investimento em infraestrutura, por hipótese alguma, pode sofrer redução. As estradas federais estão em péssimas condições em todo o País, principalmente no Norte e Nordeste. Para se ter apenas um exemplo, no Ceará a BR 222, no trecho que vai do município de Umirim ao de Sobral está praticamente intransitável, gerando incalculáveis prejuízos para os seus usuários e, notadamente, para a economia da região. A tendência é piorar, já que estão previstas chuvas acima da média nos próximos meses.

A política macroeconômica conservadora escandalosamente defendida pelo ministro Antonio Palocci - mesmo ele sendo titular de outra pasta que não a da Fazenda – é que está prevalecendo. Palocci é tão neoliberal quanto Armínio Fraga, Henrique Meireles e Pedro Malan, sendo um ardoroso defensor do Coisa Ruim (FHC) para quem defendeu estátua em praça pública, durante encontro de empresários na Bahia.

A presidenta Dilma Rousseff, com o capital político que conquistou, precisa ser ousada e avançar, avançar e avançar como prometeu durante a campanha eleitoral. Para tanto conta com o irrestrito apoio da maioria dos brasileiros que está disposta a ocupar as ruas e praças deste País para garantir e ampliar as conquistas obtidas nos últimos anos.
Não ao retrocesso.

* Diretor de comunicação da Associação de Amizade Brasil-Cuba do Ceará, e membro do Conselho de Ética do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará e do Comitê Estadual do PCdoB

quinta-feira, 10 de março de 2011

Trios elétricos darão espaço para os Operários da Construção Civil

Miraldo Vieira
10/03/2011

Os trios elétricos darão espaço para a Assembléia dos Operários da Construção Civil hoje às 17hs na Praça Castro Alves (Praça do Povo). Em greve desde o dia 10 de fevereiro, os trabalhadores decidirão os rumores do movimento paredista neste final de tarde.
Tradicionalmente os operários realizam suas assembléias no largo de São Bento (Av. Sete de Setembro), considerada a “Praça do Peão”, mas o espaço ficou pequeno pela quantidade de trabalhadores hoje no setor da construção civil. Salvador é um verdadeiro canteiro de obras, fazendo os patrões ficarem muito mais ricos que antes e arrochando os salários cada vez mais.

As reivindicações

A pauta de reivindicação foi protocolada no SINDUSCON (Sindicato da Indústria da Construção Civil) no dia 23 de novembro de 2010, A reivindicação salarial inicial era 18,76%, mais aumento da cesta básica; qualificação profissional; 30 dias no máximo para o contrato de experiência; reconhecimento de novas funções; lanche ou o jantar fornecido no início da primeira hora, para quem fizer a partir de duas horas extras após as 17 horas; cumprimento das leis relacionadas às trabalhadoras gestantes, com garantia de estabilidade; depósito da quantia líquida da rescisão dentro do prazo estabelecido no artigo 477 da CLT, e multa correspondente se a homologação não ocorrer até o segundo dia posterior ao depósito; além da garantia dos direitos que constam nas Convenções Coletivas anteriores. A primeira rodada de negociação aconteceu no dia 17 de dezembro de 2010, de lá para cá, foram 05 tentativas de negociação no Sindicato Patronal e 06 intermediada pela SRTE (Superintendência Regional do Trabalho e Emprego) que apesar de ter avanços, não foi o esperado pelos trabalhadores.

A negociação

A Comissão de Negociação após ouvir os trabalhadores, apresentaram uma proposta de 15% para fechamento do acordo, sendo rejeitado pelos patrões que insistem em 6,47%, quando tudo parecia avançado com a SRTE propondo um reajuste de 12% sendo 8% retroativos a 1º de janeiro/11 e 4% a partir de 1º de março/11, os patrões deram para trás e novamente emperraram as negociações mantendo os famigerados 6,47% e querendo que os operários paguem integralmente os dias parados. Em total disposição de negociação, mesmo abrindo mão do que os patrões poderiam oferecer, os trabalhadores em nova assembléia concordaram com a proposta da SRTE, desde que os patrões respeitem a proporcionalidade das horas extras na compensação dos dias parados.

