Os dados constam na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2011 (Pnad), divulgada hoje (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento mostra ainda que o total de empregados sem carteira assinada caiu 10,3% no período e passou a representar apenas 25,4% da força de trabalho do setor privado.
Segundo o IBGE, a tendência já vinha sendo observada desde 2005. Todas regiões brasileiras apresentaram crescimento nos empregos com carteira assinada, com destaque para a Centro-Oeste, que teve o maior aumento (19,2%). A Região Norte teve a menor evolução entre 2009 e 2011 (9,1%).
“O nível de educação [do trabalhador] tem um papel importante nisso. Pessoas mais escolarizadas, em geral, trabalham mais com carteira assinada. E aumentou, nos últimos anos no Brasil, a participação de pessoas mais escolarizadas na mão de obra total, na população economicamente ativa”, destaca Fernando de Holanda, economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).
A Pnad mostrou ainda que a maior parte da força de trabalho brasileira é formada por empregados (61,3%) e trabalhadores por conta própria (21,2%). Ambos os segmentos aumentaram sua participação, já que, em 2009, representavam, respectivamente, 59% e 20,7%. Já as demais categorias ficaram estáveis ou tiveram queda no período.
Os trabalhadores domésticos, por exemplo, passaram de 7,8% a 7,1% do total; os empresários, de 4,4% para 3,4% e os não remunerados, de 4,1% para 3%.
Ainda de acordo com a Pnad, o percentual de negócios registrados no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) cresceu no período. Os trabalhadores por conta própria que tinham negócio registrado passaram de 14% para 15,6% e chegaram a 3,1 milhões. Já os empresários com negócios registrados passaram de 68,4% para 75,5% do total e chegaram a 2,4 milhões.
Entre os segmentos econômicos que mais empregam no país, destaca-se o setor de serviços, cuja força de trabalho cresceu 5% no período e passou a representar 41,5 milhões de pessoas (cerca de 45% do total). O segmento de comércio e reparação teve alta de apenas 1,9% na força de trabalho, mas continuou apresentando o segundo maior contingente de mão de obra do país: 16,5 milhões (18% do total).
O mercado de trabalho da construção civil foi o que mais cresceu entre 2009 e 2011 (13,6%) e passou a representar 8,4% (7,8 milhões) do total. Em 2009, o setor respondia por 7,5% da força de trabalho do país.
Os segmentos agrícola e industrial tiveram queda no número de empregados, de 7,3% e de 8%, respectivamente. Em 2011, a agricultura empregava 14,1 milhões de pessoas (15% do total) e indústria, 12,4 milhões (13%).
Fonte: Agência
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