Governo
volta a discutir a elevação do teto do fundo de garantia para compra de imóveis
de R$ 500 mil para R$ 750 mil
04 de março de 2013 | 2h 10
ADRIANA FERNANDES, BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo
04 de março de 2013 | 2h 10
ADRIANA FERNANDES, BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo
De
olho no aumento do crédito para estimular o crescimento do Produto Interno
Bruto (PIB), a equipe econômica reabriu as discussões para aumentar de R$ 500
mil para R$ 750 mil o valor máximo dos imóveis que podem ser comprados com
recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
O
aumento do limite foi pedido por dirigentes de bancos privados ao ministro da
Fazenda, Guido Mantega. O teto de R$ 500 mil ficou superado pela valorização
dos imóveis nas grandes capitais, principalmente São Paulo, Rio de Janeiro e
Brasília, e é visto como uma forte restrição ao aumento do crédito imobiliário
nos bancos privados.
Mantega
pediu à área técnica do governo para fazer uma análise da proposta e do seu
impacto sobre os recursos do FGTS e dos preços dos imóveis. Segundo apurou o
Estado, o ministro da Fazenda - que até há pouco tempo tinha restrições ao
aumento - agora se mostra "sensível" aos argumentos apresentados por
banqueiros e pelo setor da construção civil.
Na
área técnica, há uma grande preocupação, no entanto, com o risco de a medida se
transformar num fator de pressão de alta dos preços dos imóveis. No início de
dezembro do ano passado, as construtoras pressionaram o governo para incluir a
elevação do limite no pacote de medidas para a construção civil, mas a proposta
foi vetada pelo Ministério da Fazenda. Mesmo depois do anúncio, que contou com
a desoneração da folha de pagamentos da construção civil, o setor continuou
pressionando o governo para fazer a mudança.
Diálogo.
Desde o anúncio do pacote, o tema ficou "congelado", mas agora voltou
a ganhar força, porque está em curso um diálogo mais intenso do governo com os
bancos privados. Depois dos embates no ano passado, de ambas as partes, em
torno da retomada lenta da oferta do crédito e da queda dos juros dos
financiamentos bancários, o clima é mais favorável. A equipe econômica tem
atendido vários pleitos dos bancos para conseguir apoio aos investimentos na
área de infraestrutura.
Na
semana passada, por exemplo, o Conselho Monetário Nacional (CMN) flexibilizou
as novas normas regulatórias para o sistema financeiro nacional, conhecido como
Acordo de Basileia 3. Os bancos privados também terão recursos do Tesouro
Nacional para oferecer crédito mais barato às empresas que ganharem as
concessões de infraestrutura. Também liberou R$ 15 bilhões dos depósitos
compulsórios do Banco Central para os financiamentos em investimentos. "O
diálogo está bem menos tensionado", disse uma fonte do governo.
O
aumento do teto do FGTS para a compra dos imóveis também pode ajudar os novos
lançamentos imobiliários nas grandes cidades. O setor, após um grande volume de
lançamentos, está com carteira menor, o que pode afetar negativamente o
desempenho ao longo de 2013 e em 2014, último ano do governo Dilma Rousseff. Se
não há grandes lançamentos em um ano, o seguinte fica fortemente afetado. E,
como o setor é importante para o investimento e o emprego, há urgência para que
os projetos congelados em 2012, por conta da desaceleração da economia, saiam
agora da gaveta.
Fonte:
O Estado de São Paulo
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