Justiça nega Liminar aos patrões e julgamento da greve está marcada

Em Feira de Santana há 105 km da capital baiana, a greve segue firme e forte. Desesperados pelos atrasos na entrega dos imóveis, os patrões entraram com uma medida cautelar na Justiça para impedir o movimento grevista, sendo indeferida pela justiça que solicitou do Sindicato Laboral informações sobre o motivo da greve para avaliação e depois decidir.
Diante do impasse as partes solicitaram o julgamento da greve e a justiça marcou para o dia 17 de março de 2011 no Tribunal Regional do Trabalho.

* Miraldo Vieira é Diretor de Política Sindical da FETRACOM/BA e Secretário Geral da CONTRICOM - Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria da Construção e do Mobiliário.

sábado, 5 de março de 2011

TRABALHADORES ESCOLHEM SUA ENTIDADE EM ASSEMBLÉIA DIRIGIDA PELA JUSTIÇA

"Retransmito matéria veiculada no portal www.portalctb.org.br parabenizo a diretoria do SINTICESB pela vitória, que é também uma vitória da FETRACOM/BA e da CTB, o clamor da base revela o compromisso que esta direção classista tem com os operários da construção civil. Estamos todos orgulhosos do trabalho desta turma do Extremo Sul da Bahia. Mais uma vez parabéns, ganhram as direções, mas ganhou muito mais os trabalhadores."

Segue abaixo a matéria na íntegra do portal da CTB.

Uma disputa por base territorial envolvendo o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil do Extremo Sul da Bahia-SINTICESB (apoiados pela CTB) e o Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil de Porto Seguro-SINDCOM (apoiados pela CUT e os patrões), ambos da região de Porto Seguro, no extremo sul do Estado, foi resolvida de forma inédita. As entidades acordaram, em audiência intermediada pela juíza Andréa Schwarz, titular da Vara do Trabalho (VT) de Porto Seguro, que os próprios trabalhadores decidiriam em votação a qual dos sindicatos litigantes caberia a representação da categoria. A escolha recaiu sobre o Sinticesb.
Trabalhadores comemoram a vitória do SINTICESB,
da FETRACOM/Ba e da CTB.
Em agosto do ano passado o Sinticesb entrou com uma ação na Justiça, reclamando o direito de representar os trabalhadores na construção civil dos municípios de Belmonte, Porto Seguro e Santa Cruz de Cabrália, base territorial até então representada pelo Sindcom. Segundo o diretor da VT de Porto Seguro, Leonardo Gauw, o Sinticesb alegava irregularidades na formação do Sindcom, sobretudo após recente reestruturação. 'Apesar das alegações, não foi necessário o julgamento da ação, devido ao acordo feito entre as partes no último dia 16, no qual ficou decidido que os próprios trabalhadores escolheriam em assembléias o novo representante sindical'.
ASSEMBLEIAS - Em ata ficou registrado pela juíza que a escolha dos trabalhadores seria tomada em assembléias, que contariam com a participação da Justiça. Os sindicatos se comprometeram a publicar o edital de convocação para as assembléias previamente definidas nos canteiros de obra e em jornais de grande circulação, nos quais deveriam esclarecer o porquê da participação da Justiça. Empregados com carteira de trabalho assinada e mesmo aqueles cujo contrato de trabalho havia sido extinto nos últimos seis meses, a contar da data da Assembléia, estavam habilitados a participar da votação.
As assembléias, presididas pela juíza Andréa Schwarz, aconteceram na tarde da última terça-feira (1º), no canteiro de obras das construtoras MDA Construções e Oliveira Costa, em Porto Seguro, e contaram com a participação de mais de 600 trabalhadores. Em votação, eles decidiram que o Sinticesb será a única entidade a representar a categoria a partir de agora, devendo o Sindcom ser extinto. O vencedor da representatividade, que já representa todo o extremo sul da Bahia, ficará também as bases territoriais de Belmonte, Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália, fazendo prevalecer às normas coletivas mais benéficas aos trabalhadores.

fonte: Joel Oliveira de Souza - Vice presidente do Sinticesb e portal CTB

Bahia deixa crise e curte o Carnaval de bem com sua torcida.

