Prazo estabelecido pelo governo para
apresentar proposta alternativa se encerrou na semana passada. Trabalhadores marcaram protesto para
12 de novembro, em São Paulo
As centrais CUT, Força Sindical, CTB,
UGT e Nova Central organizam uma manifestação conjunta no dia 12 de novembro,
com paralisações e protestos em São Paulo, para cobrar do governo a apresentação
de uma proposta alternativa ao fator previdenciário. O prazo estabelecido pelo
ministro da Secretaria-Geral da Presidência da Republica, Gilberto Carvalho,
para concluir as discussões sobre o assunto com os representantes das centrais
sindicais se encerrou na semana passada, e nada avançou.
O último encontro entre as partes,
que também teve a participação dos ministros do Trabalho, Manoel Dias, e da
Previdência Social, Garibaldi Alves Filho, ocorreu em 21 de agosto, quando foi
definido o prazo de 60 dias para concluir os debates sobre o assunto. Segundo a
assessoria de imprensa da Secretaria-Geral, “ainda não está confirmada data para
discussão do fim do fator previdenciário”.
“Estamos apostando que até o dia 12
o governo apresentará uma proposta alternativa para ser apreciada, porque esse
foi o compromisso e estamos abertos para discussões”, afirma o secretário-geral
da CUT, Sérgio Nobre.
As centrais sindicais já haviam
apresentado uma proposta para substituição do fator, com a adoção da fórmula
85/95, pela qual seria necessária a junção de dois parâmetros para a
aposentadoria com benefício integral: a soma da idade e do tempo de serviço deve
ser igual a 85 para mulheres e 95 para homens – elas precisariam ter no mínimo
30 anos de recolhimento, e eles, 35.
Atualmente, o fator previdenciário
reduz o valor do benefício de quem se aposenta por tempo de contribuição antes
de atingir 65 anos, no caso dos homens, e 60 anos, no caso das mulheres. “Hoje
em dia, muita gente prorroga a possibilidade de se aposentar, porque os
trabalhadores sabem que perderão muito com isso”, diz o presidente da CTB,
Adilson Araújo.
“O que temos como consenso no
movimento sindical é não discutir idade mínima, não aceitamos isso. Talvez a
adoção da formula 85/95 seja uma boa alternativa e por isso precisamos reiniciar
as negociações”, afirma o vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados
da Força Sindical, Carlos Andreu Ortiz.
Agenda
As centrais sindicais também organizam
uma atividade para 26 de novembro, em Brasília, em defesa da agenda da classe
trabalhadora, aprovada em julho de 2010 na 2ª Conferência Nacional da Classe
Trabalhadora (Conclat), no Pacaembu, em São Paulo.
Fim do fator previdenciário,
reajuste para as aposentadorias, valorização do trabalho com igualdade e
inclusão social, redução da jornada sem redução dos salários e combate à
terceirização estão entre as reivindicações.
Os trabalhadores esperam reunir 10
mil pessoas na manifestação. Eles querem impedir a aprovação de projetos de lei
em tramitação no Congresso Nacional, argumentando que representam um retrocesso
para os trabalhadores, entre os quais o PL 4.330, do deputado Sandro Mabel
(PMDB-GO), sobre terceirização.
Fonte: Rede Brasil Atual
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