Depois de amargar um longo período de paralisia, o setor da construção civil em Campinas fechou 2013 com um crescimento de 25,9% no valor geral de venda (VGV) na comparação com 2012. Os lançamentos somaram R$ 10,3 bilhões, calculados com base no volume de metros quadrados aprovados pela Prefeitura e que foram divulgados este mês. O setor esperava um VGV de R$ 12,8 bilhões, mas o valor não foi atingido porque o volume de aprovações do ano passado praticamente empatou com o de 2012. A esperança é que 2014 seja melhor, pois muitos investimentos estão chegando à cidade.
De acordo com a Secretaria Municipal de Urbanismo (Semurb), foram liberados alvarás de aprovação para 888,9 mil metros quadrados de construção, o que corresponde a um crescimento de 26,8%. Os alvarás de execução somaram 1,14 milhão de metros quadrados, registrando aumento de 9,7% em relação a 2012, e a emissão de certificados de conclusão de obras (CCO) teve retração de 30,7%, com 1,15 milhão de metros quadrados liberados. O mercado utiliza os alvarás de execução como termômetro do desempenho da construção civil — é com essa licença que o empreendedor coloca seu produto à venda e começa a executar a obra.
“Terminamos o ano empatados”, disse o diretor de Controle Urbano da Semurb, Moacir Martins. Segundo ele, a retração no volume de certificados de conclusão de obras ocorreu ainda como reflexo da crise enfrentada pelo município na aprovação dos empreendimentos e que levou à interferência do Ministério Público. “Isso gerou uma certa paralisia nas análises e levamos meio ano para implantar uma política nossa. Com os mutirões, conseguimos manter em dia as liberações de alvarás de aprovação e execução”, afirmou.
Para o diretor regional do Sindicato da Habitação (Secovi), Fuad Jorge Cury, o desempenho do ano foi razoável, considerando-se que o primeiro semestre foi de quase paralisia. “Só não fechamos 2013 no negativo porque houve uma reação no segundo semestre. Mas é preciso melhorar a estrutura das secretarias envolvidas nas aprovações dos empreendimentos, com mais pessoal para funcionarem no ritmo que a cidade necessita. Melhorou, mas ainda não está como gostaríamos”, comentou.
A expectativa do Secovi é que este ano seja melhor porque há vários investimentos vindo para a cidade e esses encontrarão uma demanda represada. “Os reflexos dos eventos que teremos em 2014, como a Copa do Mundo e as eleições, são difíceis de avaliar, pois irão depender muito de o Brasil ser campeão, de esses acontecimentos ocorrerem sem manifestações, sem tumultos. Porém, de toda forma, nossa expectativa é que será um bom ano”, avaliou Cury. O mercado está vendendo bem porque há bastante demanda reprimida. “Campinas não vive uma bolha imobiliária”, garantiu.
Para o presidente da Associação Regional da Habitação (Habicamp), Francisco de Oliveira Lima Filho, embora o volume de aprovações tenha praticamente empatado com o de 2012, o valor geral de venda dos empreendimentos foi bom por causa da valorização dos imóveis. O cálculo do VGV feito pela Habicamp leva em conta os alvarás de execução. “Temos carência de produtos no mercado. Somente para atender aos estudantes, executivos e profissionais solteiros, existe uma carência de 2,5 mil a 3 mil imóveis de um e dois dormitórios”, informou.
A expectativa de Lima Filho é que o primeiro semestre seja acelerado, em ritmo semelhante ao que ocorreu na abertura das vendas do novo empreendimento Alphaville, que vendeu 900 lotes em nove horas. “Acredito que o primeiro semestre será acelerado, com certa paralisia até as eleições e uma retomada no quarto bimestre, quando abrem financiamentos”, avaliou.
Fonte: Correio Popular e FETRACOM/BA.
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