O Bahia conseguiu se recuperar depois de um início de temporada conturbada. O time conseguiu dar a volta por cima e hoje assume a vice-liderança do seu grupo, deixando mais tranqüilos seus torcedores que poderão curtir o carnaval mais aliviado.
Coma vitória no segundo Ba-Vi do ano, o Bahia arrancou para assumir a liderança de seu grupo, outro problema solucionado foi a regularização e a chegada de reforços experientes, como Ramon, ex-Flamengo, e o colombiano Tressor Moreno.

A diretoria do Tricolor de Aço deu como prêmio aos seus jogados dois dias de folga para aproveitar a folia, devendo se reapresentar na segunda-feira.

Na condição de torcedor, louvamos a atitude dos jogadores que nos últimos três jogos demonstraram que estão dispostos a se colocar como uma equipe forte. A saída da penúltima posição para segunda no certame estadual nos deixa muito felizes.

Que este ambiente bom, prossiga por muito tempo.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Operários da construção na Bahia param serviços realizados nos camarotes do carnaval

Em reunião realizada nesta quarta-feira (2), trabalhadores da construção civil e patrões tentam por fim a um impasse que deixa há 20 dias paralisadas as atividades nos canteiros de obra, em Salvador. A iniciativa dos operários ganhou mais notabilidade nesta terça-feira (1º), com a adesão dos trabalhadores que atuam na montagem das estruturas dos camarotes e arquibancadas que deverão ocupar os principais circuitos do Carnaval na capital baiana, cuja abertura oficial acontece na quinta-feira (3). Com isso, os trabalhos de montagem foram interrompidos.
A greve da categoria, iniciada no dia 10 de fevereiro, reivindica reajuste salarial. Os operários reivindicavam inicialmente 18, 76% de reajuste, mas sinalizaram positivamente com uma proposta da DRT (Delegacia Regional do Trabalho) de 12%, embora os patrões ofereçam apenas 6,47%.
Conforme o diretor do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção e da Madeira no Estado da Bahia (Sintracom-Ba), Luiz Belon, os operários que montam os andaimes também pertencem à categoria e, embora cerca de 80% das estruturas estejam concluídas, ainda faltam os arremates que garantem segurança aos espaços, que deverão abrigar milhares de foliões.
“Se não houver acordo esses camarotes ficarão com as suas estruturas comprometidas”, diz Belon. A reunião se realiza na Delegacia Regional do Trabalho (DRT), no centro da cidade. Enquanto isso, na praça do Campo Grande, coração da folia baiana, cerca de dois mil operários aguardam o desenrolar das negociações.
Há impasse também com relação ao pagamento da quinzena, relativa ao período de paralisação das atividades.
“Os patrões querem que a categoria assuma o prejuízo. Nós achamos que isso não é justo. Afinal, os trabalhos foram suspensos em decorrência do endurecimento deles”, sustenta Belon.
A reunião conta ainda com a participação do superintendente de Controle e Ordenamento do Uso do Solo do Município, Cláudio Silva, que tenta encontrar uma solução para os pontos divergentes. Segundo Silva, o prefeito de Salvador, João Henrique, está ciente  e preocupado com o problema. Ele disse que já conversou a respeito do assunto também com o chefe de gabinete do governador, Jaques Wagner, Fernando Schmidt.
“Temos que agir rápido porque estamos a um dia da abertura do Carnaval, pois o prefeito entrega as chaves da cidade ao Rei Momo na quinta-feira, dando prosseguimento à folia”, disse Silva.
Silva acredita que os profissionais da construção civil pediram o apoio dos operários do Carnaval por verem, a poucos dias da festa, uma oportunidade de pressionar o sindicato patronal, o governo e a prefeitura, chamando mais atenção para suas reivindicações.
O sindicato dos patrões ainda não se manifestou a respeito.
Fonte: UOL e CTB