sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Trabalho retira 4,2 milhões de pessoas da pobreza, segundo Ipea

De 2002 a 2011, 4,2 milhões de pessoas saíram da situação de baixa renda (até meio salário mínimo mensal per capita) nas seis principais regiões metropolitanas (RMs) do País, investigadas pela Pesquisa Mensal de Emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PME/IBGE).
Isso significa que a população de trabalhadores de baixa renda caiu 24,8%: de 17 milhões, em 2002, para 12,8 milhões, em julho de 2011. A diminuição, contudo, ocorreu de forma distinta nas seis RMs e foi impactada pela desaceleração econômica de 2011, de acordo com estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Desaceleração prejudica
“A desaceleração da economia nesses primeiros meses do ano não impediu que houvesse retirada de pessoas da situação de baixa renda, mas reduziu seu ritmo”, afirmou o presidente do Ipea, Marcio Pochmann, ao apresentar o trabalho publicado no Comunicado do Ipea nº 114 – Trajetórias da população de baixa renda no mercado de trabalho metropolitano brasileiro, divulgado na última terça-feira (27).
A taxa de pessoas com renda inferior a meio salário mínimo mensal em relação à população economicamente ativa nas regiões pesquisadas, que era de 39,1% em 2002, foi para 27,1%, em 2011, queda em termos percentuais de 30,7%. “Essa taxa poderia ser de 25,2% hoje se o crescimento tivesse continuado nos mesmos patamares”, acrescentou.
Ritmo de crescimento
As diferentes trajetórias de queda nas RMs ainda alteraram sua ordem quanto à quantidade de trabalhadores com renda precária no Brasil metropolitano. Das seis regiões, três perderam participação na quantidade total de pessoas de baixa renda per capita.
Belo Horizonte respondia por 12%, em 2002, e passou a 9% em 2011; São Paulo possuía 36,8%, em 2002, e foi para 33,1%; e Porto Alegre, que tinha 7,5%, em 2002, caiu para 6,7% em 2011. Sofreram aumento relativo na quantidade de trabalhadores com renda precária as RMs de Recife, Salvador e Rio de Janeiro.
“O que fica claro é que, em algumas regiões, não basta haver crescimento econômico para melhorar a renda dos estratos mais baixos. Este crescimento tem de ser vigoroso”, explicou Pochmann. O Brasil precisa crescer a ritmos mais altos, equiparáveis ao padrão asiático, para acelerar o processo de combate à miséria e à pobreza.
Fonte: Secom, 30 de setembro de 2011

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