quinta-feira, 5 de setembro de 2013

G20 precisa agir decisivamente em favor do emprego, afirma a OIT

O Diretor Geral da OIT, Guy Ryder, pediu aos líderes do G20 que atuem com determinação para criar mais e melhores empregos. Em uma entrevista concedida antes de chegar a São Petersburgo para a Cúpula do G20, Ryder descreveu um panorama sombrio da situação do emprego.

“Como todos sabemos, somente nos países do G20 existe um total de 93 milhões de pessoas desempregadas. Isto praticamente equivale à toda a população da Alemanha e há aproximadamente 200 milhões de pessoas sem trabalho em todo o mundo”.

“Creio que é pertinente dizer que todos os países do G20 enfrentam importantes problemas de emprego e que alguns enfrentam tensões sociais vinculadas, geralmente, a esses desafios. É pouco provável que esta situação mude a menos que se empreendam ações decisivas. É necessário que isto comece a ocorrer agora mesmo com o G20 em São Petersburgo. Portanto, a OIT enfatizará a mensagem de que essas medidas são necessárias para fortalecer de maneira particular a demanda interna, o que incrementará a demanda agregada global, ativará o crescimento e criará novos empregos”.

Ryder destacou que o G20 já reconheceu a necessidade de uma ação decisiva em relação ao emprego. Os ministros de Emprego e Finanças das vinte principais economias do mundo concordaram em uma reunião em julho da importância de serem tomadas medidas políticas destinadas a melhorar as condições para o crescimento e a criação de emprego. O Diretor Geral da OIT destacou que embora cada país necessite desenvolver a combinação de políticas que melhor se ajuste às suas necessidades é evidente que a maioria dos governos deve adotar medidas para estimular o emprego. Muitos países já estão fazendo isso.

“A própria Rússia, que este ano preside o G20, concebeu um plano muito ambicioso para criar cerca de 25 milhões de empregos. Outros países estão atuando de maneira diferente. A África do Sul e a Índia, por exemplo, estão enfatizando grandes programas de emprego público. A União Européia, como sabem, está levando adiante um novo programa de garantia do emprego juvenil.

“Uma coisa que se poderia fazer é prestar especial atenção aos termos e condições de emprego daqueles que se encontram na metade mais desfavorecida da força laboral e que, em minha opinião, sofrem especialmente nas atuais circunstâncias. Isto significa que em muitos países os salários mínimos poderiam ser revisados e que se poderia reforçar a negociação coletiva, que é um fator importante para estabelecer condições de trabalho decente. E se existe um denominador comum, creio que é a necessidade de responder ao verdadeiro drama social do desemprego juvenil”.

Ryder assinalou que agora os líderes reunidos em São Petersburgo devem atuar para promover a criação de empregos de qualidade, que contribuirão para o crescimento e a redução da pobreza.


Fonte: OIT, 05 de setembro de 2013

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