segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Sindicatos estão mais atuantes nas negociações, avalia Fenafar

Aumentou o número de processos no Tribunal Regional do Trabalho relacionados a dissídios. Entre janeiro e setembro deste ano, foram computadas 109 ações, superior as 61 recebidas em todo o ano de 2012. Para a assessoria jurídica da Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar) o dado demonstra que os sindicatos estão mais atuantes nas negociações com as entidades patronais.
“Da notícia pode-se extrair uma boa lógica, ou seja, que os sindicatos estão cada vez mais recorrendo à reivindicação da Participação nos Lucros e Resultados, as PLRs, nas negociações coletivas. Com isso é preciso qualificar mais a atuação sindical e buscar os fundamentos econômicos para pleitear a participação nos lucros e resultados das empresas", analisa Leocir Costa Rosa, assessor jurídico da Fenafar.
No primeiro semestre de 2013, segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), 84,5% das negociações resultaram em ganho acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). O resultado é inferior ao verificado em 2012, quando 96,3% das negociações superaram o índice, mas acima do verificado em 2011.
"Ainda que os índices de emprego venham se mantendo estáveis, e a depender do método utilizado pode até se considerar um momento de pleno emprego, o baixo crescimento da economia tem forçado os sindicatos a recorrer à Justiça do Trabalho para tentar superar os impasses da negociação coletiva de trabalho. Ou seja, está mais difícil finalizar com ganhos reais, além da correção da inflação, os processos de negociação coletiva”, explica Leocir Rosa.
A expectativa do Dieese é de que a quantidade de ganho real no segundo semestre fique pelo menos no mesmo patamar dos primeiros seis meses de 2013. Porém, normalmente o valor do segundo semestre é maior já que as negociações desse período são marcadas pelas lutas de grandes categorias como bancários, que têm maior poder de negociação.
Um balanço da Federação dos Sindicatos de Metalúrgicos da Central Única dos Trabalhadores (CUT) indica que de 33 categorias de metalúrgicos que negociaram desde janeiro em todo o País, todas tiveram ganho real e sete delas tiveram reajustes superiores ao de 2012.

Expectativa

As grandes categoria que ainda não encerraram suas negociações devem reivindicar reajuste e ganho real. O Sindicatos dos Químicos de São Paulo exige um aumento de 13%. A pauta foi entregue ao patronal na primeira semana de janeiro e as rodadas de negociações começaram na quarta-feira (16/10). De acordo com o sindicato, antes mesmo do início das negociações, duas fábricas já paralisaram suas atividades e outras planejam cruzar os braços.
O Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes vem fazendo reuniões com os trabalhadores para mobilizar a categoria. Em 2012, os trabalhadores tiveram ganho de 8% e a meta deste ano é ultrapassar esse índice.



Fonte: Portal do Vermelho, 28 de outubro de 2013

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