Em reunião realizada nesta quarta-feira (2), trabalhadores da construção civil e patrões tentam por fim a um impasse que deixa há 20 dias paralisadas as atividades nos canteiros de obra, em Salvador. A iniciativa dos operários ganhou mais notabilidade nesta terça-feira (1º), com a adesão dos trabalhadores que atuam na montagem das estruturas dos camarotes e arquibancadas que deverão ocupar os principais circuitos do Carnaval na capital baiana, cuja abertura oficial acontece na quinta-feira (3). Com isso, os trabalhos de montagem foram interrompidos.
A greve da categoria, iniciada no dia 10 de fevereiro, reivindica reajuste salarial. Os operários reivindicavam inicialmente 18, 76% de reajuste, mas sinalizaram positivamente com uma proposta da DRT (Delegacia Regional do Trabalho) de 12%, embora os patrões ofereçam apenas 6,47%.
Conforme o diretor do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção e da Madeira no Estado da Bahia (Sintracom-Ba), Luiz Belon, os operários que montam os andaimes também pertencem à categoria e, embora cerca de 80% das estruturas estejam concluídas, ainda faltam os arremates que garantem segurança aos espaços, que deverão abrigar milhares de foliões.
“Se não houver acordo esses camarotes ficarão com as suas estruturas comprometidas”, diz Belon. A reunião se realiza na Delegacia Regional do Trabalho (DRT), no centro da cidade. Enquanto isso, na praça do Campo Grande, coração da folia baiana, cerca de dois mil operários aguardam o desenrolar das negociações.
Há impasse também com relação ao pagamento da quinzena, relativa ao período de paralisação das atividades.
“Os patrões querem que a categoria assuma o prejuízo. Nós achamos que isso não é justo. Afinal, os trabalhos foram suspensos em decorrência do endurecimento deles”, sustenta Belon.
A reunião conta ainda com a participação do superintendente de Controle e Ordenamento do Uso do Solo do Município, Cláudio Silva, que tenta encontrar uma solução para os pontos divergentes. Segundo Silva, o prefeito de Salvador, João Henrique, está ciente e preocupado com o problema. Ele disse que já conversou a respeito do assunto também com o chefe de gabinete do governador, Jaques Wagner, Fernando Schmidt.
“Temos que agir rápido porque estamos a um dia da abertura do Carnaval, pois o prefeito entrega as chaves da cidade ao Rei Momo na quinta-feira, dando prosseguimento à folia”, disse Silva.
Silva acredita que os profissionais da construção civil pediram o apoio dos operários do Carnaval por verem, a poucos dias da festa, uma oportunidade de pressionar o sindicato patronal, o governo e a prefeitura, chamando mais atenção para suas reivindicações.
O sindicato dos patrões ainda não se manifestou a respeito.
Fonte: UOL e CTB
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