sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Não se pode falar ainda em pleno emprego no Brasil, diz IBGE

Com uma taxa de desocupação em dezembro de 4,6%, chegando a 5,5% na média de 2012, os menores índices desde o início da Pesquisa Mensal de Emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em março de 2002, não se pode falar ainda em pleno emprego no Brasil, disse Cimar Azeredo, gerente da pesquisa, nesta quinta-feira (30) ao divulgar o comportamento do mercado de trabalho de dezembro.

Isso porque, segundo Cimar, as disparidades regionais são grandes. Enquanto Belo Horizonte teve uma taxa de desocupação média em 2012 de 4,4%, a menor das seis regiões metropolitanas pesquisadas, Salvador registrou média de 7,2% na taxa de desocupação, a maior do país. Salvador e Recife também registraram menores níveis de ocupação, 50,8% e 48,3% respectivamente, contra 57,7% de nível de ocupação em Belo Horizonte, também a maior das seis regiões. Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre marcaram em 2012 uma média no nível de ocupação de 52,4%, 56% e 54,9% respectivamente.
 
As disparidades regionais são mais visíveis no rendimento médio do trabalhador em 2012, ressalta Cimar. Enquanto a média salarial em São Paulo foi de R$ 1.908,01 em Recife ficou em R$ 1.312,95. Para Cimar, só uma iniciativa pode melhorar esse quadro: educação para inclusão no mercado em melhores condições.

“Reduzir a desigualdade começa na educação”, disse o pesquisador.

“O mercado não respondeu imediatamente ao desaquecimento da economia, não estamos observando isso. O que vem ocorrendo é a queda no ritmo de crescimento da carteira de trabalho. As contratações com carteira assinada continuam crescendo, mas em ritmo menor que em anos anteriores. Mas não estamos vendo deterioração do mercado de trabalho em função do desaquecimento da economia”, disse Adriana.Apesar de 2012 ter sido marcado pelo baixo ritmo de crescimento da economia, o mercado de trabalho se manteve estável, sem registrar relevantes movimentos de demissões, explicou a pesquisadora do IBGE Adriana Beringuy.

Em dez anos de pesquisa, é possível observar o quanto o mercado de trabalho se formalizou, com aumento no número de trabalhadores com carteira assinada, aumento no número de trabalhadores contribuindo para a Previdência Social, e diminuição nas horas trabalhadas, explicou Cimar.


Enquanto em 2003 61,3% dos trabalhadores contribuíam com o INSS, em 2012 o percentual subiu para 72,8%, segundo o IBGE. As horas trabalhadas, que em 2003 eram de 41,3 por semana, em 2012 caíram para 40,3 por semana. O rendimento médio real passou de R$ 1.409,84 em 2003 para R$ 1.793,96 em 2012, uma variação de 27,2%“As contratações com carteira assinada aumentaram junto com o crescimento da economia, que deram melhores condições a quem contrata. Também o arcabouçou legal que protege o trabalhador ficou mais forte com o incremento da fiscalização. Já o trabalhador, com o aumento da renda, passou a contribuir com o INSS, ajudado também pela flexibilização das alíquotas de contribuição, que passaram a atingir um contingente que trabalhava e não contribuía. E quanto mais formalizado o mercado, maior vai ser o controle de horas”, disse Cimar.

Nas análises sobre o mercado de 2003 a 2012, a pesquisa do IBGE é clara ao mostrar que os setores de comércio e serviços vêm sustentando a economia, com os mais altos índices de contratação e mostrando estabilidade nesses nove anos. Em 2012, da população ocupada, 18,7% estavam atuando no comércio, enquanto 17,8%, na prestação de serviços como transporte, limpeza urbana e serviços pessoais. Somente 7,8% da população ocupada trabalharam na construção civil em 2012, pouco mais que os empregados domésticos, que somaram 6,6%; na indústria, foram 16,1%

Em 2012, 59,7% da população ocupada trabalhava empregada no setor privado, 49,2% deles com carteira assinada. Ainda há 10,6% desses trabalhadores sem assinar a carteira nas empresas. De 2003 a 2012, houve um aumento de 3,9 milhões de trabalhadores com carteira assinada no país, segundo o IBGE
 

Fonte: www.contricom.org.br com informação do IBGE

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