sábado, 23 de julho de 2016

Centrais convocam para plenária nacional contra ataques à CLT

Na terça-feira (26) será realizada em São Paulo plenária nacional para reunir cerca de 600 dirigentes sindicais das principais entidades de trabalhadores do país. A iniciativa unifica as seis centrais de trabalhadores, que realizam a atividade contra os ataques aos direitos trabalhistas. O movimento pela eliminação de direitos ganhou força com o governo interino de Michel Temer, que, entre outras medidas, defende que a negociação coletiva vigore sobre a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).

Na visão dos trabalhadores, o negociado sobre o legislado, como é definida essa tendência que o governo Temer quer implementar, vai acabar com a proteção ao trabalhador.
As centrais alertam que a nova situação expõe o trabalhador, que poderá sofrer pressão do patrão em momentos de crise para, por exemplo, diminuir salários em troca da manutenção do emprego.
Além desta medida, a aprovação da terceirização também foi anunciada nesta quarta-feira (20) como prioridade pelo ministro Ronaldo Nogueira. A intenção do governo Temer é elaborar um projeto inspirado nas iniciativas que tramitam no Congresso, rejeitadas pelos trabalhadores.
Segundo o Departamento Intersindical de Assuntos Parlamentares (Diap) são 55 projetos de lei na Casa que ameaçam os direitos dos trabalhadores.

Crise na conta do trabalhador
O propósito do governo interino é retirar direitos e flexibilizar contratos de trabalho e a mídia já desenvolve campanha pelo fim da CLT, declarou Eduardo Navarro, dirigente da CTB, ao site da entidade. Na opinião dele, os trabalhadores e trabalhadoras têm de responder à altura. “Não só porque o governo é ilegítimo, mas porque a classe trabalhadora entende que não somos nós que temos de pagar a conta da crise", declarou.

Nenhum direito a menos
O presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, lembrou que a unidade entre as centrais fortalece o movimento dos trabalhadores.
“Essa reunião é muito importante porque as iniciativas que fortalecem o movimento sindical possibilitam que os trabalhadores tenham menos direitos violados e mais possíveis conquistas”, acrescentou.

Valorização do salário mínimo
Carmen Foro, vice-presidenta da Central Única dos Trabalhadores (CUT), confirmou que a luta dos trabalhadores ganha força com a unificação da pauta das centrais. Ela lembrou a importância da unidade das centrais na luta pela aprovação da política de valorização do salário mínimo.
“As principais conquistas que tivemos no último período obviamente se deveu a um governo que tem um nível de diálogo e comprometimento com a nossa pauta mas, por exemplo, a política de valorização do salário mínimo no governo Lula é resultado de articulação forte entre as centrais que representou uma unidade em torno dessa política”, ressaltou.

Plenária representativa
Ela sustentou que a CUT está empenhada na mobilização para assegurar a presença das principais categorias organizadas no ato do dia 26. A dirigente considera que a unidade das centrais ampliará a denúncia do ataque aos direitos para o conjunto dos trabalhadores.
“A grande massa trabalhadora ainda não tem total informação e clareza do perigo que está rondando. A princípio, os trabalhadores organizados são os que estão com mais informações, mas eu creio que o trabalho das centrais e sindicatos conseguirá impulsionar e chegar aos trabalhadores que ainda não estão organizados”, opinou.

Serviço:
Lançamento de manifesto unificado das centrais
Data: 26 de julho (terça-feira)
Horário: 11h
Local: Espaço Hakka, Rua São Joaquim, 460


FONTE: www.vermelho.org.br

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