* Renato Rabelo
O Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas, IPEA, divulgou no dia 15/9 um trabalho mostrando que a renda média real dos brasileiros subiu 28%, de 2004 a 2009, e 6,3 milhões de pessoas deixaram a pobreza extrema no Brasil.
Apesar de o estudo apresentar discrepâncias com os dados de miséria do Censo de 2010, os autores afirmam que, ao comparar os números anuais do Pnad, ele permite traçar um retrato fiel do avanço da renda no país.
Órgão ligado à presidência da República, o IPEA tomou como ponto de partida o ano de criação do programa Bolsa-Família. Em 2004, eram 15 milhões de brasileiros em situação de pobreza extrema. Em 2009, somaram 8,6 milhões. No ano passado, o instituto havia publicado que, entre 1995 e 2008, 12,1 milhões de pessoas deixaram de ser miseráveis.
No período analisado agor a, a renda média subiu de R$ 495,12 para R$ 634,65. Como a renda dos mais pobres subiu mais, a desigualdade na distribuição de renda recuou 5,6%. O trabalho, intitulado Mudanças Recentes na Pobreza Brasileira, afirma que o número de pessoas não-pobres no país é de 77,9 milhões, o correspondente a 42% da população, contra 29% em 2004. O IPEA definiu, que não é pobre quem tem um rendimento per capita mensal igual ou superior ao salário mínimo (R$ 465 em 2009).
"Não existe parâmetro internacional de pobreza. Cada país faz seu critério. Usamos a percepção que existe na sociedade. Em uma pesquisa ainda não publicada, perguntamos às pessoas qual a renda necessária para que uma família de quatro pessoas não seja pobre.
A resposta foi em torno de R$ 2 mil, diz Rafael Guerreiro Osório, da Diretoria de Estudos e Políticas Sociais do IPEA. Mesmo bastando o salário mínimo para não ser pobre, os pobres ainda são maioria. Somavam 107 milhões e m 2009.
* Renato Rabelo é presidente nacional do PCdoB
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