João Franzin*
O movimento sindical chega bem à reta final
do primeiro turno das eleições. Chega afirmativo, sem perder rumos. Explico.
Campanhas
salariais
As categorias escolhem suas pautas,
encaminham as reivindicações ao patronato e já colocam as campanhas nas ruas.
Entre bancários, metalúrgicos, comerciários, químicos e outros com data-base no
segundo semestre, a orientação é unitária: buscar aumento real e ampliar
conquistas.
Eleições
Dirigentes e tendências estão alinhados aos
projetos políticos que consideram mais adequados. A busca de proximidade com
essas candidaturas está sendo positiva, na medida em que, quando chegam, os
dirigentes reafirmam os eixos centrais da Pauta Trabalhista unificada. Há
variações nos Estados, em relação às eleições locais, mas o desenho não é muito
diferente.
Havia, aí por maio/junho, açodamento de
algumas lideranças sindicais e risco de puxar para dentro do ambiente do
sindicalismo o clima de pendenga, disputa e rixa típicos das eleições. Esse
risco perdeu força. Quem está com Aécio, tudo bem; quem está com Dilma, tudo
certo; quem caminha com Marina, normal - e a vida segue. E quem está com Zé
Maria, bem, está com o Zé...
Evidente que a relação
sindicalismo-candidaturas não é só tranquilidade. O maior ruído até agora (com
riscos de rupturas) vem da parte de Marina, cujas falas sobre temas ligados aos
trabalhadores geram contestações. O movimento sindical não engole a
terceirização e majoritariamente recusa mexidas na CLT, por exemplo.
Candidatos
Há grande número de candidaturas
proporcionais originárias do sindicalismo, em todos os partidos. Os nomes mais
consagrados vão tocando suas campanhas, com chances de êxito. Os menos
conhecidos buscam encaixar suas propostas, com as dificuldades naturais. Não é
fácil pra ninguém e, como alerta o Diap, há risco de que a bancada trabalhista
cresça pouco ou mesmo decresça.
Segundo
turno
O movimento sindical, a prevalecer o desenho
deste primeiro turno, deverá saber se compor com as duas candidaturas
finalistas, mantendo a Pauta Trabalhista e sem perder o objetivo das demandas
específicas.
Houve um tempo de forte carga ideológica nos
meios sindicais – discussão desandava em briga. A consolidação do Estado de
Direito, as conquistas por meio de leis e os avanços das próprias categorias
(anos seguidos de aumento real, ampliação dos acordos de PLR, melhoria nas
condições de trabalho) tornaram o movimento mais centrado. É o que se vê agora
e, tudo indica, se verá no segundo turno. Se houver.
(*) Jornalista da Agência Sindical
Fonte: Diap