As construtoras apontam a burocracia dos bancos públicos - Caixa 
e Banco do Brasil - como um dos outros entraves que impedem que os 
empreendimentos direcionados à faixa 1 do programa Minha Casa Minha Vida sejam 
com mais rapidez. O tempo de aprovação desses projetos, segundo fontes ouvidas 
pelo jornal O Estado de S. Paulo, é o dobro do dispensado aos empreendimentos 
das outras faixas de renda.
Além disso, de acordo com construtoras que preferem o anonimato, por temerem 
retaliação do governo, engenheiros dos bancos visitam quinzenalmente as obras da 
faixa 1, enquanto a vistoria dos outros empreendimentos do programa é feita 
remotamente. Nessas visitas, cada etapa da obra é fiscalizada, incluindo os 
materiais que são utilizados. Para o mercado imobiliário, a equipe dos bancos 
oficiais é pequena para atender a tantas exigências.
Segundo o vice-presidente da Câmara Brasileira de Construção Civil (CBIC), 
José Carlos Martins, a Caixa foi obrigada a ser mais rigorosa na contratação de 
unidades isoladas para as faixas 2 e 3 do programa depois que o banco estatal 
foi obrigada a arcar com as despesas de falhas em imóveis prontos. Os problemas 
nos imóveis financiados pelo programa também são entendidos pela Justiça como 
responsabilidade da Caixa.
Requisitos
Atualmente, a instituição financeira observa uma série de pré-requisitos, 
como comprovação dos materiais e andamento das obras, para aceitar financiar, 
pelo programa, casas ou apartamentos contratados de forma isolada. “Essa medida 
começou a tirar picaretas do mercado”, diz o vice-presidente da CBIC. “Hoje, as 
exigências estão próximas.” Em nota, a Caixa afirma que observa com o mesmo 
rigor as especificações dos projetos aprovados em todas as faixas do Minha Casa 
Minha Vida e que conta com 5 mil engenheiros para a execução de vistorias. O BB 
informa que conta com 66 profissionais em seu quadro próprio e outros 500 
terceirizados para a análise e viabilidade dos projetos e financiamentos 
contratados pelo banco. No Minha Casa Minha Vida, o BB tem menos de 200 mil 
unidades habitacionais populares contratadas.
Zero
Em Brasília, por exemplo, não se construiu nenhum condomínio destinado à 
faixa 1 do programa porque o custo do terreno na capital chega a representar até 
metade dos recursos destinados ao empreendimento, o que inviabiliza as obras. 
Enquanto os governos municipais não fornecem transporte público, escola, água e 
energia, entre outros serviços, os empreendimentos, mesmo prontos, não podem ser 
ocupados.
O atraso também é consequência da falta de estrutura dos cartórios para 
atender a uma demanda acima da média por regularização de escrituras. Quem obtém 
a moradia pelo Minha Casa Minha Vida tem desconto de até 75% sobre o valor do 
registro do imóvel caso esteja cadastrado na faixa 1.
As informações são do 
jornal O Estado de S. 
Paulo.

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