Segundo Odair Senra, vice-presidente de imobiliário do SINDUSCON/SP, em
2013 não houve custos adicionais por prolongamento de
prazos de obras e nem atrasos e a perspectiva para 2014 é a mesma. Veja matéria
abaixo:
Com o início de um novo ano é o momento de analisar o que aconteceu no
mercado imobiliário em 2013 e traçar as expectativas para os próximos 12 meses.
Meses esses que prometem agitar o País devido aos eventos Copa do Mundo e
Eleições.
Segundo dados do SindusCon-SP, o ano passado fechou com um crescimento
de 2%, abaixo dos 2,5% do PIB nacional. Mas as expectativas para 2014 são de
retomada no setor e estimativa de um crescimento de 2,8%.
Conversamos com Odair Senra, vice-presidente de Imobiliário do
SindusCon-SP, para entender melhor o cenário e nos prepararmos para 2014.
Obra24Horas: Como o senhor analisa o ano de
2013 para o mercado de construção?
Odair Senra: O mercado de construção sempre
complementa o ciclo (que não é curto!) do mercado imobiliário, pois após o
lançamento, os cumprimentos de contratos para a entrega das unidades criam um
“folego” para a construção, até independente da velocidade dos futuros
lançamento. Portanto, em 2013 os construtores ainda estavam construindo ou
entregando imóveis lançados em 2010/2011.
Obra24Horas: Os resultados foram compatíveis
com as expectativas?
Odair Senra: Sim, pois o ambiente de volume de
obras (materiais, mão-de-obra, equipamentos, entre outros), já mais comportado,
não trouxe surpresas de alta de custos e nem de custos adicionais por
prolongamento de prazos de obras, ou seja, os atrasos.
Obra24Horas: Muito se especulou sobre uma
possível bolha imobiliária. Qual a visão do SindusCon-SP em relação a esse
assunto?
Odair Senra: Não houve e não há “bolha
imobiliária” aqui no Brasil. Temos demanda com renda, financiamento ao
comprador e ao produtor, bons incorporadores/construtores e um sistema seguro
de hipotecas.
Obra24Horas: Quais são as expectativas para o
mercado de construção civil para esse ano?
Odair Senra: Continuará bom, pelos mesmos
motivos expostos na primeira questão. Ou seja, o ano seguirá como o de 2013.
Obra24Horas: As altas dos preços dos imóveis
persistirão ou pode-se esperar uma estagnação?
Odair Senra: Os preços dos imóveis estão
diretamente e fortemente ligados aos preços dos “terrenos”; terreno é um ativo
“finito” e, desta forma, bons terrenos em bons locais já consolidados poderão
ter altas menos agressivas, mas sempre se valorizarão.
Obra24Horas: Nesse ano, o País sediará a Copa
do Mundo e em 2016 as Olimpíadas. Como esses eventos influenciarão o
setor?
Odair Senra: Com os eventos da Copa do Mundo,
eleições nacionais – provavelmente em dois turnos -, teremos um calendário útil
de lançamentos e vendas (acontecem muito nos fins de semana, feriados etc...)
muito apertado (curto), e isso poderá prejudicar o volume de lançamentos. Mas
os incorporadores/construtores sempre planejam o calendário imobiliário já
considerando esses eventos.
Obra24Horas: Os micro-apartamentos lançados em
2013 se mostraram um sucesso. Podemos dizer que esse modelo de moradia é a
tendência para 2014?
Odair Senra: A mobilidade urbana é hoje muito
importante na decisão de aquisição da moradia própria. Imóveis menores em área,
bem localizados, como eixos estruturais e metrô, tendem a serem mais procurados
até por investidores que focam “locações”. Então a tendência é de crescimento
da oferta destes produtos, que poderá ser incentivado com a Revisão do Plano
Diretor Estratégico em aprovação da Câmara Municipal de São Paulo.
Obra24Horas: Quais são as principais dicas para
o investidor de imóveis. É preciso ter cautela?
Odair Senra: É adquirir imóveis bem localizados
e de empresas e incorporadoras/construtoras idôneas, ou seja, aquelas filiadas
ao SindusCon e Secovi, por exemplo.
Obra24Horas: As grandes cidades ainda
comportarão o grande número de lançamentos ou a tendência é que ele diminua?
Odair Senra: A verticalização quando realizada
disciplinadamente e urbanisticamente bem estudada, leva a um adensamento
saudável, que otimiza a infraestrutura urbana já instalada (rede de água e de
esgoto, ruas pavimentadas, rede de energia elétrica, transporte em geral etc).
Temos muito a verticalizar nas grandes cidades, melhorando muito a mobilidade
urbana.
Entrevista
para a jornalista Érica Nacarato, redatora do Portal Obra 24horas
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